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Estudo sobre Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado na Bahia

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Publicado em:29/05/2015
Estudo sobre Perfil da Enfermagem no Brasil é lançado na BahiaNo Estado da Bahia, a equipe de enfermagem é composta de 75% de técnicos e auxiliares e 25% de enfermeiros, com elevada concentração (73%) na capital. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional da Bahia (Coren/BA). Apesar de 67% dos entrevistados terem apontado como extremamente desgastante o desempenho de sua rotina de trabalho, ela foi considerada satisfatória por 73,8% dos pacientes e familiares atendidos. O lançamento da pesquisa foi realizado no Centro de Cultura da Câmara dos Vereadores, nesta sexta-feira.
 
O Perfil da Enfermagem na Bahia
 
A pesquisa foi realizada em todo o estado da Bahia, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, num total de mais de 58 mil profissionais. No quesito mercado de trabalho, a maioria (63%) declarou exercer apenas uma atividade: o setor público concentra 50% dos trabalhadores empregados; o privado 33,8%; o filantrópico 26%; e as atividades de ensino 7,6%.
 
Renda mensal
 
Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,5% dos trabalhadores recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de profissionais (12,7%) que declararam ter renda total mensal de até 1.000 reais.
 
Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem, o público (15,6%), o privado (12%), o filantrópico (13%) e o de ensino (14%) apresentam subsalários (renda igual ou inferior a 1.000 reais). Nestes, os vencimentos de mais de 60% (filantrópico); 32% (ensino); 40% (público); e 47% (privado) do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.
 
Masculinização
 
A equipe de enfermagem na Bahia é predominantemente feminina, sendo composta por 87,2% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 12,2% dos homens. “No início dos anos 1990, a porcentagem dos homens na profissão em todo país era de 2% a 3%. Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização, com o crescente aumento do contingente masculino. Essa é uma situação que vem se firmando”, revela a coordenadora do estudo, a pesquisadora Maria Helena Machado.
 
Profissionais qualificados
 
O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem da Bahia. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 20,8% reportando nível superior incompleto e 9,9% tendo concluído curso de graduação. 
 
Desemprego aberto
 
Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 74,5% dos profissionais de enfermagem. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 9,4% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.
 
Conduta profissional
 
A pesquisa mostra, além da confiança da chefia (77,4%) com o trabalho da equipe, liberdade de expressão dos profissionais com seus superiores (61,1%). Além disso, 63% afirmaram existir cordialidade por parte da chefia e, no tocante à conduta profissional dia a dia, 71% dos colegas de trabalho disseram respeitar o trabalhador da enfermagem.
 
Ambiente de trabalho
 
Quando se pergunta da existência de violência no ambiente do trabalho, 63,2% afirmam não existir. Por outro lado, apenas 26% dos profissionais se sentem protegidos contra qualquer tipo de agressão nos seus empregos.
 
Jornada de trabalho
 
Quanto à jornada de trabalho da equipe de enfermagem, encontramos 10,3% de profissionais trabalhando até 30 horas; 54% trabalhando 60 horas; e 18% trabalhando mais de 60 horas semanais, em regimes de trabalho diferenciados, trabalho diário plantão e por hora trabalhada.
 
O Perfil da Enfermagem no Brasil
 
O Perfil da Enfermagem no Brasil é o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina. Além de inédito, o estudo abrange um universo de 1,6 milhão de profissionais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,7 milhão). 
 
A pesquisa, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos). 
 
“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado. 
 
A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade. Não se faz Saúde sem recursos humanos, e a equipe de enfermagem representa mais da metade desse contingente”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Carlos Neri.

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