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Cecília Mianyo recebe Medália de Mérito Educacional Virgínia Schall da Fiocruz

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Publicado em:21/10/2019
A Semana da Educação da Fiocruz teve início no Dia do Mestre, comemorado em 15/10, dedicada à entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall, do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2019, e a homenagens aos egressos de programas de doutorado da Fiocruz contemplados pelo Prêmio Capes de Tese. A primeira homenagem foi à professora Cecília Minayo, que recebeu a Medália de Mérito, somando-se a uma extensa série de títulos de reconhecimento a sua trajetória na área de saúde coletiva, particularmente em temas relacionados à violência e saúde. Confira.
 
Cecília Mianyo recebe Medália de Mérito Educacional Virgínia Schall da Fiocruz
 
A entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall a Cecília Minayo trouxe uma inovação: a professora foi entrevistada por Suely Deslandes, também pesquisadora da Fiocruz e sua orientanda e colaboradora muito próxima no Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz).
 
Ressaltando a “generosidade e postura ético-política de parceria e de respeito ao conhecimento do outro” de Cecília, Suely perguntou sobre sua trajetória profissional de 63 anos como professora. “Comecei com 16 anos alfabetizando crianças, e desde o início o meu grande norte foi a questão social”. A professora viveu fora do país “naquela época de trevas” da ditadura, ao lado marido Carlos Minayo - também pesquisador da ENSP -, responsável por seu ingresso na Fiocruz. “Desde que entrei aqui me sinto como um peixe na água, tenho uma gratidão imensa à Fundação”, declarou ela. 
 
Respondendo sobre sua análise da formação em saúde na atualidade, Cecília disse que “parte do Brasil está em um processo regressivo, mas isso não significa que a ciência e a tecnologia aqui estejam regredindo. Quanto mais difícil, maior é nossa vontade de ultrapassar os desafios, não comungo a ideia de abaixar a cabeça e achar que não tem nada pra fazer”. Quando perguntada sobre o que compartilharia com os que estão iniciando a trajetória profissional como educadores, ela afirmou que “a primeira coisa é amar o que faz. Além disso, ela aconselhou os iniciantes a sempre colocarem um ponto de interrogação sobre o significado do seu trabalho para a sociedade e para a população”.
 
Participaram da mesa de abertura a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado; a coordenadora-adjunta de Educação, Eduarda Cesse; a vice-presidente da Asfoc-SN, Mychelle Alves; e o coordenador da Associação de Pós-graduação da Fundação (APG), Richarlls Martins.
 
“Em um momento de intenso ataque à educação pública, à pós-graduação e a ciência e tecnologia no país, celebrar a semana de educação na instituição é mais do que fortalecer nossa produção, é marcar nossa perspectiva de democracia”, afirmou o representante da APG. Na mesma linha, Mychelle Alves defendeu a “educação pública, gratuita e de qualidade, para que a gente tenha um país mais justo e igualitário, e hoje estamos vivendo um processo em que tudo o que faz pensar criticamente está sendo atacado”.
 
Eduarda Cesse chamou atenção para o fato de 75% dos trabalhos inscritos para o Prêmio Oswaldo Cruz deste ano terem sido de autoria feminina, que também receberam a grande maioria das premiações. Ela agradeceu as autoras e autores das teses “de elevado valor para o avanço do campo da saúde, assim como os docentes que se dedicam ao ensino e à pesquisa na nossa instituição, com trajetórias acadêmicas de alto mérito”.
 
O simbolismo da cerimônia de entrega dos prêmios, em meio às dificuldades do contexto atual da educação pública e da ciência no país, também foi ressaltado pela vice-presidente Cristiani Machado: "É importante que possamos coletivamente valorizar o tipo de pesquisa que fazemos aqui, o entendimento da indissociabilidade entre a pós-graduação e a pesquisa, e do quanto os alunos contribuem em produzir conhecimento e trazer soluções para os problemas da nossa sociedade”, disse ela.
 
Em sua fala, a presidente da Fiocruz enfatizou o compromisso da instituição com iniciativas e movimentos “que têm hoje a ideia central de que ciência tecnologia e educação têm que ser vistos como investimentos no futuro do nosso país, não podem ser vistos por uma lógica contábil”. Nesse sentido, Nísia referiu-se ao engajamento da Fundação e outras instituições na campanha Ciência, pra que Ciência? (impulsionada pela SBPC contra o desmonte da Capes e do CNPq). Ela agradeceu ainda ao Conselho Deliberativo da Fiocruz pelo apoio a medida emergencial proposta pela presidência, garantindo recursos para manutenção de bolsas de pós-graduação.
 
Após a entrega da medalha a Cecília Minayo, os homenageados foram chamados para receberem individualmente seus certificados, sempre antecedidos por depoimentos em vídeo sobre suas teses premiadas. Confira os depoimentos e a lista completa dos premiados e seus orientadores.
 


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