Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Países apresentam seus sistemas de saúde ao Isags

Antonio Fuchs

No terceiro dia (27/7) do seminário de inauguração do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), representantes do Chile, Colômbia, Equador e Paraguai traçaram os panoramas de seus respectivos sistemas de saúde. Apesar de serem universais e sempre em busca de oferecer melhor qualidade de vida e saúde para os povos, foram constantes as reclamações quanto à baixa oferta de recursos humanos, à fragmentação dos serviços e aos problemas de financiamento.

Primeira a se apresentar, a gestora do Departamento de Desenvolvimento Estratégico do Ministério da Saúde do Chile, Cynthia Arguello, ressaltou que a reforma da saúde no país teve início entre os anos 60/70, durante o regime militar, culminando em um sistema dividido entre o público e o privado. Enquanto o serviço público é responsável pelos serviços de saúde, postos e hospitais, o privado cuida dos laboratórios, centros e clínicas médicas, sendo a atenção primária um dos pontos fortes do sistema. A representante informou que, entre 2002 e 2005, foi aprovado um pacote de iniciativas legais como forma de aprimorar o serviço prestado. As ações passaram a ser mais bem definidas, tais como: quais atividades são de responsabilidade do Ministério, como é feita a distribuição de recursos, entre outras. Por fim, lembrou que, apesar de o país contar com bons indicadores de saúde e o constante desenvolvimento do sistema, os problemas ficam por conta da falta de recursos humanos, da sua fragmentação e da falta de sensibilização da população em relação ao seu autocuidado.

A diretora de Qualidade dos Serviços de Saúde do Ministério da Proteção Social da Colômbia, Carolina Londoño Araque, segunda a se apresentar, disse que o sistema de saúde atual é resultado da Constituição política de 1991, que determina um modelo universal, solidário e eficiente. O regime é dividido entre o público e o privado, sendo financiado pelos trabalhadores de saúde e pelo governo. Somente com a reforma, realizada agora em 2011, é que o país começou a desenvolver a estratégia de atenção primária em saúde, apesar de já haver, em alguns distritos do país, experiências exitosas. De acordo com a expositora, os indicadores de saúde da Colômbia são melhores quando comparados a outros países da América Andina; entretanto, os problemas se concentram na alta taxa de fecundidade em adolescentes, nas constantes epidemias de dengue e na corrupção dos recursos destinados à saúde. Como os demais países, a Colômbia sofre com a alta concentração de médicos e especialistas nos grandes centros urbanos, gerando carência de atendimento nas regiões rurais.

Assim como a Colômbia, o Equador tem problemas em relação à gravidez de adolescentes, fazendo com que o governo federal desenvolva estratégias de controle, explicaram os representantes do Ministério da Saúde Pública Francisco Vallejo e Gustavo Giler. Apesar de segmentado, o sistema de saúde do país apresenta grandes avanços quanto aos índices de saúde, como diminuição da mortalidade infantil e desnutrição, a luta pela erradicação da malária e o fortalecimento da atenção primária em saúde, processo que caminha junto com a nova planificação territorial do Equador, que busca oferecer melhores serviços, principalmente para as populações rurais e indígenas. Importante destacar que os investimentos em saúde aumentam exponencialmente no país por conta dos recursos provenientes do petróleo e da conscientização do governo federal, que faz com que toda a população pague seus impostos. Ainda assim, o país sofre com a carência de verbas em determinadas áreas como, por exemplo, o baixo índice de leitos hospitalares disponíveis para a população. Por fim, informaram que a diabetes e a violência urbana são as principais causas de mortalidade no país.

Paraguai necessita ampliar a formação de recursos humanos em saúde

No país em que 20% dos mais pobres pagam os mais altos custos em consultas e serviços de saúde, espera-se que o sistema seja extremamente desigual. Apesar da grande fragmentação entre setor público e privado, o Paraguai vem avançando, desde 2008, em um sistema universal e integral, conforme foi apresentado pela diretora do Ministério de Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPyBS), Cristina Guillen. Junto com Carmen Gomez, também do MSPyBS, a expositora ressaltou que o país trabalha para oferecer de maneira gratuita o serviço de saúde como uma forma de luta contra a exclusão, disseminando rapidamente uma estratégia de Saúde da Família que, como resultado, trouxe o empoderamento para a população de mais de 2 milhões de pessoas, constantes investimentos feitos em redes de atenção, hospitais e ambulatórios, além de assistência farmacológica, por exemplo. Entretanto, um dos graves problemas do país é a falta de recursos humanos. O Paraguai fica à frente apenas da Bolívia na quantidade de médicos por habitante (1,3 em cada mil), sendo o segundo pior índice entre os países da América Latina.

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