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Especialista fala da realidade alemã na medicina de família

Isabela Martins

"Um dos nós críticos da área da saúde é a quase inexistência de profissionais, seja de enfermagem ou de medicina, formados especialmente para a prática generalista, chamada Medicina Geral e de Família", explicou Lígia Giovanella ao se reunir com o diretor do Instituto de Clínica Geral da Universidade de Magdeburg (Alemanha), Markus Herrmann. O especialista esteve visitando a ENSP para apresentar, durante sessões científicas no Departamento de Administração e Planejamento em Saúde e no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, um panorama do desenvolvimento acadêmico e profissional da medicina de família em diferentes sistemas europeus, mostrando como se dá a formação na área e quais as dificuldades que eles encontram, principalmente na Alemanha.

Segundo o especialista, os princípios do fundamento da Medicina de Família englobam a análise clínica vivenciada, além de uma relação estável, a longo prazo, entre médico e paciente, sempre baseada em uma ampla competência e continuidade do cuidado. "A função dessa prática generalista é a educação em saúde", comentou Markus Herrmann.

A Medicina Geral e de Família sofreu mudanças ao longo dos anos. Antes, esses profissionais contavam com poucos instrumentos e o empirismo próprio era utilizado como base de suas ações. Hoje, há um envolvimento maior entre os especialistas e os conceitos são fundamentados através das evidências ou dos fatos detectados por outros médicos.

De acordo com Markus Herrmann, a graduação do Médico de Família, na Alemanha, dura cerca de seis anos, com o primeiro ano sendo na Cirurgia, seguido por um ano na Cirurgia Geral, um ano e seis meses na Saúde de Família, seis meses na Pediatria, um ano livre e 80 horas de atendimento. Esse ciclo termina com a pós-graduação.

Segundo pesquisa realizada pelo visitante com o objetivo de mostrar como está a Medicina de Família hoje na Alemanha, o país conta com quase 61 mil médicos trabalhando como generalistas, sendo que nos próximos anos esses profissionais vão se aposentar mais do que se sairão formados das universidades. Isso porque, de acordo com 83% dos profissionais, as condições de trabalho pioraram no país e 42% acreditam que o sistema de saúde precisa ser reformado por completo, uma vez que se encontram insatisfeitos com a falta de liberdade em tomar decisões médicas para melhor atender seus pacientes.

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