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PREP no SUS: novo método de prevenção ao HIV começará a ser oferecido na rede pública

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Publicado em:19/07/2017

*Por Luiz Felipe Stevanim

PREP no SUS: novo método de prevenção ao HIV começará a ser oferecido na rede públicaO SUS está diante de um novo desafio na prevenção ao HIV/aids: incorporar o medicamento utilizado na pré-exposição ao vírus, que começa a ser oferecido na rede pública para populações consideradas sob maior risco de contrair o HIV. O método conhecido como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) consiste no uso diário de um medicamento antirretroviral - o Truvada - para prevenir a infecção pelo vírus. Para entender o impacto que esta nova estratégia terá na política de prevenção à aids no Brasil, Radis conversou com alguns especialistas  e ativistas dedicados ao tema, que apontam que a adoção da PrEP no SUS é um passo importante, mas que ainda precisa ser expandido para toda a população. A utilização da PrEP já vinha sendo estudada e recomendada por especialistas como um método complementar de prevenção ao HIV (Radis 171). O primeiro estudo demonstrativo no país, coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), avalia a aceitação, a viabilidade e a melhor forma de oferta desta estratégia. Porém, a decisão de oferecer o medicamento no SUS - ainda que inicialmente a populações consideradas "sob risco" - foi adiada pelo Ministério da Saúde no fim de 2016. A PrEP se soma agora ao uso da camisinha - que continua sendo o principal método de prevenção da aids - e à PEP (Profilaxia pós-exposição) para evitar a infecção pelo vírus.

O prazo para que o novo método de resposta ao HIV seja incorporado ao SUS é de 180 dias após a publicação da portaria do Ministério da Saúde (31/5), que definiu o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da PrEP e alterou o registro do Truvada, para que ele possa ser usado também de forma preventiva. A estratégia será oferecer o medicamento para uso preventivo a populações consideradas mais vulneráveis ao HIV, como profissionais de saúde, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes (um dos parceiros é soropositivo e o outro, não). Para aderir à prevenção, será preciso passar por uma avaliação feita por profissionais de saúde sobre a vulnerabilidade do paciente, que vai considerar comportamento sexual e outros contextos de vida. Para que tenha efeito, a PrEP precisa ser de uso contínuo, ou seja, o medicamento deve ser tomado todos os dias.

De acordo com o Ministério da Saúde, a PrEP será implantada inicialmente em 12 cidades - Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto - e expandida, gradativamente, para o restante do país. Segundo os estudos, a eficácia na prevenção com o uso do Truvada é de mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado corretamente. Mas a PrEP não substitui a camisinha, que continua sendo a forma mais efetiva de proteção contra as outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), como sífilis, gonorreia, hepatites B e C.

Para as pessoas escutadas pela Radis, o uso do medicamento na pré-exposição será mais um método para evitar a infecção pelo vírus, mas vai exigir treinamento dos profissionais de saúde e disposição para expandir o uso para toda a população. Inicialmente restrito a grupos considerados mais vulneráveis ao vírus, o novo passo também reacende o debate sobre a necessidade de superar a ideia de “grupos ou populações de risco” e vencer os estigmas em torno do HIV.

Leia aqui a reportagem na íntegra

*Luiz Felipe Stevanim é repórter da Revista Radis.


Fonte: Revista Radis
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