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Sessão científica discute impacto ambiental de dragagem

"Não existe dragagem que não contamine o ambiente", disse o professor Júlio César Wasserman, do Departamento de Análise Geo-Ambiental da Universidade Federal Fluminense, na sessão científica "Destinação de Sedimentos Contaminados no Processos de Dragagem da Baía de Sepetiba". Promovida pelo Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da ENSP, a palestra ressaltou a importância da dragagem de sedimentos contaminados e abordou a destinação do material.

Júlio iniciou a palestra destacando alguns contaminadores dinâmicos: a ciclicidade, a mobilidade física e química, a avaliação dos organismos, a especiação e o fracionamento. E ressaltou que existe ainda o caminho que os metais pesados (cádmio, zinco, mercúrio, chumbo) percorrem e que geram a contaminação, como a incineração de fusão/exaustão, o tratamento de esgoto e resíduos sólidos no solo, o vazamento de efluentes e o lançamento de efluentes.

De acordo com o professor, existem dois processo fundamentais para a análise do processo de contaminação dos sedimentos: a especiação e o fracionamento de metais. "Na especiação, conseguimos identificar todos os procedimentos químicos que resultam na fórmula química efetiva do metal". Segundo Wasserman, a metodologia do processo é dividida em duas fases, sendo elas dissolvida e particulada ou sedimentada, onde são analisados polorografia, cromatografia, separação, criogenia e destilação na fase dissolvida e extração parcial e seqüencial e especiação na fase sedimentada.

Segundo o professor, a contaminação de metais pesados causa impactos nos seres vivos, podendo gerar intoxicação aguda e crônica, biomagnificação (acúmulo de toxina, em um ambiente ou ser vivo ) e danos à cadeia trófica, causando a transferência dos contaminantes. Para o professor, a dragagem é melhor processo para a retirada dos sedimentos contaminados por metais pesados. Este processo, porém, tem uma série de características e cuidados que devem ser levados em conta para que a dragagem seja feita de forma correta e os sedimentos contaminados sejam depositados em locais apropriados.

"Toda dragagem tem um impacto ambiental, mas pelo tamanho da área que será dragada é que medimos se este impacto será grande ou não", ressaltou. Wasserman trabalhou no processo de dragagem do Terminal Marítimo da CSA, localizado na Bahia de Sepetiba. Os resultados do trabalho mostraram que havia contaminação por zinco e cádmio da Companhia Ingá Metais. O material contaminado era de 900.000 m3 e o material a ser dragado era de 22.000.000 m3. "Precisávamos de uma solução urgente, que gerasse poucos impactos", enfatizou o professor.

O professor explicou que a destinação dada ao material contaminado dragado na Baía de Sepetiba foi o Compartimento para Disposição de Sedimentos Contaminados (CDF), cujo objetivo é depositar os sedimentos contaminado por metais pesados, de maneira que não haja vazamento do material. Segundo o professor, o impacto do processo foi a ressuspensão. "O CDF é um grande aliado para a destinação de sedimentos contaminados, ele é destinado para trabalhar com a sedimentação de metais pesados", finalizou.

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