Instalado núcleo da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária
Publicado em:15/04/2014
O núcleo pernambucano da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária (CVRS) foi instalado, no dia 8/4, em solenidade realizada no auditório da Fiocruz Pernambuco. Estudantes, professores e pesquisadores prestigiaram o evento, que foi aberto com a exibição do filme O dia que durou 21 anos, do Ministério da Justiça, sobre o Golpe Militar de 1964. A presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária, Anamaria Tambellini, explicou o contexto histórico que resultou na criação dessa Comissão pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pelo Centro de Estudos Brasileiros em Saúde (Cebes). O objetivo é investigar as violações de direitos humanos praticados por agentes do estado no período da ditadura (1964 – 1985) contra trabalhadores da saúde – um termo entendido de forma ampla, englobando inclusive alunos e professores da área de saúde na época.
“Temos que mostrar as histórias desses companheiros que foram torturados, marcados e ninguém sabe”, afirmou a coordenadora. Os relatos poderão ser registrados por quem foi vítima ou testemunha via internet, no site da Comissão http://cvrs.icict.fiocruz.br/
“O primeiro passo foi dado hoje”, disse a pesquisadora da Fiocruz PE, Lia Giraldo, responsável pelo núcleo da comissão em Pernambuco. “A ideia da comissão é construir um trabalho em rede, colaborativo, somando esforços para que a iniciativa tenha sucesso”. A coordenadora do Centro Estadual de Apoio às Vítimas de Violência, Tadzia Negromonte, da Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos, ministrou palestra, mostrando o trabalho que é desenvolvido pela secretaria nesse campo e o apoio que já está sendo dado ao núcleo da CVRS.
O coordenador da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, Fernando Coelho, saudou a criação do núcleo local, na expectativa de que, trabalhando de forma conjunta, cada qual em sua área possa contribuir para a consolidação das instituições democráticas no país. O diretor da Fiocruz PE Sinval Brandão Filho lembrou o fato de que a Fiocruz sofreu o impacto direto do Golpe de 1964, com a cassação de diversos cientistas do Instituto Oswaldo Cruz. “A Fiocruz foi diretamente vítima desse processo que interrompeu a trajetória democrática que o Brasil vinha consolidando nos anos 50”, explicou, destacando a importância do trabalho da comissão para o resgate dessa memória e para servir de lição para que essa história jamais se repita.
Fonte: Fiocruz Pernambuco
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