Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Cone Sul avalia projeto de atenção primária em saúde

Representantes da Rede de Investigação em Sistemas e Serviços de Saúde no Cone Sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se reuniram na ENSP para discutir a implantação de um projeto multicêntrico de pesquisa sobre atenção primária em saúde nos países de cone sul e as diretrizes da Rede para 2008. O tema escolhido faz parte de uma estratégia da Rede para trabalhar a reorganização de um modelo baseado na assistência médica individual para uma atenção orientada pela saúde coletiva. O encontrou também marcou a assinatura do convênio com o IRDC, que irá financiar o projeto, e a iniciativa da ENSP em ampliar sua cooperação com os países latino-americanos.



Participaram do encontro diretor da Escola, Antônio Ivo de Carvalho, e as pesquisadoras Ligia Giovanella e Rosana Kuschinir, que fazem parte da composição da Rede. Ao abrir a 17ª Reunião do Conselho Diretor da Rede, Ligia Giovanella ressaltou a importância do encontro e o prazer em contar com a presença de representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai e do Brasil. Lígia colocou a discussão da pesquisa sobre atenção primária em pauta e enfatizou que ela faz parte do desejo de desenvolver um projeto de integração que abrangesse os quatro países. O convênio terá a duração de 36 meses, e os seis primeiros servirão para sua preparação metodológica.

Em seguida, Antônio Ivo afirmou que o tema da atenção primária é bastante oportuno no momento em que a Declaração de Alma-Ata está prestes a completar 30 anos (a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, reunida em Alma-Ata, foi realizada de 6 a 12 de setembro de 1978). Ainda de acordo com o diretor, por estar próximo à população e propor o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde, os programas de atenção primária estão em amadurecimento no Brasil. "A Estratégia de Saúde da Família vem se intensificando como um marco, superando a idéia de que um programa de atenção primária é um programa de segunda categoria".

Ivo também ressaltou que esse tipo de articulação com os países do cone sul se trata de uma política de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e faz parte de um plano de investimentos entre a Organização Pan-americana de Saúde, o Ministério da Saúde e a Fiocruz. "Colaboramos com a África, estamos há um ano formando profissionais para a primeira Escola de Saúde Pública de lá e queremos cooperar cada vez mais com os países latino-americanos".

O tema da atenção primária - escolhido para desenvolver o estudo multicêntrico - faz parte de uma estratégia reconhecida pela Rede para a reorganização da atenção. De acordo com a representante do Brasil, Luiza Heimann, essa substituição pretende reavaliar o modelo hegemônico baseado na assistência médica individual para uma atenção orientada pela saúde coletiva. "Esse é o desafio que vamos tentar buscar nesse projeto, além de verificar os limites e possibilidades para essa mudança". Sobre a parceria com a ENSP, ela disse ser essencial para toda a Rede. "A importância da parceria com a ENSP é vital, pois toda a Fiocruz tem uma estrutura, uma história e uma competência que possibilita esse tipo de articulação entre os países. A ENSP, por ser uma Escola Nacional, é uma referencia na área de formação. Além disso, no campo da investigação em sistemas de serviços de saúde, foi mesmo uma pioneira em articular grupos, pesquisadores e instituições sobre essa temática", completou.

Alicia Stolkiner, representante da Rede na Argentina, revelou que projeto de pesquisa irá comparar a forma e a potencialidade da atenção primária de saúde nos diferentes países. Para ela, a configuração de uma rede de países da América Latina ao redor da atenção primária em saúde é muito importante do ponto de vista do desenvolvimento da temática específica e do ponto de vista da integração dos países envolvidos.

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