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Pesquisa analisa redução segura e eficaz do uso de antidepressivos

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Publicado em:09/08/2019
Pesquisa analisa redução segura e eficaz do uso de antidepressivosEstá disponível on-line a íntegra do relatório de pesquisa Tecnologias de retirada de drogas psiquiátricas, realizada pelos pesquisadores Fernando Freitas e Camila Motta Gomes, fruto de parceria entre o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental da ENSP e o CEE-Fiocruz. A pesquisa buscou identificar a percepção da comunidade científica a respeito da viabilidade de tecnologias de redução segura e eficaz do uso de antidepressivos.

Segundo o pesquisador do Laps/ENSP, Fernando Freitas, a medicalização em psiquiatria tem se mostrado uma tendência internacional forte e transformado situações normais do cotidiano em problemas de saúde, principalmente, saúde mental.  "Hoje, a tristeza virou depressão e como tal uma doença passível de ser medicada", observou.

O pesquisador explicou, que desde a década de 80, quando foi lançado o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, proposto pela Associação Americana de Psiquiatria, vários comportamentos passaram a ser considerados como transtorno. "A saúde mental, em geral, é orientada pela psiquiatria, pelo modelo biomédico, que faz o diagnóstico e o tratamento psicofarmacológico".

A expectativa da pesquisa é saber o que a comunidade científica pensa a respeito da viabilidade de desenvolvimento de uma tecnologia que possa oferecer às pessoas, pelo SUS, uma redução segura e eficaz do uso de antidepressivos. Uma das tecnologias apontadas no estudo são as tiras de redução (tapering strips), desenvolvida na Holanda, em estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Maastricht.

A experiência consiste em doses atenuadas de medicação, fornecidas em embalagens de tiras. A redução obedece a um planejamento, com dosagens diárias, semanais e mensais, e em períodos mais ou menos lentos. "O ideal é a redução com acompanhamento médico, mas no Brasil temos vários obstáculos a isso, um deles é a formação médica pouco voltada para o campo da saúde mental e psicológica", avaliou Fernando.

"Infelizmente, uma parte razoável da comunidade cientifica é avessa ao procedimento de redução das drogas. Isso porque parte das pesquisas e periódicos científicos é financiada pela indústria farmacêutica", apontou ele.

Acesse o relatório da pesquisa Tecnologias de retirada de drogas psiquiátricas.

Acesse todos os relatórios de pesquisa do CEE-Fiocruz.
 

Fonte: Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz)
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