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Ajustes na Plataforma Lattes estimulam a divulgação científica

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Publicado em:29/05/2012

Ajustes na Plataforma Lattes estimulam a divulgação científicaDois novos critérios de avaliação do pesquisador estão inclusos na Plataforma Lattes, disponível na internet desde 1999. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI ) disponibilizará duas abas, uma na qual o pesquisador colocará informações sobre a inovação de seus projetos e pesquisa; e outra na qual listará iniciativas de divulgação e educação científica.


Hoje, o Lattes fornece dados de alta qualidade com cerca de 1,8 milhões de currículos e quatro mil instituições cadastradas, sendo que 8% desses currículos são de doutores e cerca de 13% de mestres. A Plataforma representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações, cuja importância atual se estende não só às atividades operacionais de fomento do CNPq, como também às ações de fomento de outras agências federais e estaduais.


Segundo o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, as duas novas abas promoverão um maior contato da sociedade com a ciência e estimularão ainda mais a inovação. “Se, antes, os cientistas faziam suas pesquisas em laboratórios fechados e pouco divulgavam seus trabalhos por considerar ser papel do jornalista ou professor levar a informação científica à sociedade, hoje percebemos que isso não é o suficiente. O país precisa de uma ciência cada vez mais antenada com a sociedade e, para isso, o cientista deve reconhecer o seu papel de engajamento no cotidiano das pessoas. Foi nesse contexto que percebemos a necessidade de criar novos critérios de avaliação que deverão aumentar o conhecimento da sociedade sobre as atividades científicas e estimular o processo de inovação”, afirma.


Oliva avalia ser fundamental a inserção das novas abas, já que no Brasil há um fosso profundo entre aqueles que fazem ciência e os que a consomem. “A sociedade não conhece com profundidade todas a riqueza da ciência brasileira e nem que ela tem contribuído para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar das pessoas. Isso ocorre porque ainda há pouco diálogo dos pesquisadores com a sociedade. Estes são pagos e financiados por ela, por isso têm a responsabilidade de prestar contas e informar sobre aquilo que fazem. As pessoas precisam usar a ciência no seu dia a dia, e não só terem consciência dela”, pontua.


Divulgação e educação científica


O novo item de avaliação do CNPq terá em conta o que os cientistas fazem para levar seu trabalho ao público e para promover a educação científica. O CNPq avaliará na aba divulgação, por exemplo, se os cientistas têm blogs pessoais sobre ciência, se divulgam à mídia os resultados dos seus trabalhos, se proferem palestras ou participam de feiras de ciências em escolas, por exemplo. Se antes se valorizava apenas a atividade acadêmica científica do profissional na hora de avaliar o seu desempenho, hoje o pesquisador precisa se conscientizar da importância de se fazer divulgação.


Esse item contará na avaliação de produtividade do pesquisador, sendo que todas as áreas serão analisadas pela divulgação científica. Além disso, o CNPq, desde junho de 2011, exige, na submissão eletrônica das propostas de pesquisa e nos relatórios eletrônicos de concessão científica, que o pesquisador escreva em linguagem clara, para não especialistas, o porque do seu estudo ser relevante e os resultados alcançados. O CNPq espera, com essa medida, criar um banco de dados para alimentar os jornalistas, que poderão ter acesso a uma busca por tema, área geográfica, instituição, entre outras opções. Para que se tenha ideia da quantidade de relatórios, só o Edital Universal leva hoje cerca de 15 mil propostas de pesquisa para o Conselho, anualmente, abrangendo todas as áreas do conhecimento.


Mundo inovador


Sabe-se que estimular a inovação também é uma importante missão do CNPq. Nesse sentido, junto com a aba sobre divulgação, a agência criou também um outro espaço que pede que os cientistas descrevam a inovação de suas pesquisas. Segundo o presidente Oliva, a ciência moderna está intrinsecamente associada à inovação, por isso é preciso estimular cada vez mais as empresas a se apropriarem do conhecimento gerado na academia para gerar riquezas e serviços úteis à sociedade.


“Precisamos aproximar mais as universidades das empresas para que estas se tornem mais competitivas no mercado externo. É imperativo disseminarmos a cultura da inovação nas cadeias produtivas, diminuirmos também a burocracia e os custos para o registro de patentes e estimularmos ainda mais os empreendedores tecnológicos. Só assim, com essa sinergia entre o governo, a academia e o mercado, o Brasil alçará voos mais altos”, ressalta.


Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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1 comentários
MARTA JUCIARA DE ASSIS PEREIRA DELMONTE
30/05/2012 09:36
até que enfim estamos trazendo o pesquisador para perto da sociedade e sua realidade. Este entrosamento é fundamental para países emergentes onde a pesquisa deve interagir com a população carente. Quando se cria um grupo fechado, elitizado a distância da realidade social é muito grande e afasta as pessoas do mundo academico. Falta agora uma melhor adequação na Plataforma Lattes tornando-a mais simples em sua digitação e atualização, economizando o tempo de quem trabalha com pesquisa, enfim precisamos desburocratizá-la para que as pessoas procurem este instrumento para atualizar seus dados e outras buscá-los prazeirosamente. Algumas pessoas desistem de preenche-la por causa dos percausos e dificuldades. Algumas pessoas ironicamente a chamam de Plataforma Chattes. grata