Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Curso de Formação Profissional Respiro: sentidos do trabalho em saúde no cotidiano da pandemia

Qualificação Profissional - Aperfeiçoamento

Concepção Pedagógica

Nossa proposta pedagógica foi construída a partir da metodologia adotada pelo Projeto Respiro, mas predominantemente pelo conjunto de experiência e prática dos docentes que compõem o projeto e principalmente daqueles que construíram o Curso Respiro. Desta forma, expressa o acúmulo da vivência docente de Cursos ministrados e ofertados pelas unidades da Fiocruz envolvidas no projeto. É um Curso Movimento com metodologia participativa desde sua origem e construção e busca o diálogo entre os saberes e práticas nas quais se apoia o trabalho coletivo do Projeto Respiro e as experiências e vivências dos alunos relativas aos contextos de saúde em que atuam.
Partiremos da experiência de vida e trabalho na pandemia para discutirmos as penosidades e (re)-existências do trabalhador da saúde. O Curso Respiro não pretende instrumentalizar as atividades técnicas e especializadas nos serviços de saúde, mas constituir-se em um espaço de diálogo e troca entre os trabalhadores, uma pausa consciente e acolhedora para reflexão e compartilhamento de conhecimento, sentimentos e vivências do mundo do trabalho em tempos de Covid 19. Ao tomar como base a ideia de apoio-investigação, fundamento de nosso Projeto, o Curso pretende ser uma forma de apoio aos trabalhadores das instituições de saúde ou a elas vinculados direta ou indiretamente, através da escuta, acolhida e troca de experiências sobre as penosidades e (re)-existências vivenciadas no processo da pandemia, uma perspectiva de apoio-formação.
Assim, situamos nossos assentamentos teórico-metodológicos na concepção da pedagogia decolonial (Mota Neto, 2018), onde Paulo Freire e Fals Borda são os percursores na América-Latina, através da educação popular. Onde os princípios da educação subversiva, da hipótese de contexto, da valorização da memória coletiva, da busca por outras formas e propostas de conhecimentos e seus compartilhamentos, estão presentes para a construção de nossa proposta de apoio-investigação.
Assim, compreendemos a educação como um processo capaz de estimular o trabalhador da saúde na busca e no desenvolvimento de reflexões sobre a sua prática, colaborando para a ampliação da autonomia em suas atividades profissionais.
Acreditamos que a construção compartilhada do conhecimento, através do relato de práticas, sentimentos e impressões do cotidiano em suas unidades de saúde no período da pandemia e/ou pós-pandemia COVID 19, possa contribuir para o desenvolvimento do trabalho individual e coletivo em saúde de forma a amenizar as penosidades e enfrentar os desafios cotidianos.
Trabalhar nessa perspectiva exige um currículo em que o processo de ensino proporcione ao estudante uma reflexão crítica sobre a sua prática profissional e sua implicação frente às transformações sofridas e exigidas pela atual realidade política, social, econômica e sanitária e as consequências de tais mudanças na sua vida e em seus processos de trabalho.
Desta forma, é necessário que o currículo estimule a compreensão profunda da vida humana e da ligação que existe entre os processos de educação e saúde, a política e o processo concreto e histórico do viver.
Sendo assim, o curso parte da centralidade da trabalhadora e do trabalhador da saúde como atores sociais ativos na produção de saberes e conhecimentos, ou seja, agentes que constroem significados para a realidade vivenciada nos serviços, definindo sentidos para cada contexto. Os desafios da atividade de trabalho são disparadores de novos conhecimentos e ressignificações pessoais e coletivas que conformam os ambientes e as relações de trabalho. Ao assumir o pensamento crítico como eixo fundante da Formação/Educação, o curso assume a importância do diálogo entre as vivências, as experiências e o conhecimento científico historicamente estruturado. Consideramos a intencionalidade do profissional de saúde/aprendiz na busca da compreensão e resolução de problemas cotidianos (relação interpessoal, social, técnico, político, gerencial, logístico, etc.) em suas unidades de saúde, acionando suas experiências e evidenciando a importância de compartilhar o conhecimento já acumulado pela prática e pela ciência. Espera-se que as experiências vivenciadas no curso propiciem condições de discussão e compreensão crítica da realidade dos serviços na pandemia e/ ou na pós-pandemia, fortalecendo as trabalhadoras e os trabalhadores da saúde como protagonistas e gestores dos seus processos de trabalho. Incentiva-se, assim, a transformação de ambientes penosos e o reconhecimento das limitações, capacidades, potencialidades e necessidades de resistência impressas no mundo do trabalho.

Vice-Diretoria de Ensino - Pós Graduação Qualificação Profissional

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