Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Painel virtual internacional comemora Dia Mundial do Habitat

Para comemorar o Dia Mundial do Habitat (4/10) e os 35 anos de criação da Rede Interamericana de Habitação Saudável, o Instituto Nacional de Higiene, Epidemiología y Microbiologia (Inhem/OPS/OMS) promoveu um painel virtual, no dia 5 de outubro, para discutir o tema habitação saudável. A ENSP/Fiocruz, por meio da Rede Brasileira de Habitação Saudável, foi uma das instituições participantes e recebeu o representante da OMS Paulo César Pinto, um dos expositores do evento. Em sua palestra, o engenheiro e um dos fundadores da Rede Interamericana falou sobre as ferramentas necessárias para influenciar as políticas públicas voltadas para a habitação e seu entorno.

O painel contou ainda com as participações do diretor do Inhem, Mariano Bonet, do secretário executivo da Rede Interamericana de Habitação Saudável, Carlos Barceló, abordando o tema habitação como determinante de saúde, e do codiretor da Universidade de N.Y. em Buffalo (EUA), Edward Steinfeld, falando sobre design universal. No Brasil, a atividade foi coordenada pela pesquisadora da ENSP/Fiocruz Simone Cynamon, responsável pela Rede Brasileira de Habitação Saudável.

Simone fez uma breve exposição sobre a RBHS, lembrando que é uma ferramenta para operacionalização da política de promoção de saúde no âmbito da habitação. Sua estratégia se baseia no enfoque intersetorial, multidisciplinar, na participação comunitária e na aliança em rede. Com o propósito de identificar, avaliar e manejar questões referentes à habitação saudável no nível local, a RBHS desenvolve um plano de atividades baseado na construção de capacidades, projetos e desenvolvimento de pesquisa, serviços técnico-científicos e intervenção comunitária, desenvolvimento de metodologias e procedimentos, assim como na implementação de vigilância epidemiológica e ambiental em saúde.

"A RBHS foi criada em 2002. Hoje, somos mais de 100 instituições agregadas, disseminando em vários estados e municípios brasileiros a questão de como construir ambientes saudáveis e sustentáveis. A gente passou da teoria à prática, e cada vez mais pessoas nos procuram para disseminar essa metodologia criada na Opas", disse Simone.

Já o representante da OMS Paulo Cezar Pinto destacou que os debates para a construção da Rede Interamericana se deram na busca de vincular as questões em que a habitação influenciava para melhor ou para pior a saúde das pessoas. "Sempre discutimos como melhorar a qualidade de vida das pessoas, principalmente as menos favorecidas", ressaltou. Na época da criação da Rede, os Centros de Saúde em Habitação eram vinculados às universidades, e isso limitava a proposta de ampliação e do quadro das pessoas que pudessem fazer parte dela. A ideia foi, então, criar a Rede Interamericana de Habitação Saudável, absorvendo esses centros e abrindo horizontes para uma série de trabalhos com bases científicas, que dão os elementos necessários para o desenvolvimento das atividades no nível comunitário.

"No meu ponto de vista, a Rede ainda é muito acanhada, porque não chegou a ter influência na alteração das políticas públicas de habitação e ter indicadores sociais. Tudo que não se mede, se perde", disse. Segundo Paulo Cezar, é necessário que a Rede Interamericana trabalhe na definição do conjunto de indicadores, na definição de um conjunto de medidas que possam contribuir com políticas, planos, projetos que colaborem para a melhoria da qualidade de vida da população e ofereça aos governos.

"Tudo isso é uma mudança de cultura. E mudar cultura é a coisa mais difícil hoje em dia. Então, a proposta da Rede é trabalhar na mudança de cultura e trabalhar para que a comunidade assuma as propostas que saem desse contexto. A comunidade tem de discutir quais são as suas prioridades e para isso usar as ferramentas que lhe são oferecidas", explicou.

O engenheiro apresentou ainda uma estratégia da Rede chamada Caixa de Ferramentas Comunitárias (CFC). Segundo Paulo, o propósito dessa caixa é construir capacidades para facilitar as ações que produzam mudanças e melhorias nas suas comunidades. Ela conecta pessoas com recursos para aprender as muitas habilidades requeridas para esse trabalho e para aplicar esse conhecimento em culturas e contextos diversos. "A CFC é um recurso global de informação com acesso gratuito sobre habilidades para promover comunidades saudáveis, portanto, adaptável para Habitação Saudável", encerrou.

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