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'O encontro com o outro': documentário é apresentado e debatido no Hélio Fraga

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Publicado em:28/12/2015
Irlan Peçanha 
 
'O encontro com o outro': documentário é apresentado e debatido no Hélio FragaO Centro de Referência Prof. Hélio Fraga (CRPHF/ENSP) apresentou o vídeo O encontro com o outro, do romancista e historiador Joel Rufino dos Santos. O evento, idealizado pelo pesquisador do CRPHF Pablo Dias Fortes, prestou uma homenagem ao intelectual e promoveu o encontro entre trabalhadores do Centro e pesquisadores de outras instituições para apresentar parte de suas ideias e obras.
 
Joel Rufino, em sua obra, detalha o conceito de democracia racial e de cultura universal. Para ele, a todo instante aparecem processos culturais independentes, ou seja, autônomos. Tais processos produzem seus intelectuais que educam e criam. Segundo o romancista, a democracia e os direitos humanos não são universais. Inicialmente, o historiador pensou em tratar da questão racial, mas depois optou por falar do outro mais genérico e dentro desse outro, ele incluiu o outro específico, que é o negro. Segundo Joel, existem dois outros, um para o outro que são o intelectual e o pobre. O intelectual é um outro para o pobre e vice-versa.
 
No documentário apresentado, o historiador definiu o pobre na visão dos sociólogos, a dificuldade de mensurar e a pouca valia nas análises sociológicas. Segundo ele, o pobre não é uma categoria imprecisa como a sociologia afirma dizer, o pobre é um sujeito.
Durante o vídeo, foram apresentadoa trechos de Angústia, de Graciliano Ramos e o Bumba meu boi – Festival de folclore em Olímpia SP.  Joel definiu ainda o intelectual como um grupo social que presta serviços importantes a dominação social. Abordou também a questão da democracia racial no Brasil, que para o historiador, essa ideia foi elaborada e imposta para a sociedade brasileira. Após a apresentação do vídeo, que durou aproximadamente 50 minutos, houve um grande debate entre os presentes. O encontro aconteceu no dia 16/12. 
 
Jose Rufino dos Santos
 
Nasceu em Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro, em 1941. Entrou para faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, começou sua carreira de professor, onde dava aulas para o curso de pre- vestibular, no grêmio da faculdade. Conviveu com grandes pensadores, foi um dos coautores da história Nova do Brasil, ou seja, um marco da historiografia brasileira. Em 1964, procurou asilo na Bolívia e depois no Chile. Voltou ao Brasil, foi preso três vezes e com a aprovação da Lei da Anistia, foi reintegrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na Faculdade de Letras e na Escola de Comunicação, da UFRJ.
 
Sua última função pública foi no tribunal de Justiça, onde exerceu, a função de Diretor Geral de Comunicação. Promovendo o Desenforcamento de Tiradentes e promoveu também, um baile charme onde o povo negro foi convidado, como criador da beleza e como pensador.
 
Joel Rufino escreveu inúmeros livros, ensaios, artigos e participações em coletâneas. Ele foi casado, teve dois filhos e quatro netos.  O historiador faleceu em 4 de setembro de 2015, por complicações decorrentes de uma cirurgia cardíaca.   

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