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Artigos publicados no 'Cadernos' tratam da relação dieta alimentar e saúde

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Publicado em:31/01/2020
Artigos publicados no 'Cadernos' tratam da relação dieta alimentar e saúdeNos últimos anos, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) foram as principais causas de mortalidade no mundo, provocando em média, a cada ano, 70% das mortes. Os principais fatores de risco comportamentais para DCNT são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo e o excesso de peso. Três artigos do Cadernos de Saúde Pública abordam a questão da dieta alimentar e sua relação com a saúde.
 
Um total de 40% destas mortes provocadas pelas DCNT acometem pessoas com até 70 anos de idade. O excesso de peso - índice de massa corporal (IMC) ≥ 25kg/m2 -, é um problema de saúde pública que atinge mais da metade da população adulta na maioria dos países, dentre eles, o Brasil e a Argentina.
 
O estudo Associação entre excesso de peso e obesidade e mortalidade em capitais brasileiras e províncias argentinas objetivou avaliar a associação da prevalência de excesso de peso e obesidade com as taxas de mortalidade total e específica nas capitais brasileiras e províncias argentinas. 
 
De acordo com estimativas recentes, a prevalência de excesso de peso no Brasil é de 56,9%, e na Argentina chega a quase 60%. Na realidade, o excesso de peso parece ser um problema generalizado na América Latina, visto que países como Paraguai, Peru e Chile também apresentam prevalências elevadas, sendo que no Chile quase 70% dos adultos apresentam IMC ≥ 25kg/m2. Com relação à obesidade, em torno de 20% da população adulta brasileira e argentina apresentam IMC ≥ 30kg/m2, sendo similar à ocorrência observada em países de renda alta como a Inglaterra, onde 26% da população adulta apresentam obesidade.
 
A pesquisa observou que, em países de renda alta, a relação entre excesso de peso e mortalidade vem sendo debatida, e uma meta-análise conduzida em 2013 concluiu que a obesidade está associada com o aumento do risco de morte. “No entanto, esse risco só foi observado para os graus mais elevados de obesidade (IMC > 35kg/m2), já o sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9kg/m2) foi considerado um fator de proteção para a mortalidade geral, quando comparado com o IMC normal. Outros estudos mais recentes também encontraram resultados semelhantes aos dessa meta-análise.”
 
As exposições principais do estudo foram as prevalências de excesso de peso e obesidade estimadas com base em dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2014 (Brasil) e da Pesquisa Nacional de Fatores de Risco de 2013 (Argentina). As taxas de mortalidade geral e específicas para o ano de 2015 foram obtidas no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Departamento de Informática do SUS (Brasil) e na Direção de Estatísticas e Informações de Saúde do Ministério da Saúde (Argentina). 
 
Segundo o estudo, as taxas de mortalidade brasileiras foram padronizadas considerando-se a estrutura etária da população argentina como padrão. Os pesquisadores concluiram que as capitais brasileiras e províncias argentinas com maiores prevalências de obesidade apresentam maiores taxas de mortalidade geral, sendo esta associação inconsistente para as taxas específicas.
 
Um outro artigo, Comparação das recomendações governamentais para hábitos alimentares saudáveis expressos em representações visuais de guias alimentares baseadas em alimentos na América Latina, investiga as recomendações governamentais de hábitos alimentares saudáveis expressos nas representações visuais de guias alimentares baseados em alimentos (GABAs) latino-americanos.
 
Conforme relata o artigo, as representações visuais dos GABAs expressam normas dietéticas e socioculturais relacionadas aos hábitos alimentares saudáveis. Foram estudadas 15 imagens publicadas entre 1991 e 2017; e exploradas as recomendações governamentais a partir das formas das representações visuais, sistema de classificação de alimentos, recomendações de estilo de vida e elementos socioculturais. 
 
Os principais resultados da pesquisa estão relacionados às normas dietéticas e socioculturais usadas para promover hábitos alimentares considerados saudáveis. “As normas dietéticas se concentram na variedade, proporcionalidade e moderação expressos nos conceitos de grupos e padrões alimentares saudáveis. As normas socioculturais estão relacionadas ao uso de símbolos culturais como estratégias para promover alimentos tradicionais, prática culinária doméstica, comensalidade, consumo de água e atividade física.”
 
O artigo conclui que as representações visuais dos GABAs contribuem com mensagens que aconselham os indivíduos a planejar, comprar, preparar e consumir alimentos com a família; aderir a padrões alimentares considerados saudáveis; realizar refeições com total atenção e sem distração de televisão e celulares; e celebrar comidas ou preparações culinárias tradicionais, locais e/ou nativas.
 
Já o artigo Adesão à Dieta Atlântica do Sul da Europa e aptidão física ao índice aterogênico do plasma em adolescentes teve como objetivos: (i) avaliar as associações entre a aptidão cardiorrespiratória (ACR), aptidão muscular (AM) e Dieta Atlântica do Sul da Europa (SEADiet) e o índice aterogênico do plasma (IAP) e (ii) investigar a associação combinada entre AM, ACR e SEADiet e IAP em adolescentes. 
 
Foi realizado um estudo transversal de base escolar em uma amostra de 493 adolescentes (285 do sexo feminino), entre 15 e 18 anos de idade, no Arquipélago dos Açores, Portugal. A ACR foi medida pelo teste aeróbico de corrida de vai-e-vem e a AM pelos testes de abdominal modificado e de flexão. 
 
De acordo com o artigo, a adesão ao SEADiet foi avaliada através de um questionário semi-quantitativo de frequência alimentar. Foram avaliadas as medidas de estágio de puberdade e de nível socioeconômico. O grupo com adesão excelente ao SEADiet e AltaAM/AltaACR mostrou IAP mais baixo, comparado com o grupo com baixa adesão ao padrão alimentar SEADiet e AltaAM/AltaACR. O IAP está associado inversamente com AM, ACR e SEADiet. Os níveis baixos de AM e ACR parecem contrabalançar o efeito saudável potencial da adesão excelente ao padrão alimentar SEADiet sobre o IAP. Entretanto, a adesão excelente ao SEADiet parece melhorar o IAP nos adolescentes com níveis altos de aptidão física.
 
 
 
 

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