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Pesquisa analisa uso de probióticos para evitar partos prematuros

Estudo revela que ainda ocorrem 3,9% de partos prematuros em grupo de gestantes de baixo risco do Rio de Janeiro que recebeu tratamento com probióticos - quase o dobro da expectativa da pesquisadora da ENSP e coordenadora do projeto, Letícia Kraus, no início do trabalho. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (21/10), na ENSP, durante o seminário 'Prevenção do Parto Prematuro Associado à Infecção Intrauterina: marcadores biológicos e ensaio clínico de probióticos'.

O estudo, coordenado pelo Núcleo de Avaliação Tecnológica em Saúde (NATS/ENSP/Fiocruz), com apoio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, teve inicio em 2004 e consiste em duas partes, sendo a primeira sobre 'marcadores biológicos', que identificava gestantes de três maternidades do Rio de Janeiro: Carmela Dutra, Alexander Fleming e Herculano Pinheiro, e a segunda o ensaio clínico em si.

Do total de 4.204 prontuários de gestantes, foram selecionadas 644 mulheres, com uma adesão de 80%. Parte delas recebeu placebo e a outra foi tratada com bactérias probióticas, que são ingredientes alimentares de micróbios vivos que têm um efeito benéfico à saúde humana (Isolauri et al, 2003, FAO/ WHO, 2002). Segundo Letícia Krauss, o uso dos probióticos em grávidas portadoras de vaginose bacteriana ou grau intermediário "buscava diminuir a ocorrência de parto prematuro espontâneo e a morbimortalidade neonatal decorrente do nascimento prematuro associado à infecção intrauterina".

Ao longo do seminário, os diversos participantes da pesquisa apresentaram os aspectos gerais e regulatórios do projeto, bem como os procedimentos operacionais, fluxo de pacientes e o sistema de informação e monitoração deles. Neste estudo, os resultados foram elaborados a partir dos partos prematuros em nascimentos com menos de 34 semanas e peso abaixo de 1.500 gramas.

Uma das exposições foi do pesquisador da UFRJ Antônio Luiz Almada Horta, que explicou os procedimentos laboratoriais para detecção da vaginose bacteriana, caracterizada por uma alteração na flora vaginal normal, com diminuição na concentração de lactobacilos e predomínio de uma espécie de bactérias sobre outras, principalmente a Gardnerella vaginalis.

Por fim, a pesquisadora do Maria Elisabeth Lopes Moreira, do IFF/Fiocruz, comentou os resultados preliminares do estudo, destacando que os índices do Rio de Janeiro para parto prematuro decorrentes desse problema ficam em torno de 5%, e o estudo ficou abaixo disso (3,9%). Segundo Elisabeth, a grávida que integra um grupo de estudo clínico, sendo tratada com medicação ou recebendo placebo, já mostra uma melhoria em sua gestação, pois ela recebe um acolhimento mais personalizado e controlado por parte da equipe responsável pelo estudo. "Isso nos mostra que um bom atendimento nos serviços de saúde já é suficiente para melhorar a qualidade de sua gestação", disse.

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