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Saúde coletiva brasileira é destaque na nova edição do CSP

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Publicado em:22/10/2015
Saúde coletiva brasileira é destaque na nova edição do CSPA saúde coletiva brasileira no Congresso da Abrasco 2015 é o destaque do editorial da edição de agosto de 2015 da revista Cadernos de Saúde Pública (vol.31 n°7). Inspirados no papel do movimento da reforma sanitária e nas bandeiras expressas como "saúde e democracia" durante as décadas de 1970 e 1980, decisivas para a reconquista do direito de escolha dos brasileiros, a diretoria da Abrasco, junto aos diversos e inúmeros fóruns do congresso, definiram o tema desse congresso: Saúde, Desenvolvimento e Democracia: O Desafio do SUS Universal. Foram 118 mesas-redondas e palestras e 479 sessões com a apresentação de 3.509 trabalhos, além de 60 cursos e oficinas de trabalho. Esta edição expõe vários artigos de pesquisadores da ENSP sobre regulamentação ética de pesquisa, obesidade de indígenas, violência intrafamiliar, e incidência de Aids em idosos.
 
Na seção Perspectivas, o artigo A proposta de regulamentação ética da pesquisa clínica apresentada ao Senado Brasileiro não interessa aos participantes de pesquisa, os pesquisadores Sergio Rego, da ENSP, e Marisa Palácios, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, denuncia que o sistema de avaliação ética da pesquisa científica no Brasil está sob ameaça. Foi elaborado e submetido ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que busca regular a realização de ensaios clínicos no Brasil. Segundo os autores, esse projeto só leva em consideração o sistema CEP-Conep (Comitê de Ética em Pesquisa-Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) quando tenta justificar sua desarticulação com dois argumentos: (1) o vácuo legislativo sobre a matéria, posto que as diretrizes existentes são “normas infra-legais”; (2) que o processo de revisão ética das pesquisas atualmente em vigor é “ineficiente, anacrônico e eivado de graves distorções”. Não se trata, todavia, de um projeto que manifeste uma preocupação com as pesquisas científicas realizadas no país, mas tão-somente com os ensaios clínicos de produtos para a saúde que possam entrar no mercado brasileiro.
 
O artigo Obesidade e excesso de peso em adultos indígenas Xukuru do Ororubá, Pernambuco, Brasil: magnitude, fatores socioeconômicos e demográficos associados, produzido pelos pesquisadores da ENSP Thatiana Regina Fávaro, Ricardo Ventura Santos, Geraldo Marcelo da Cunha, Iuri da Costa Leite e Carlos E. A. Coimbra Jr., é um estudo transversal que descreve a distribuição de excesso de peso e obesidade e sua associação com variáveis demográficas e socioeconômicas entre 794 adultos indígenas, de 19 a 59 anos, da etnia Xukuru do Ororubá, povo indígena cujas terras estão localizadas no Município de Pesqueira, agreste de Pernambuco, Brasil. Status socioeconômico e interação sexo masculino e renda per capita elevada apresentaram associação com obesidade. Assim como observado em outras populações indígenas, os achados sugerem que os Xukuru estão atravessando um acelerado processo de transição nutricional.
 
Proposição de um índice do enfrentamento governamental à violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes é o título do artigo dos pesquisadores Suely Deslandes e Corina Helena Figueira Mendes, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz , e Liana Wernersbach Pinto, da ENSP,  que apresenta o processo de construção do Índice de Enfrentamento de Violência Intrafamiliar (IEVI), cujo objetivo é avaliar estratégias da gestão municipal em face dessa violação de direitos infantojuvenis. Sua formulação envolveu análise preliminar de indicadores de estudos anteriores e técnica grupo nominal com especialistas. Foram selecionados quatro indicadores: existência de Plano Municipal de Enfrentamento das Violências contra Crianças e Adolescentes; existência de fluxo intersetorial para atendimento e acompanhamento de crianças e adolescentes em situação de violência intrafamiliar e suas famílias; taxa de Conselhos Tutelares por habitantes do município; e existência, nas redes municipais de educação, assistência social e saúde, de instrumentos padronizados para notificação/comunicação das situações de violência contra crianças e adolescentes. 
 
O artigo Dinâmica espacial da incidência da Aids em idosos no Rio de Janeiro, Brasil, 1997-2011, de autoria dos pesquisadores da ENSP Nádia Cristina Pinheiro Rodrigues, Andrea Sobral de Almeida, José Ueleres Braga , Gisele O'Dwyer,  Regina Paiva Daumas, Valéria Teresa Saraiva Lino, Mônica Kramer de Noronha Andrade, Mônica Bastos de Lima Barros; e Denise Leite Maia Monteiro e Paulo Cavalcante Apratto Junior, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem como objetivo avaliar tendências temporais e espaciais da epidemia de Aids em idosos no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A epidemia de AIDS começou no litoral sul do estado e, gradualmente, chegou às cidades vizinhas. As maiores taxas da doença foram encontradas em regiões em torno do Rio de Janeiro e Niterói. Em 2002-2006, na cidade de Niterói, foram observadas as maiores taxas suavizadas no período: 11,87/100 mil (homens) e 5,08/100 mil (mulheres). Os índices de AIDS em idosos têm estabilizado nas últimas décadas. Maior atenção deve ser dada ao grupo idoso para evitar a progressão da doença na população, sugerem os pesquisadores.
 
Confira na íntegra o volume 31, número 8 da revista Cadernos de Saúde Pública.


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