Busca do site
menu

Seminário discute o papel das vacinas na Agenda 2030

ícone facebook
Publicado em:24/06/2019

*Por Gustavo Mendelsohn de Carvalho e Ricardo Valverde

A Fiocruz sediou, em 13 de junho, o seminário Vacinas e Vacinação no Brasil: Horizontes para os Próximos 20 anos, promovido pela iniciativa Brasil Saúde Amanhã no contexto da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030. O evento trouxe contribuições para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, no tocante a vacinas e vacinações. A mesa de abertura contou com as presenças da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação, Marco Krieger, do coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha, do diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Hermano Castro, e do assessor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Akira Homma.
 

Seminário discute o papel das vacinas na Agenda 2030

O Seminário abordou aspectos relacionados ao campo da ciência, tecnologia e inovação, contemplando ainda obstáculos tecnológicos e regulatórios a serem superados. Paulo Gadelha afirmou que a questão de vacinações se relaciona de maneira quase natural com a Agenda 2030, “do ponto de vista da saúde pública uma das tecnologias mais efetivas”. A presidente Nísia Trindade abordou o encontro de perspectivas do tema discutido no Seminário e das comemorações dos 120 anos da Fiocruz, no próximo ano. “Nesse binômio vacina e vacinação, pensando não só no futuro da instituição, mas no futuro da saúde, duas palavras se destacam: soberania e democracia”, afirmou. Para Nísia, “o desenvolvimento científico pode até acontecer em contextos autoritários, mas toma outra direção se for conjugado com uma visão democrática”.

Na sequência teve início o painel Vacinas e vacinação no Brasil: Agenda 2030 na perspectiva do desenvolvimento sustentável, com a apresentação da assessora científica de Bio-Manguinhos, Cristina Possas. Ela descreveu um momento de grandes mudanças no paradigma científico e tecnológico, com uma nova geração de vacinas, “por outro lado, temos um cenário complexo de doenças emergentes e negligenciadas, no qual há uma crescente demanda por vacinas de pouco interesse comercial. Esta é uma oportunidade para países como o Brasil”. Para a pesquisadora, “o futuro da medicina está na imunoterapia, que vai permitir vacinas individualizadas, de acordo com o perfil genético dos indivíduos. Mas ela considera que persistem grandes desafios globais, “como a queda da cobertura vacinal, baixo investimento em vacinas pouco atrativas comercialmente e a necessidade de governança orientada para resultados”.

O assessor científico de Bio-Manguinhos e do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) Marcos da Silva Freire concentrou sua apresentação no tema Translação de vacinas – da bancada à produção, fazendo um breve histórico da produção de vacinas até os dias atuais, quando existem mais de 30 vacinas licenciadas com mais de 80 formulações diferentes, e uma expectativa de crescimento de US$ 50 bilhões até 2023, em um mercado concentrado basicamente em quatro grandes empresas. Ele revelou que hoje são mais de 800 vacinas em desenvolvimento tecnológico e mais de 400 em desenvolvimento clínico, “mas quanto mais incipiente um projeto maior o risco nas várias fases desse ciclo de desenvolvimento tecnológico, quando evolui o risco diminui, mas há maior necessidade de aporte de investimentos”. Freire afirmou que são necessárias muitas etapas” para se chegar a uma nova vacina, “é necessário um longo tempo, é normal se pensar em 10 a 20 anos, não tem como fazer uma vacina em curto prazo”.

Clique aqui e leia a matéria na íntegra. 

*Gustavo Mendelsohn de Carvalho e Ricardo Valverde são jornalistas da Agência Fiocruz de Notícias. 

 


Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Nenhum comentário para: Seminário discute o papel das vacinas na Agenda 2030