Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Prêmio Destaque 2010 reconhece contribuições relevantes à ENSP

O Curso de Especialização em Saúde Pública, o Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, o Sistema de Vigilância Epidemiológica da Tuberculose Multirresistente (Sistema TBMR) e o Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova ENSP) foram os grandes destaques do ano de 2010 na ENSP, premiados em cerimônia realizada na semana de aniversário da Escola. De acordo com o diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho, a ideia é identificar e reconhecer projetos, grupos ou pessoas que, na sua atividade, tenham enriquecido a identidade da ENSP como instituição de excelência e compromisso com a sociedade.

Para Antônio Ivo, que deu início à cerimônia do Prêmio Destaque ENSP 2010, hoje o país vive um momento bastante maduro em relação às atividades de fomento à pesquisa, à ciência e tecnologia no campo da saúde. Na ENSP, isso pode ser visto nos diversos programas de bolsas, reconhecimentos, prêmios, financiamentos que são obtidos por nosso corpo de pesquisadores e alunos. Por isso, esse prêmio não pretende ser mais um reconhecimento de mérito científico. Segundo ele, "o Destaque identifica e reconhece projetos, grupos ou pessoas que, na sua atividade, naquele ano, tenham produzido um enriquecimento à identidade da ENSP, como instituição de excelência e compromisso com a sociedade", explicou.

Na Categoria Assistência, o prêmio foi para o Sistema de Vigilância Epidemiológica da Tuberculose Multirresistente (Sistema TBMR), desenvolvido pelo Centro de Referência Prof. Hélio Fraga/ENSP em parceria com o Projeto MSH (Management Sciences for Health) e apoio da Usaid (United States Agency for International Development). A chefe do Centro de Referência, Margareth Dalcomo, que recebeu o prêmio junto com sua equipe, traçou um histórico do sistema, que hoje monitora 16 mil pacientes. Segundo ela, em 1995, um grupo de profissionais que trabalhava com pacientes com tuberculose multirresistente propôs um protocolo ao Ministério da Saúde, que dava resposta a esse grupo de brasileiros absolutamente excluídos por serem portadores de uma doença sem possibilidade terapêutica.

"O protocolo foi desenvolvido durante três anos, e, em 2000, o MS considerou que o Brasil tinha um esquema validado para tratar formas resistentes de tuberculose e passou a oferecer esse tratamento para todo cidadão brasileiro, investindo também na estrutura laboratorial do CRPHF/ENSP. Essa foi a nossa primeira vitória." Em 2004, disse Margareth, "o Centro de Referência fez um acordo de cooperação técnica com o MSH, e, a partir disso, pudemos efetivamente profissionalizar o que fazíamos de maneira tão dedicada, mas ainda muito amadora. Passamos de um banco de dados para um processo de acesso direto on-line, que hoje está disponível e pode ser acessado em todo país. Recentemente, o MS aprovou este Sistema, criado em 1995 e evoluído por todos esses anos, como o modelo brasileiro de monitoramento de todos os casos de retratamento da tuberculose. Em 2010, deixamos de monitorar 500 pacientes e passamos a acompanhar 16 mil pacientes".

O Curso de Especialização em Saúde Pública, o mais tradicional da ESP, foi o premiado na Categoria Ensino. Durante mais de doze anos de transformações, o curso vem se aprimorando e se adaptando às novas necessidades da vida moderna, com significativas mudanças na ementa e na grade de horários; desde então, a procura tem crescido a cada ano. De acordo com Marina Ferreira Noronha, coordenadora da especialização junto com José Inácio Jardim Motta e Pablo Dias Fortes, este curso tem possibilitado a formação de profissionais das mais diferentes áreas do conhecimento.

"O curso, em vez de fechar, especializar, no sentido stricto da palavra, convida os alunos a um mergulho interno. Se abrir, desabrochar e se reinventar enquanto pessoa e profissional, buscando sempre qualificar suas práticas e ampliar a sua compreensão de saúde. Por essa razão, temos sempre o cuidado de abrir portas para a diversidade e para as diferenças. Temos entendido esse curso como uma possibilidade de sonhos para muitos, e é isso que define a identidade de uma escola pública e democrática. Esse prêmio também é a materialização e disponibilidade dos professores que mantêm o curso enquanto referência da vida institucional da ENSP e do SUS, mantendo viva a formação em saúde pública do país", disse ela emocionada.

O prêmio na Categoria Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico foi concedido ao Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas - pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), com coordenação da ENSP na figura do pesquisador Carlos Coimbra, que traçou um panorama detalhado e abrangente sobre as condições de vida e de consumo dos índios brasileiros. Carlos agradeceu a premiação em nome de todo o grupo que, segundo ele, envolve mais de 60 pesquisadores, professores e alunos das mais diferentes regiões do país que vêm trabalhando com a temática da saúde indígena. Ele agradeceu ainda aos técnicos e profissionais de saúde e gestores dos 34 Distritos Sanitários Indígenas em todo o Brasil que acompanharam as visitas às aldeias e aos 15 mil indígenas que receberam os pesquisadores.

Coimbra ressaltou que o Brasil é o primeiro país a realizar um inquérito sobre saúde indígena. "No mundo, poucos países com contingente indígena realizaram esse tipo de investimento. Com ele, agora, temos acesso a informações que são extremamente importantes para rever as bases da própria saúde indígenas existentes no país e, assim, traçar um adequado planejamento das ações e da atenção nos diferentes níveis." Ele disse ainda que "a leitura brasileira vem no bojo de um esforço maior, cujas sementes foram plantadas por importantes antecessores nossos, como Sergio Arouca, que, enquanto deputado federal, lançou bases para um esforço dentro do SUS de reconhecimento de necessidades específicas de um grupo da população brasileira. Grupo que, de fato, tem diferenças importantes e que para ser bem assistido precisa ser conhecido".



A última categoria a receber a homenagem foi Gestão e Desenvolvimento Institucional, que premiou o Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova ENSP), que tem o objetivo de incentivar a implantação de uma estratégia institucional voltada para o fortalecimento da dimensão da pesquisa na ENSP, contribuindo, dessa forma, para o reposicionamento da Escola como protagonista no que diz respeito a questões da esfera do Estado e de políticas públicas.

De acordo com Antônio Ivo, este prêmio materializa um esforço de constituir uma área de direção institucional de pesquisa que pudesse, de fato, se fortalecer e se relacionar com toda a ENSP, uma área que possa servir à Escola como um espaço de fomento. Foi isso que permitiu a implantação do programa Inova ENSP, que tem o caráter de financiar pesquisas de relevância e compromisso institucional. "O projeto é especificamente voltado para o desenvolvimento de temas que possam ser objetivo de investigação e desenvolvimento tecnológico de maneira a se transformar em conhecimento utilizável pela sociedade", explicou.

A vice-diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da ENSP, Margareth Portela, coordenadora do Inova ENSP, afirmou que receber o prêmio é um orgulho e uma satisfação, mas também traz muitas responsabilidades para esse próximo ano de condução. Ela destacou que entre os desafios está o Núcleo de Informação Tecnológica (NIT), em que estamos trabalhando. "Todos participaram de forma muito dedicada em todo o processo de criação e implantação do projeto. Tivemos muitas dificuldades, mas contamos com muitos parceiros. Além disso, a equipe trabalha com união e comprometimento. Estamos a serviço da Escola e isso nos traz muito orgulho e alegria", completou Margareth.

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