Revista sobre comunicação, saúde e educação traz artigos da ENSP
Publicado em:19/09/2016
A nova edição da revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação já está no ar e traz artigos de pesquisadores da ENSP. O primeiro trata do enfrentamento ao tráfico sexual de mulheres na ótica dos agentes institucionais de dois diferentes países, Brasil e Portugal, e conta com participação de Edinilsa Ramos de Souza, do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves). O segundo artigo aborda a questão do tratamento compulsório da tuberculose. Foi escrito pelo pesquisador Pablo Dias Fortes, do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, e está na seção ‘Debates’ da revista. Esse último texto recebeu comentários e teve réplica. Confira.
O artigo Enfrentamento ao tráfico sexual de mulheres na ótica dos agentes institucionais de Brasil e Portugal traz reflexões sobre as facilidades e dificuldades desse enfrentamento ao tráfico sexual de mulheres. Ele é fruto de um estudo exploratório de natureza qualitativa em que foram entrevistados representantes de instituições governamentais e não governamentais do Brasil e de Portugal.
‘No estudo, foi verificada a existência de vários obstáculos: desde uma legislação dúbia, estigmatização das mulheres, morosidade investigativa, naturalização de práticas violadoras até falta de recursos. Em contrapartida, perceberam-se avanços, como a gradativa visibilidade e sensibilidade social ao tema; ações de parceria entre as instituições, assim como a busca de diálogo e aprendizado com os grupos representativos dessas pessoas’.
Além de Edinilsa, são autores do artigo José Gonçalo Zúquete e Suely Ferreira Deslandes, ambos pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF).
A justa dose da medida: o tratamento compulsório da tuberculose em questão foi o artigo escrito por Pablo Dias Fortes, que teve como objetivo contribuir com a discussão sobre o tratamento compulsório da tuberculose a partir da problematização de algumas de suas implicações éticas. Para tanto, procura pôr em questão antinomias encontradas na defesa sanitária e jurídica da medida, analisando-a, ao final, sob o prisma de quatro sentidos do conceito de justiça.
Pablo aponta, no artigo, que ‘atualmente, no Brasil, a taxa de abandono do tratamento da TB tem sido estimada acima dos 10% dos casos notificados, mais que o dobro dos 5% preconizados pela OMS. Isso significa que, dos 73 mil indivíduos diagnosticados por ano, ao menos sete mil deles – em sua maioria homens adultos, pobres, de baixa escolaridade e usuário de álcool e/ou outras drogas – continuam a circular, sem acompanhamento médico, sobretudo, pelos grandes centros urbanos.
Réplica:
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