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ENSP abre ano letivo com palestra de João Pedro Stedile

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Publicado em:13/03/2012

Para dar início ao seu ano letivo, a Escola Nacional de Saúde Pública receberá na quarta-feira (14/3) o coordenador do MST, João Pedro Stedile, para proferir a aula inaugural, que terá o tema Contra os agrotóxicos e pela vida. O coordenador, que esteve na ENSP ano passado, falará sobre a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, que tem como objetivo ampliar o debate com a população sobre a falta de fiscalização do uso, do consumo e da venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos e das águas, bem como denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores das comunidades rurais e dos consumidores das comunidades urbanas. A aula inaugural é aberta ao público, não necessita de inscrição prévia e será realizada às 9h30, no auditório térreo da ENSP.

 

ENSP abre ano letivo com palestra de João Pedro StedileJoão Pedro Stedile, economista e ativista social, é coordenador e membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), do qual também é um dos fundadores. Atualmente Stedile é um dos maiores ativistas da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida . Gaúcho, de formação marxista, é um dos maiores defensores de uma reforma agrária no Brasil. Filho de pequenos agricultores originários da província de Trento, Itália, reside atualmente em São Paulo. Stedile é graduado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México. Atuou como membro da Comissão de Produtores de Uva, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul, na região de Bento Gonçalves. Assessorou a Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Rio Grande do Sul no âmbito nacional e trabalhou na Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul.

 

Desde 1979 o economista participa das atividades de luta pela reforma agrária, no MST e na Via Campesina Brasil. João Pedro Stedile recebeu a medalha Mérito Legislativo, concedida a personalidades, brasileiras ou estrangeiras, que realizaram ou realizam serviço de relevância para a sociedade. A indicação partiu do deputado federal Brizola Neto (PDT/RJ), líder da bancada do seu partido na Câmara, como uma forma de trazer a reflexão à luta pela terra e o uso que vem sendo feito dela. Stedile é autor ou coautor de diversos livros sobre a questão agrária, entre eles: Brava gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil, com Bernardo Mancano Fernandes; Classes sociais em mudança e a luta pelo socialismo, com Francisco de Oliveira e José Genoíno; e Ruy Mauro Marini: vida e obra, com Roberta Traspadini.

 

Coordenador debate Campanha nacional contra os agrotóxicos e o contexto político atual na ENSP

 

Em sua vinda à ENSP em dezembro de 2011, João Pedro Stedile proferiu a palestra Campanha nacional contra os agrotóxicos e o contexto político atual e abordou a temática dos agrotóxicos, além de explicar a formação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida. Segundo ele, foi preciso criar uma campanha nacional contra o uso de agrotóxicos que representasse todas as forças progressistas do país. “Conseguimos reunir um leque de forças que nenhuma outra campanha já conseguiu. A partir dos debates, nos demos conta de que a difusão do uso de agrotóxicos no Brasil não tem a ver com uma necessidade agronômica, ela está totalmente relacionada à etapa atual do capitalismo à qual a nossa sociedade está subordinada”.

 

Segundo o coordenador do MST, a ideia da campanha é fazer com que a população entenda que as contradições que existem no modelo do agronegócio podem gerar a construção de outro modelo de produção para a agricultura brasileira. De acordo com ele, é totalmente possível produzir alimentos saudáveis sem utilizar agrotóxicos, fazendo uso apenas da agroecologia. “Ao contrário do que muitos dizem, produzir baseado em agroecologia não é mais caro e com certeza é muito mais saudável em todos os pontos”, afirmou.

 

A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida pretende criar um processo de conscientização da sociedade sobre a ameaça dos agrotóxicos; denunciar e responsabilizar as empresas que produzem e comercializam agrotóxicos; convencer a sociedade sobre a necessidade de mudança do atual modelo agrícola, que produz comida envenenada; criar um espaço de construção de unidades entre ambientalistas, camponeses, trabalhadores urbanos, estudantes, consumidores e todos aqueles que prezam pela produção de um alimento saudável que respeite o meio ambiente; além de explicitar a necessidade e o potencial que o Brasil tem de produzir alimentos diversificados e saudáveis para todos, em pleno convívio com o meio ambiente, com base em princípios agroecológicos. “O principal objetivo da campanha é proibir o uso de agrotóxicos em todo o território brasileiro”, destacou Stedile.

 

A escolha do tema da aula inaugural da ENSP se deu como uma continuação dos debates em torno da Conferência Mundial Rio+20. A Escola pretende ser um fórum de discussão que promova o comprometimento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta e, para isso, a ENSP pretende participar ativamente, fomentando o debate público de temas que estarão presentes nas discussões da Conferência, que será realizada entre os dias 20 e 22 de junho, vinte anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). Em seu aniversário de 57 anos, comemorado em 2011, a Escola abordou o tema Rio+20: desenvolvimento sustentável, economia verde e erradicação da pobreza. Continuando nessa linha, dará início ao seu ano letivo de 2012 abordando o uso dos agrotóxicos em nosso país. Atualmente, o Brasil é apontado como o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.

 

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