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Oficina debate impactos sociais do zika dois anos após epidemia

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Publicado em:04/05/2018

Qual é a situação vivida pelas famílias das crianças afetadas pelo vírus zika, mais de dois anos depois da epidemia no Brasil? Que dimensões sociais da doença foram ignoradas, e como tirá-las da invisibilidade? De que modo a discussão sobre o vírus é indissociável de um debate sobre os direitos reprodutivos das mulheres e sobre o aborto, por exemplo? Qual deve ser uma abordagem ética para os sujeitos de pesquisa com um tema tão delicado? Essas e outras questões estiveram em pauta nos dias 26 e 27 de abril na Fiocruz, na oficina Saúde Global: a epidemia de zika e interseções internacionais. Organizado pela Rede Zika Ciências Sociais, que reúne pesquisadores e instituições nacionais e internacionais, o evento teve um caráter de reunião de trabalho, com o objetivo explícito de não apenas apresentar estudos concluídos sobre o surto, mas também de avançar o conhecimento sobre a doença, por meio da troca de perspectivas e análises. Além da Fiocruz, a promoção do encontro ficou sob encargo do British Council, do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação, do Newton Fund e da rede Zikalliance.
 

Oficina debate impactos sociais do zika dois anos após epidemia

Na abertura do evento, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, ressaltou que a cooperação entre o Brasil e o Reino Unido na área de pesquisa científica é "extremamente profícua". Lima, que é socióloga, afirmou que o “surto de zika é completamente permeado questões sociais, o que se se exprime por exemplo nos temas dos determinantes sociais da saúde, dos direitos reprodutivos femininos e da liderança de mulheres nos movimentos sociais que surgiram para criar redes de apoio àqueles afetados”. Ela destacou ainda a “resposta imediata” da Fiocruz à epidemia, que se expressou tanto em protagonismo na área de pesquisa até iniciativas de vigilância e produção.

Após Lima, foi a vez do cônsul britânico no Brasil, Simon Wood, se pronunciar. Ele sublinhou a importância crucial de cientistas em emergências de saúde pública, uma vez que, em suas palavras, “políticos são particularmente ruins para responder a essas situações. Nestes cenários, é preciso não apenas ter um conhecimento científico profundo, mas ser capaz de articulá-lo de modo eficaz. Políticos muitas vezes podem sentir pânico e propor respostas sem respaldo na ciência”. Wood também manifestou altas expectativas em relação ao Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação, que objetiva “promover e expandir a pesquisa científica em áreas-chave como a saúde e as ciências biológicas”, observando que a oficina se encaixava perfeitamente no tipo de inciativa buscada.

O pesquisador da Gustavo Matta, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), que coordenou o encontro, afirmou que “ainda há muitas incertezas relacionadas ao zika. O objetivo deste encontro foi compartilhar experiências e informações, entre estudiosos de diferentes áreas do conhecimento, de modo a entender quais lições foram aprendidas, quais áreas merecem maior atenção e como a cooperação internacional pode atuar para fazer este enfrentamento”.

Clique aqui e leia matéria na íntegra. 


Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
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