Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Sugestões para plano contra doenças crônicas não transmissíveis

O Ministério da Saúde está recebendo contribuições da sociedade civil e demais parceiros para consolidar o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). O plano, que será implantado nos próximos dez anos, prevê uma série de medidas para reduzir as internações e mortes prematuras por tais doenças, além de promover ações para que os brasileiros tenham uma vida mais saudável.

No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis são a principal causa de morte, concentrando 67,3% do total de óbitos em 2007. Entre elas, as que mais matam são as doenças cardiovasculares (29,4%), o câncer (15,1%), as doenças respiratórias crônicas (5,6%) e o diabetes melito (4,6%). O enfrentamento dessas doenças é uma preocupação mundial: estima-se que 63% das mortes no mundo, em 2008, tenham ocorrido por DCNT, um terço delas em pessoas com menos de 60 anos de idade.

Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas (ONU) abordará a questão na próxima assembleia geral de alto nível, que ocorrerá em Nova York (EUA) em setembro deste ano, quando serão estabelecidos compromissos e prioridades mundiais. "A conferência, que reunirá os chefes de Estado, será uma grande oportunidade para que essa preocupação da Saúde entre no debate internacional e passe a envolver os diferentes setores da sociedade", afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O Plano de Ações para DCNT é a resposta brasileira para enfrentar essa preocupação mundial. "Ninguém deve começar a prevenção e a promoção com os primeiros sintomas dessas doenças. Por isso, queremos sensibilizar toda a sociedade para um problema que já começa na infância e na adolescência em consequência do aumento no índice de obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada", alerta o ministro.

Fatores de risco - Fazem parte das estratégias previstas para a década 2012-2022 as ações de vigilância, promoção e cuidado integral da saúde. Nesse processo, a estratégia é partir da prevenção, atuando com base nos fatores de risco que podem ser modificados e são comuns aos quatro grupos de DCNT que mais matam. São eles: tabagismo, consumo abusivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável. Adicionalmente, os dois últimos fatores de risco resultam na maioria dos casos em outra preocupação: sobrepeso e obesidade.

Em crianças de 5 a 9 anos, o percentual de obesidade mais do que dobrou em dez anos, subindo de 7,6% para 16,6% entre 1998 e 2008. Esse índice supera a frequência em adultos, com 15% de obesos, de acordo com o Vigitel 2010 - última edição do inquérito telefônico realizado anualmente pelo Ministério desde 2006. Por isso, uma das metas do plano prevê a redução da obesidade em crianças e adolescentes, em percentuais que ainda serão definidos.

Outro indicador preocupante se refere à inatividade física. A Organização Mundial de Saúde recomenda a prática de pelo menos trinta minutos de atividade física, em cinco ou mais dias da semana. O Vigitel 2010 mostra que 16,4% dos brasileiros adultos são fisicamente inativos. Para estimular a prática de exercícios físicos, está prevista a implantação de 4 mil unidades do Programa Academia da Saúde até o final de 2014. A redução da prevalência do tabagismo e do consumo abusivo de álcool também está prevista na proposta.

Cuidado integral - Em relação à assistência aos portadores de DCNT, o plano apresenta ações como o Programa Saúde Toda Hora, que reorganiza e qualifica desde a rede de atenção às urgências. Uma dessas estratégias é a atenção domiciliar para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com dificuldades de locomoção ou pessoas que precisem de cuidados regulares ou intensivos, mas não de hospitalização. Nos hospitais, serão criadas Unidades Coronárias, Leitos de Retaguarda e Unidades de Atenção ao Acidente Vascular Cerebral.

A distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes, iniciada em fevereiro de 2011, é outra iniciativa do Ministério para reduzir internações e mortes prematuras por DCNT. Com isso, o número de brasileiros que obteve medicamentos de graça para essas duas enfermidades praticamente dobrou em quatro meses, saltando de 1,5 milhão em fevereiro para quase 2,9 milhões de usuários assistidos pelo programa em junho deste ano.

Metas - A partir das ações de vigilância e promoção da saúde, assim como de melhores respostas na assistência, o Ministério da Saúde trabalhará com a meta de reduzir em 2% ao ano a taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis. É considerada prematura a morte por essas doenças em pessoas com menos de 70 anos de idade.

Para alcançar esse resultado na redução de mortes de mulheres por câncer, por exemplo, a meta é ampliar a cobertura dos principais exames preventivos de câncer de colo de útero (papanicolau) e de mama (mamografia) em pelo menos 95% das mulheres na idade indicada para tais exames.

O Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 25 e 59 anos tenham feito o papanicolau pelo menos uma vez nos últimos três anos. No caso da mamografia, a recomendação é que mulheres de 50 a 69 anos tenham se submetido ao exame pelo menos uma vez nos últimos dois anos. De acordo com o Vigitel 2010, o percentual de mulheres que realizaram papanicolau na idade indicada varia de 75,7% nos estados do Centro-Oeste para 88,4% nos do Sul. No caso da mamografia, a variação regional foi de 62,8% no Norte a 78,6%, no Sul.

A íntegra da proposta está disponível no Portal www.saude.gov.br. Na página, é possível acessar o formulário específico para enviar sugestões ao Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamentos das DCNT. Depois dessa etapa, o documento preliminar será levado ao fórum de discussão, previsto para ocorrer em Brasília nos dias 18 e 19 de agosto de 2011.

Serviço

Consulta ampliada para sugestões ao Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis .

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