Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Pesquisa analisa organismos com potencial biotecnológico em baía

O trabalho da bióloga Mônica de Oliveira Viana, aluna de mestrado do Programa de Saúde Pública da ENSP/Fiocruz, além de avaliar o impacto da poluição na qualidade sanitária de água e areia nos ecossistemas costeiros da Baía de Guanabara, busca microrganismos com potenciais para uso em processos de biorremediação - utilização de seres vivos ou de seus componentes na recuperação de áreas contaminadas - de derivados de petróleo e dos metais mercúrio e cromo. A aluna é integrante da linha de pesquisa na temática da contaminação microbiológica de areias de ecossistemas, coordenada pela pesquisadora Adriana Sotero-Martins, orientadora do trabalho.

Segundo Mônica Viana, apesar da Baía de Guanabara ser um ecossistema extremamente produtivo, sofre com a grande quantidade e diversidade de poluentes que são lançados diariamente em suas águas. Dentre os resíduos industriais descarregados estão a carga de óleo e resíduos contendo metais pesados, como mercúrio e cromo, que comprometem seriamente a fauna e flora e a saúde pública. "O tratamento dos efluentes é importante para a preservação do ambiente. Métodos e processos que conjuguem baixo custo e uma alta remoção dos metais pesados estão sendo incentivados. Alguns microrganismos possuem potencial biotecnológico para remediação de ambientes contaminados e estão sendo investigados em nosso trabalho", explicou.

"O enfoque maior, no meu caso, é na busca desses organismos envolvidos na biorremediação - utilização de seres vivos ou de seus componentes na recuperação de áreas contaminadas -, para amenizar impactos causados por metais. Estamos pesquisando, em nível molecular, quais organismos que têm genes envolvidos na resistência a metais pesados", disse. Cepas de leveduras isoladas da água, areia seca e areia úmida de praias, que sofrem grandes impactos na região foram testadas quanto ao seu potencial de emulsificação e resistência aos metais cromo e mercúrio. Após análises nos laboratórios da ENSP e da Uerj, 50% das cepas testadas apresentaram atividade emulsificante, sendo possível, desta forma, identificar microrganismos com potencial para uso em processos de biorremediação dos derivados contaminantes.

Os resultados ainda são preliminares, e a pesquisadora Adriana Sotero-Martins esta realizando parceria com a Fiocruz-Manaus (ILMD), uma vez que o meio ambiente amazônico é extremamente afetado pelas indústrias da Zona Franca. "Queremos encontrar bactérias resistentes nesse tipo de ambiente e que possam biorremediar praias impactadas por poluentes. Apesar da correnteza dos rios serem muito fortes, o que aumenta a capacidade de regeneração da região, nos períodos de seca essa poluição pode comprometer a saúde da população", explicou a pesquisadora.

(Foto de capa: Nasa)

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