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Após vinte anos, a revista CSP tem novo corpo editorial

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Publicado em:31/10/2012

Após vinte anos, a revista CSP tem novo corpo editorialÉ em tom de despedida que o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) e editor da revista Cadernos de Saúde Pública (CSP) durante 20 anos, Carlos Coimbra Jr., assina o editorial da edição de outubro (volume 28, número 10) dos Cadernos. A partir deste mês, a revista será comandada por um trio de editoras, as pesquisadoras Marilia Sá Carvalho (Procc/Fiocruz), Claudia Travassos (Icict/Fiocruz) e Cláudia Medina Coeli (UFRJ). “Foi um período de trabalho intenso, mas, ao mesmo tempo, aprendi muito sobre o que é a pesquisa em saúde coletiva no Brasil. Além disso, tive o enorme privilégio de interagir com pessoas notáveis de diferentes instituições, além de ter acompanhado importantes desenvolvimentos que ocorreram na disciplina”, disse Coimbra. Acesse a edição de outubro aqui.

 
No texto intitulado "Vinte anos de editoria", o pesquisador relembra algumas conquistas das últimas décadas, como a indexação dos Cadernos nas bases MEDLINE/PubMed e Web of Science, a criação da biblioteca eletrônica SciELO e a grande visibilidade da publicação nos dias de hoje. “Os Cadernos publicam cerca de 250 artigos ao ano, selecionados a partir de aproximadamente 1,4 mil novas submissões anuais. Tamanha demanda levou a revista a adequar sua periodicidade, inicialmente trimestral, para mensal. Com isso, ela se firmou como o periódico latino-americano da área da saúde pública com a maior produção anual de artigos”, informou.
 
O fascículo ainda traz 16 artigos, entre os quais três são assinados por pesquisadores da ENSP, além de textos nas seções Informe, Cartas e Resenhas. Os artigos de revisão discutem o tratamento de doenças periodontal, o risco de parto prematuro e, ainda, os equívocos dos atuais modelos de prevenção de doenças em idosos. Os artigos de pesquisa abordam os temas saúde das mulheres, saúde bucal, saúde reprodutiva, saúde da criança e do adolescente, doenças transmissíveis, entre outros. A edição também traz um informe sobre a HRWeb Americas (Health Research Web), que é uma ferramenta de web, interativa. Por meio de pesquisas, ela busca melhorias em áreas como saúde, igualdade e desenvolvimento.
 
Confira os resumos dos artigos publicados pelos pesquisadores da ENSP
 
História prévia de realização de teste de Papanicolaou e câncer do colo do útero: estudo caso-controle na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil, por Maria Isabel do Nascimento, Gulnar Azevedo e Silva e Gina Torres Rego Monteiro
 
Este estudo caso-controle hospitalar foi realizado de 2007 a 2010 para estimar a associação de história prévia de colpocitologia e câncer do colo do útero na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil. A amostra consistiu de 152 casos histologicamente confirmados e 169 controles selecionados no mesmo hospital dos casos. A análise foi feita de acordo com um modelo em três níveis hierárquicos; considerando as variáveis sociodemográficas (nível distal), sexual/reprodutivas e de estilo de vida (nível intermediário) e a história prévia de colpocitologia (nível proximal). Odds ratios (OR) e respectivos intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram calculados pela regressão logística não condicional. Ter história prévia de três ou mais colpocitologias conferiu uma proteção de 84% (OR = 0,16; IC95%: 0,074; 0,384) após ajuste pelas variáveis selecionadas. Os resultados acentuam a importância do exame preventivo ginecológico no risco desse câncer e fortalecem a necessidade de aumentar a aderência às normas do programa brasileiro, bem como de identificar e capturar mulheres relutantes para o rastreamento da doença.
 
Esporotricose urbana: epidemia negligenciada no Rio de Janeiro, Brasil, por Margarete Bernardo Tavares da Silva, Mônica Motta de Mattos Costa, Carla Carrilho da Silva Torres, Maria Clara Gutierrez Galhardo, Antonio Carlos Francesconi do Valle, Mônica de Avelar F. M. Magalhães, Paulo Chagastelles Sabroza e Rosely Magalhães de Oliveira
 
Na literatura científica, a esporotricose esteve associada por anos a profissionais que lidam com a terra, local onde o fungo causador habita. Recentemente, numa área urbana tem sido registrada a ocorrência relacionada à transmissão zoonótica. Este trabalho objetivou contribuir para o conhecimento sobre a esporotricose em área urbana, por intermédio da análise exploratória de sua distribuição socioespacial no Rio de Janeiro, Brasil, entre 1997 e 2007, identificando os espaços de transmissão mais intensos. Utilizando-se base de dados do Serviço de Vigilância em Saúde, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, foram realizadas análises de frequência da doença e sua distribuição espacial. No período estudado, foram registrados 1.848 casos de esporotricose, com predomínio em mulheres adultas fora do mercado de trabalho. A fonte de contaminação predominante foi ferimento causado pelo gato doméstico, o que contribuiu para a disseminação da esporotricose em área urbana. O georreferenciamento de 1.681 casos evidenciou um cinturão de transmissão ao longo da divisa entre a capital e os municípios da região metropolitana.
 
Autoavaliação de saúde bucal: resultados da Pesquisa Mundial de Saúde - Atenção Básica em quatro municípios do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, 2005, por Herika Luciana Chaves de Mendonça, Célia Landmann Szwarcwald e Giseli Nogueira Damacena
 
A autoavaliação da saúde é um indicador subjetivo que combina componentes físicos, emocionais e do bem-estar individual e vem adquirindo papel importante na área da saúde pública, sendo utilizado na avaliação do estado de saúde da população geral. Este trabalho objetivou estudar os cuidados assistenciais e o estado de saúde bucal, incluindo a autoavaliação, utilizando dados de 1.871 indivíduos, com 18 anos ou mais de idade, entrevistados na Pesquisa Mundial de Saúde – Atenção Básica, realizada em quatro municípios do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, no ano de 2005. Foram utilizados modelos de regressão logística binária para identificar os determinantes da autoavaliação de saúde bucal "excelente" ou "boa". Para ambos os sexos, as variáveis significativamente associadas à autoavaliação da saúde bucal foram: renda domiciliar per capita, frequência de visita odontológica e perda de dentes e uso de prótese. Os resultados evidenciam um gradiente socioeconômico na percepção subjetiva, uma precária saúde bucal entre os idosos e a importância da visita odontológica regular para manutenção da saúde bucal.

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