Busca do site
menu

Seminário debate translação e gestão do conhecimento

ícone facebook
Publicado em:14/11/2013
Amanda de Sá

Seminário debate translação e gestão do conhecimentoA Escola Nacional de Saúde Pública sediou o 3º Seminário Internacional de Avaliação em Saúde: avaliação, translação e gestão de conhecimento na pesquisa em saúde. O encontro aprofundou a reflexão sobre as abordagens das instituições quanto à produção de conhecimento técnico-científico, considerando as inovações em saúde e, em particular, a pesquisa avaliativa. Participaram dos debates Zulmira Hartz, vice-diretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IMHT/UNL), Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR), Carlos Morel, coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), Sheila Ferraz, vice-diretora de Pesquisa da ENSP, e Marly Cruz, chefe do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp).

Sheila Ferraz destacou que a avaliação em pesquisa é um tema pertinente à Escola. “A ENSP tem um papel importante em relação a isso não apenas porque é um lugar onde se faz interação direta com o público, mas também por ser um vórtice para onde convergem todos esses interesses da produção até a utilização prática da ciência. Hoje, temos, na Escola, o desafio de recuperar essa translação, essa integralidade, e readequarmos nossos processos de trabalho. A ENSP foi originalmente muito mais próxima a essa questão do desafio do conhecimento, do serviço e do atendimento em saúde.”

Segundo Zulmira Hartz, a primeira parte da translação é a partilha. "Quando eu fui fazer minha tese, eu tinha um propósito: tinha de servir por meio dos canais de formação, para veicular aquilo que eu já tivesse aprendido e mobilizar pessoas." A pesquisadora apresentou ainda as teorias do conhecimento – uso e mau uso do conhecimento, difusão, intervenção, transferência e translação. Para Zulmira, a produção do conhecimento nos dias atuais já é em si uma translação. Ela explica que o modelo antigo era que a ciência estava acima de tudo e possuía certeza, objetividade, frieza e distanciamento. Hoje, a pesquisa transforma essa ideia e traz uma concepção de algo incerto, que trabalha com a experimentação.

O conhecimento, segundo a pesquisadora, se move em dois sentidos, tanto do lado da oferta como da demanda. "Numa perspectiva de saúde global, é muito importante ultrapassar as oposições do indivíduo, sociedade, país desenvolvido, país não desenvolvido. Não basta mais apenas a avaliação baseada na utilização, tem de ser baseada na equidade, o que significa um esforço para realmente mostrar a desigualdade e onde elas estão. A avaliação tem de ter o cuidado em realçar as diferenças."

Zulmira destacou, ainda, os cuidados que se deve ter com a translação do conhecimento, como: ser seletivo para veicular as informações que serão transmitidas, trabalhar com o bom senso e sempre contextualizar os resultados. "A translação do conhecimento é um processo interativo, multidimensional, que integra todos os ciclos da pesquisa", apontou.

Rodrigo Stabeli deu destaque à pesquisa translacional, que vai desde a pesquisa de base até a aplicação. Segundo Rodrigo, nós estamos hoje no século do conhecimento. "Se nós não dominarmos a ciência, estamos fadados a perder as conquistas que tivemos em nosso sistema de saúde. Discutir avaliação, translação e gestão do conhecimento e pesquisa em saúde está dentro desse tema." Para Rodrigo, o grande desafio do século XXI é olhar para os avanços dentro do sistema de saúde e definir como é possível fazer com que a ciência e a tecnologia cheguem efetivamente ao acesso da população.

Já Carlos Morel, coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), destacou que a nova face da inovação em saúde é trabalhar em rede. Por fim, Carlos apontou os problemas dos ensaios clínicos, como o tempo para a realização e a incerteza dos resultados, os quais podem variar de acordo com o paciente.

A atividade foi promovida pelo Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Laser/Densp/ENSP) com o apoio do Programa de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Saúde Pública (PDTSP), da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR/Fiocruz).

Seções Relacionadas:
Sessões Científicas

Nenhum comentário para: Seminário debate translação e gestão do conhecimento