INFORME ENSP

Na quinta-feira, 9 de julho, foram apresentados, no Amapá, os resultados do Perfil da Enfermagem no Brasil para o referido estado, pela pesquisadora da ENSP e coordenadora geral da pesquisa, Maria Helena Machado. A notícia foi repercutida pela rádio DiárioFM e pelo jornal Diário do Amapá Online. O estudo mostra que o Amapá tem o mesmo índice nacional no que diz respeito ao quantitativo de funções: 80% dos profissionais que trabalham no estado são técnicos de enfermagem, enquanto que 20% são enfermeiros. Confira a íntegra da reportagem.

Amapá tem o melhor perfil na área de enfermagem em nível nacional
Diário do Amapá Online
9/7/2015

Levantamento feito pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) em todo o Brasil mostra que os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam no Amapá são os mais bem remunerados, os mais preparados, os menos estressados e a categoria tem o maior contingente masculino do país. O resultado da pesquisa foi apresentado com exclusividade na manhã desta quinta-feira, 9, pela coordenadora geral da Fiocruz, Maria Helena Machado, durante entrevista no programa Luiz Melo Entrevista (DiárioFM 90.9).

O estudo mostra, ainda, que o Amapá apresenta o mesmo índice nacional no que diz respeito ao quantitativo de funções: 80% dos profissionais que trabalham no estado são técnicos de enfermagem, enquanto que 20% são enfermeiros.

"O Amapá foi uma grata surpresa na pesquisa, porque apesar dos sérios problemas que a área de saúde enfrenta desponta como a unidade da federação que mais valoriza os seus profissionais, tanto que os profissionais se destacaram, também, no quesito humanização, isto é, são os menos estressados, significando dizer que são os que melhores atendem os pacientes", pontuou Maria Helena.

Dois pontos negativos, no conceito da coordenadora, entretanto, é o fato de o estado absorver poucos enfermeiros e mais auxiliares: enfermeiros (aqueles que possuem curso superior) representam apenas 13% dos profissionais que atuam no Amapá, e o maior empregador é o Poder Público, que absorve 75% da mão de obra, mostrando, via de conseqüência, que o Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior empregador.

"Quero deixar bem claro que quanto à questão salarial, em que o Amapá emerge como o estado que melhor remunera esses profissionais, a categoria é muito mal paga no país todo, inclusive no Amapá. É negativa, também, a remuneração dos subsalários, que não passam de R$ 1 mil", revela, acrescentando que outro item positivo para o estado é o grau de escolaridade: "O Amapá ganha disparado no grau de escolaridade dos profissionais de enfermagem, fato que deve ser considerado pelo Poder Público para valorizar e, consequentemente, dar o tratamento merecido para a categoria".

Ao analisar a realidade do mercado nacional e regional para esses profissionais, tomando como base a pesquisa, Maria Helena Machado afirma que o Brasil está "preparado" para absorver a mão de obras: "No Amapá, por exemplo, muitos municípios são totalmente desassistidos e enfrentam graves problemas de infra-estrutura médica. O Poder Público precisa observar que a população tem necessidade de mais enfermeiros, e levar em conta que mais de 70% de todos os profissionais atuam na capital, o que é extremamente negativo, porque o estado possui áreas florestais enormes, rios em abundância, com distâncias difíceis de percorrer. Tem-se que adotar políticas ostensivas para aumentar a população de profissionais nessas localidades mais afastadas", sugere.

A importância vital dos profissionais de enfermagem é reconhecida pela coordenadora geral da Fiocruz: "Há que se levar em conta, porque isso é recorrente não apenas especificamente no Amapá, como também em todo o País, que, dependendo da especialidade, hoje esses profissionais até substituem os médicos em muitos procedimentos, por isso a categoria precisa ser reconhecida e mais valorizada".