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Estudo da ENSP investiga risco dos resíduos sólidos à saúde

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Publicado em:13/03/2019
Estudo da ENSP investiga risco dos resíduos sólidos à saúdeNos últimos anos, há uma atenção especial aos resíduos sólidos urbanos devido ao potencial risco à saúde humana. Uma pesquisa do aluno de mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente, Sidney Fernandes Sales Junior, sob orientação de Fábio Veríssimo Correia e Enrico Mendes Saggioro, concluiu que o lixiviado de aterros de resíduos sólidos utilizado mostrou ser tóxico para a espécie Eisenia andrei em exposição aguda e crônica, gerando estresse oxidativo, cito e genotoxicidade.
 
Segundo dados do Sistema Nacional de Informação para o Saneamento, a prática de disposição final de resíduos sólidos em lixões ainda ocorre, trazendo riscos ao meio ambiente e, portanto, vedada pela Lei Federal nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. De acordo com essa Política, resíduos sólidos são definidos como todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade. Estes podem se encontrar nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água.
 
Entre os objetivos da pesquisa, citamos a caracterização físico-química e a determinação de metais de um lixiviado obtido em um importante aterro de resíduos sólidos urbanos do estado do Rio de Janeiro em junho de 2017; avaliação dos efeitos citotóxicos por meio da determinação da viabilidade, densidade e tipagem celular do sistema imunológico em ensaio crônico em minhocas Eisenia andrei; avaliação da toxicidade do lixiviado por meio de biomarcadores de estresse oxidativo (catalase, glutationa-S-transferase, glutationa, metalotioneína e peroxidação lipídica) em ensaio crônico para minhocas Eisenia andrei; e avaliação da genotoxicidade por meio do ensaio cometa em ensaio crônico para o organismo Eisenia andrei.
 
De acordo com o aluno, na amostra de lixiviado coletada e analisada foi possível observar altos níveis de Demanda química de Oxigênio (DQO), caracterizando uma alta carga de matéria orgânica, e de pH próximo ao neutro, mas já com características básicas. “Diante disso, é possível classificar este lixiviado como um subproduto de idade nova a intermediária (5 a 10 anos). Esta afirmativa corrobora com o tempo de operação do aterro sanitário escolhido correspondente a sete anos de operação (2011 a 2019)”, afirmou.
 
Outro resultado da dissertação refere-se à análise de componentes principais (ACP) que mostrou correlação entre os agentes antioxidantes e o efeito genotóxico, assim como entre a genotoxicidade e citotoxicidade, mostrando que sistema de defesa a contaminantes exógenos funciona de forma conjunta a fim de manter a homeostase celular.
 
A dissertação de Sidney Fernandes Sales Junior, intitulada Avaliação ecotoxicológica de lixiviado de aterro de resíduos sólidos utilizando minhocas da espécie Eisenia andrei: estresse oxidativo, citotoxicidade e genotoxicidade, foi apresentada em 20/2/19 na ENSP. Sidney é graduado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2016). Atualmente é doutorando em Saúde Pública e Meio Ambiente pela ENSP, além de graduando em Engenharia Civil pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência na área de toxicologia ambiental, atuando com as seguintes temáticas: Análises de Solo, Processos Enzimáticos Antioxidantes, Genotoxicidade e Citotoxicidade em organismos expostos principalmente a metais e lixiviado de aterro de resíduos sólidos. 
 

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