Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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ENSP e Marinha do Brasil firmam compromisso na Ilha da Marambaia

A Escola Nacional de Saúde Pública e a Marinha do Brasil assinaram um termo de compromisso com vistas ao desenvolvimento de projetos e atividades no campo do ensino e pesquisa em ciência e tecnologia, e informação técnico-científica envolvendo doenças endêmicas e paleoparasitologia, na Ilha da Marambaia, em Mangaratiba, Rio de Janeiro. O propósito do projeto é avaliar a prevalência de vetores e o risco de transmissão da leishmaniose, malária e arboviroses. Além disso, busca investigar doenças sexualmente transmissíveis; enteroparasitos em amostras de fezes, água e solo; desenvolver estudos fitoquímicos e biológicos de plantas da restinga; além de promover ações de educação para saúde nas comunidades residentes e efetivos militares da região.


O projeto é coordenado pelos pesquisadores do Departamento de Ciências Biológicas da ENSP, Antonio Nascimento Duarte e Marcos Barbosa de Souza, e envolve o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim) e o Laboratório de Vetores Miguel Alves de Souza da ENSP. O termo de compromisso entre as partes foi firmado, nos dias 14 e 15 de dezembro de 2009, pelo diretor da Escola, Antônio Ivo de Carvalho, e pelo Comandante da Unidade Militar, Capitão de Mar e Guerra Renato Araújo Leite.


A Restinga da Marambaia é administrada pelo Exército, Aeronáutica e Marinha, com cerca de 79km², que compreendem a restinga e o Morro ou Ilha da Marambaia. A região possui uma reserva ecológica e é utilizada para exercícios militares e experimentos de armamentos.

De acordo com Marcos Barbosa, o contato com pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que atuam na região com diversas pesquisas há mais de 15 anos, possibilitou a realização do projeto. "Trata-se de uma região isolada geograficamente, com muitas tropas militares oriundas de diversos estados e países. A Universidade Rural possui um convênio com o Cadim e nos incentivou a pesquisas naquela região. Daí surgiu a ideia de instalar ali um núcleo da ENSP para abrigar etapas preliminares de nossos trabalhos e possivelmente de outros departamentos da Escola que venham a se inserir nas pesquisas. O comando militar da Ilha tem uma preocupação ambiental muito grande, principalmente com a preservação da fauna e flora da região".

Pesquisador e chefe do DCB, Antonio Duarte, conta que a ilha possui, além do efetivo militar, cinco principais povoados de pescadores, com cerca de 250 famílias, que permanecem fixas, com pouca flutuação, e sem a expansão de imóveis, possibilitando maior controle amostral.


Para ele, a possibilidade de atuação da ENSP na região foi muito bem recebida."Nosso laboratório já realiza levantamento de vetores da leishmaniose na área com apoio do DCB e Programa de Apoio à Pesquisa Estratégica em Saúde. Agora, pretendemos avaliar a possibilidade de vetoração de outras doenças. Além disso, avaliaremos a qualidade das águas, a ocorrência de DST/Aids, a identificação de potenciais fitofármacos, biologia molecular para diagnóstico de determinadas doenças, e temos um grupo que irá trabalhar com educação para saúde com professores e crianças da escola que pertence à Marinha".

Duarte manifestou o desejo de trabalhar com outros departamentos da ENSP. Segundo ele, já existe a possibilidade de o Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA) orientar a implantação de sistema de tratamento de esgoto em parte da restinga, que atenderia tanto a população civil quanto a militar e o quartel do comando militar.


Na opinião de Marcos, o trabalho desenvolvido na região da Marambaia pode vir a fortalecer a pós-graduação da ENSP. "As condições socioambientais da Ilha certamente viabilizarão a incursão com segurança de nossos alunos, que poderão desenvolver, no local, suas monografias, dissertações e teses". Ele complementa lembrando que o trabalho criará parâmetros para uma avaliação de impacto ambiental e transmissão de doenças a serem comparados no futuro.

Duarte afirma que ainda há a possibilidade de desenvolver estudos sobre reservatórios silvestres de doenças infecto-parasitárias na região. Segundo o Chefe do DCB, trata-se de "um lugar muito agradável, que oferece segurança para a realização de trabalhos de campo e possibilita melhor avaliação de intervenções realizadas. Para a Marinha, a questão do saneamento é muito importante. Propomo-nos a mapear riscos para a saúde e a orientar a população civil e militar quanto aos cuidados que precisam ter com as doenças e potencialidades de transmissão existentes na área. Além disso, queremos capacitar multiplicadores, pessoas que irão fazer circular as informações e conhecimentos gerados".

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