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'Cadernos de Saúde Pública' debate a crise de financiamento da pesquisa

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Publicado em:30/05/2017
'Cadernos de Saúde Pública' debate a crise de financiamento da pesquisaA revista Cadernos de Saúde Pública (volume 33 número 4),disponível on-line, destaca a crise no financiamento da pesquisa e pós-graduação no Brasil. Os pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Egberto Gaspar de Moura e Kenneth Rochel de Camargo Junior assinam o editorial, onde informam que, de 2007 a 2014, o Rio de Janeiro e quase todos os estados brasileiros experimentaram um ciclo raro de financiamento contínuo à pesquisa e pós-graduação. Foi um período em que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desevolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e as fundações estaduais de amparo às pesquisas (FAPs) tinham recursos generosos aplicados no restabelecimento da infraestrutura de pesquisa e na criação e consolidação de cursos de pós-graduação. Em 2015, uma crise econômica, seguida por uma crise política sem precedentes, que resultou no impeachment da Presidente Dilma Rousseff, interrompeu de forma drástica esse ciclo virtuoso, explicam eles. “O que aconteceu foi o corte de financiamento de auxílios de pesquisa e bolsas em praticamente todas as agências federais e estaduais de fomento à pesquisa. No Estado do Rio de Janeiro, essa crise foi mais dramática, visto que o estado vinha tendo um desenvolvimento invejável em seu parque científico e tecnológico.” CNPq e Capes continuam a ser agências fundamentais para o pagamento de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, mas seus recursos para auxílios à pesquisa são de magnitude inferior aos que a Faperj vinha oferecendo de 2007 a 2014. Segundo eles, as consequências desse processo são o alijamento de estudantes de baixa renda do Ensino Superior, a desmotivação de novos talentos para a pesquisa, a evasão de cérebros para outros estados e, principalmente, para fora do país. ivale a matar a proverbial galinha dos ovos de ouro. Eles alertam que a área de Saúde Coletiva, por exemplo, por sua própria natureza, só subsiste com o financiamento público, e esta é uma área que tem historicamente prestado serviços relevantes à população brasileira.  
 
Um dos artigos da publicação Desafios para a coleta de sangue e análise bioquímica em um grande estudo multicêntrico realizado em escolas com adolescentes: lições do ERICA no Brasil, é de autoria de Felipe Vogt Cureau, Aline Henz, Camila W. Schaan, Gabriela Heiden Telo, Beatriz D. Schaan, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Katia Vergetti Bloch,  Moyses Szklo, Thiago Luiz Nogueira da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Carlos Henrique Klein, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; Cecília Lacroix de Oliveira, Denise Tavares Giannini, Gabriela de Azevedo Abreu, Maria Cristina Caetano Kuschnir, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Elisa Brosina de Leon, da  Universidade Federal do Amazonas; Glauber Monteiro Dias,  do Instituto Nacional de Cardiologia; Kênia Mara Baiocchi de Carvalho, da Universidade de Brasília; Laura Augusta Barufaldi, do Ministério da Saúde; Renan Montenegro Jr., da Universidade Federal do Ceará;  Ulf Ekelund, da Norwegian School of Sports Science, Norway. O Estudo de Riscos de Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) é um estudo pioneiro que tem como objetivo avaliar a prevalência de fatores de risco cardiovascular, incluindo componentes da síndrome metabólica, entre adolescentes brasileiros. Este artigo tem como objetivo descrever os aspectos metodológicos relacionados com a coleta de sangue, assim como informar os resultados da preparação, transporte, armazenamento e exames no ERICA. A logística adotada no ERICA foi bastante exitosa e sua descrição, tal como as dificuldades experimentadas no Brasil, podem informar e facilitar o planejamento de futuros estudos, especialmente nos países em desenvolvimento.
 
Confira, aqui, todos os artigos do volume 33 número 4  da revista Cadernos de Saúde Pública de abril de 2017.

Fonte: CSP

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