Justificativa

O aleitamento materno é a prática humana mais segura e eficaz para alimentar, proteger e proporcionar boa saúde e o bom desenvolvimento global infantil. A Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Organização das Nações Unidas (ONU) têm empreendido inúmeros esforços para incentivá-la no mundo inteiro, reconhecendo que seus benefícios tem imenso impacto sobre toda a sociedade.
Segundo estimativas da OMS, poderíamos salvar, anualmente, cerca de 800 mil crianças e economizar 300 milhões de dólares, somente com o aumento da taxa de aleitamento materno (Fonte RETS, 2016. Disponível em: Entendemos assim, que incentivar o aleitamento materno pode contribuir para alcançarmos tais objetivos, mas para isso, é necessário que os profissionais de saúde possam compreender as interfaces desse tema com os diferentes aspectos históricos, sociais e culturais que vão muito além de somente o aspecto biológico transmitido em sua formação acadêmica. Sendo assim, faz-se necessário capacitá-los sob uma nova perspectiva.
Neste sentido, a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), vinha trabalhando em parceria com as Secretarias de Saúde do Estado e do Município do Rio de Janeiro, oferecendo o curso de Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM). É importante ressaltar, que este treinamento mostra-se efetivo em capacitar e motivar os profissionais que participam dele. Porém, nas últimas edições, observamos a necessidade de oferecermos uma visão mais ampliada da temática, tendo em vista, a participação cada vez maior de alunos de outros estados e inclusive de outros países. Isto nos fez considerar que a diversidade cultural e os diferentes modelos de atenção à saúde praticados no nosso amplo território, devem ser observados e respeitados, desde o momento que nos propomos enquanto Escola Nacional de Saúde Pública a construir e não impor saberes. Optamos então, por oferecer um curso próprio que atenda esta demanda e que esteja em consonância com as diretrizes nacionais do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo a certeza de que ampliar as ações de qualificação dos profissionais de saúde sobre este tema é fundamental para reforçarmos a batalha em prol da amamentação com objetivo de aumentarmos a taxa de aleitamento materno em 50% nos menores de 6 meses de vida até o ano de 2025, conforme meta da OMS.