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Hermano Castro é reconduzido ao cargo de diretor da ENSP e apresenta equipe

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Publicado em:08/06/2017
Hermano Castro é reconduzido ao cargo de diretor da ENSP e apresenta equipeFoi reconduzido ao cargo de diretor da ENSP para o quadriênio 2017-2021, nessa terça-feira (6/6), o médico pneumologista e coordenador por quatro mandatos do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), Hermano Castro. Diante do auditório lotado que saudou o diretor, a presença que mais o emocionou foi a de sua mãe Erani, e a ela ele se dirigiu, olhos nos olhos, para agradecer à guerreira que foi, educando com o marido, quatro filhos militantes. "Ao me reeeleger, a ENSP faz uma aposta num determinado modelo de gestão, mas a conjuntura atual é diferente de quaro anos atrás. A Fiocruz precisa estar unida para enfrentar o que está lá fora. O futuro é duvidoso. A cada dia sofremos mais agressão aos direitos trabalhistas." Ele ressaltou que o novo mandato vai ser marcado por três princípios: defesa do SUS, transparência pública e defesa da democracia participativa. Na posse, estavam presentes a presidente da Asfoc-SN, Justa Helena Franco; a coordenadora da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz/RJ, Luciene Aguiar; e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. Em sua fala, Nisia afirmou sua crença na política a partir do pensamento crítico e da mobilização social para promover inclusão social e parabenizou o diretor e sua equipe. "As palavras nos impulsionam, mas também as ações integrativas com as instituições científicas e os movimentos sociais", afirmou Nísia.
 
Ao anunciar a equipe que comporá o organograma da Escola, Hermano destacou a Vice-Direção de Ensino, que passará a ser conduzida por Lúcia Dupret, há 13 anos na coordenação da Educação a Distância da ENSP. Hermano lamentou a saída de Tatiana Wargas dessa Vice e teceu elogios à sua gestão. “Sua liderança levou a ENSP a profundas mudanças no Regimento Interno. Ela deixou sua marca no respeito à vontade dos coletivos.” Durante a gestão de Tatiana, foi proposto ao Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva um documento construído pela Comissão Geral de Pós-Graduação Stricto Sensu da ENSP, e com todos os coordenadores efetivamente assinando-o. Foi a primeira vez que se chegou a um consenso interno de uma discussão mais crítica dos modelos de avaliação. A Vice de Ambulatório e Laboratório continuará a cargo de Fátima Rocha, substituta de Marcos Menezes desde que ele assumiu a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, em janeiro de 2017. Assim como Rosa Maria Pinheiro Souza, que continuará na Vice de Escola de Governo em Saúde. Neste momento, Hermano também agradeceu à Frederico Peres da Costa, que anteriormente conduziu esta Vice. "Seu trabalho foi fundamental na construção de uma política com o SUS, estimulando a formação em rede e a atuação da Escola na esfera internacional, principalmente o intercâmbio com Cuba." Na de Pesquisa, foi mantida Sheila Mendonça, e na de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Alex Molinaro, bastante aplaudidos pelo público de trabalhadores, estudantes e autoridades presentes ao evento.
 
A cerimônia foi coroada pela conferência O Desafio da Conjuntura e a Saúde no Brasil, com a professora e pesquisadora da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getlio Vargas e cientista política Sonia Fleury, coordenada pelo pesquisador Paulo Amarante, que a elogiou por ter trazido para a saúde coletiva a reflexão profunda da área de Ciência Política. Amarante e lembrou do título de musa da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que ela ganhou. A palestra de Fleury foi uma injeção de ânimo para os descrentes da política brasileira.
 
Ela começou sua palestra perguntando “O que dizer sobre a conjuntura nacional?”. E, ao mesmo tempo, respondeu: “Não tenho bola de cristal. Não está fácil ser analista de conjuntura.” Para Fleury, o que separa a direita da esquerda é a Campanha “Nenhum direito a menos” porque as “Diretas Já” e o “Fora Temer” são defendidos pelos dois lados. Na opinião dela, é necessário conquistar o centro, “porque o Brasil não é, e nunca foi, de esquerda.” Mas chamou a atenção no sentido de não podermos reproduzir nas instituições o discurso fragmentário que está na sociedade. “Faço votos que consigamos nos unir aqui. A Ciência tem a capacidade para transformar a realidade, torná-la mais justa. Temos que construir bases de coalizão para fazer frente a essa realidade.” Ela salientou, no entanto, que o debate coletivo tem a função também de aporte emocional, para diminuir a descrença da política nacional. “Se desacreditamos dela, o que nos sobra?” E acrescentou: “ Política é o lugar que tem regras e valores; é o que nos faz diferente como humanos, caso contrário, é a barbárie. Temos que juntar forças para que não seja desmontado o capítulo da Ordem Social  da Constituição Federal de 1988 (seguridade social, saúde, previdência social, assistência social, educação, cultura, desporto, ciência, tecnologia e inovação, comunicação social, meio ambiente, índios, e família, criança, jovem e idoso), como vem acontecendo, pois ele foi uma grande conquista.”
 
Ao encerrar, Fleury alertou para a “3ª Reforma Sanitária” em curso. A 1ª criou o Sistema Único de Saúde, e a 2ª introduziu as organizações sociais no sistema. Para ela, essa “3ª Reforma”, que o governo João Doria já está fazendo em São Paulo, é a criação do Sistema Nacional de Saúde, unindo a rede pública e privada, dando maior poder de decisão ao setor privado para desenhar a Política Nacional de Saúde. Essa reforma, disse ela, quer, na verdade, acabar com a Reforma Sanitária, que começou nos anos 1970, e cujo resultado foi garantir, na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. Então, “não basta resistir, temos que atualizar o projeto nacional desenvolvimentista, soberano, sustentável, universal e inclusivo. É um enorme desafio a construir.”
 
Em breve, a ENSP irá disponibilizar, em seu canal do Youtube, o vídeo da palestra completa da cientista política Sônia Fleury. 
 


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