Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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ENSP inicia mestrado profissional na região leste do RJ

Filipe Leonel

Na segunda-feira (6/6), a Escola Nacional de Saúde Pública dará prosseguimento a mais uma etapa do projeto de intervenção técnico-científica no âmbito do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), inserido no Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Projetos de Desenvolvimento da ENSP (LabMep). Nesta data, a Escola inaugura o Curso de Mestrado Profissional em Vigilância em Saúde na região Leste do Estado do Rio de Janeiro, voltado para a capacitação técnica dos profissionais da região atuantes no projeto. O evento acontece no salão internacional da ENSP, às 9 horas, com a mesa de abertura composta com dirigentes da Fiocruz, do Conselho de Secretarias Municipais do Rio de Janeiro e do coordenador geral do mestrado profissional e do plano de monitoramento do Comperj, Luciano Toledo. A conferência será ministrada pelo diretor do Departamento de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador da SVS, Guilherme Franco Neto.


A aula inaugural também marca o início do primeiro módulo do curso, o de Políticas de saúde com ênfase em saúde ambiental, que tem como responsável o pesquisador do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), André Monteiro Costa. As disciplinas do mestrado profissional, que também é coordenado pelo pesquisador André Périssé, serão oferecidas em módulos (uma semana de aulas por mês) e, a partir do segundo, serão ministradas em Cachoeiras de Macacu, em local oferecido pela prefeitura.

Segundo o coordenador geral do Plano de Monitoramento do Comperj, Luciano Toledo, o mestrado é uma atividade que dá sequência às intervenções da Escola Nacional de Saúde Pública naquela região. Há três anos (2008), a Petrobras solicitou a participação da Escola na avaliação da situação das questões ligadas à saúde e ambiente na área do complexo. A atuação da ENSP está voltada para o acompanhamento de alguns agravos considerados sensíveis à população. "As transformações socioambientais podem acarretar mudanças rápidas em termos de violência, como o aumento nos índices de homicídio e indicadores de criminalidade. Se as condições de vida da população se agravam, rapidamente os índices de criminalidade aumentam. Outro aspecto é em relação aos acidentes de transporte", expôs o coordenador.

Parceria institucional

Os diversos departamentos, centros e núcleos da ENSP têm sido parceiros no trabalho de monitoramento. Para as situações de violência descritas acima, o Plano conta com a coordenação do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves/ENSP) por intermédio da pesquisadora Edinilsa Ramos de Souza. Para analisar as mudanças ambientais, seja no canteiro de obras, na abertura de novas estradas, ou até mesmo na ampliação de espaços urbanos ocupados, o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) está traçando os indicadores com o pesquisador Carlos Machado.

"Os transtornos mentais da população podem ser um forte indicador da situação de saúde, por exemplo. Se as condições sociais da população se agravam, esses transtornos se tornam mais críticos. Por conta disso, o pesquisador Paulo Amarante e sua equipe têm trabalhado conosco. Outro trabalho é desenvolvido pela pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, Margareth Portela, que tem acompanhado causas de morbidade hospitalar. Estamos analisando o perfil das internações hospitalares e comparando se haverá modificação ao longo da implementação do Comperj. Trata-se de um grande projeto com participação de vários setores da Escola", assegurou Toledo.

Mestrado Profissional em Vigilância em Saúde na região Leste do Estado do Rio de Janeiro

Com os anos de trabalho, a equipe que compõe o projeto, também constituída pela coordenação técnica do pesquisador do Densp Paulo Sabroza e com apoio na gestão da pesquisadora da Fiocruz Maria da Cunha Lana, identificou a necessidade de capacitar os profissionais da região que acolheu o projeto. Dessa forma, com o apoio da Vice-Direção de Pós-Graduação da ENSP, surgiu a ideia de criar o mestrado profissional em vigilância. Ele é dirigido para profissionais da área de saúde pública, ambiente e desenvolvimento urbano, com conteúdo voltado para vigilância, monitoramento e controle de problemas de saúde envolvidos com o projeto da Petrobras.

A turma é formada por 20 alunos, provenientes dos municípios de Niterói, Maricá, Rio Bonito, Casemiro de Abreu, São Gonçalo, Itaboraí, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Macaé e do Rio de Janeiro. O quadro de docentes é composto com pesquisadores da ENSP, e o curso traz algumas disciplinas inovadoras como a de Vigilância Civil em Saúde e Gestão e Desenvolvimento de Cidades Saudáveis. "Os trabalhos de conclusão serão todos voltados para a temática do monitoramento da situação de saúde da região. A ideia é termos questões que abordem o consumo de crack e outras drogas, a dengue na região e outros aspectos extremamente preocupantes na saúde."



Imagem Comperj: Petrobras

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