Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Notícias

Notícias

História da luta antimanicomial é registrada em publicação do grupo Tortura Nunca Mais

O Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM/RJ) outorga a Medalha Chico Mendes de Resistência, há 21 anos, a pessoas e/ou grupos que lutam pelos Direitos Humanos e por uma sociedade mais justa. Em 2008, na comemoração de 20 anos da medalha, um dos homenageados foi o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, do qual o pesquisador da ENSP Paulo Amarante faz parte. Para relembrar esses 20 anos de história, o Tortura Nunca Mais está lançando, nesta sexta-feira (26/06), o livro '20 Anos da Medalha Chico Mendes de Resistência: memórias e lutas' que reúne a experiência dos 219 homenageados, dentre eles Paulo Amarante abordando a luta antimanicomial.

Além do livro sobre os 20 anos da Medalha Chico Mendes, outra publicação também será lançada: 'Clínica e Política 2 - Subjetividade, Direitos Humanos e Invenção de Práticas Clínicas' reúne artigos de membros da equipe clínico-grupal do GTNM-RJ e de companheiros e parceiros da clínica transdisciplinar, com o objetivo de tornar visível como os efeitos da violência do Estado repercutem em uma série de gerações. Os artigos do livro vão revelando memória, cartografando paisagens, girando caleidoscópios, desmontando e remontando imagens, inventando palavras, reinventando sentidos, dando voz a personagens outrora calados e desvelando cenários antes invisibilizados.

Ambas as publicações serão lançadas nesta sexta-feira (26/06), às 18 horas, no Instituto de Arquitetos do Brasil, na Rua Pinheiro 10, no Flamengo (RJ). Na ocasião, haverá uma mesa-redonda com a desembargadora Salete Macalós e a psicanalista Cristina Rauter, tendo como tema 'Anistia - esquecimento e memória'.

Livro reúne depoimentos dos homenageados com a Medalha Chico Mendes

Paulo Amarate lembrou que o Grupo Tortura Nunca Mais tem uma história importante no Brasil, denunciando a violência na época da ditadura. Segundo ele, a criação da medalha buscava homenagear todos os sujeitos políticos, individuais ou coletivos que lutam pelos direitos humanos, pela democracia, pela cidadania, e tiveram um papel importante na redemocratização brasileira.

Em 2008, quando o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial recebeu a medalha, foram escolhidas pessoas vinculadas ao movimento para recebê-la. O seguimento dos usuários foi representado por Fernando Goulart, integrante da Comissão Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde; Iracema Polidoro, da Associação de Familiares e Parentes da Colônia Juliano Moreira; e o músico Hamilton Assunção, do grupo Harmonia Enlouquece.

"Por conta da homenagem, fui convidado pelo grupo Tortura Nunca Mais a escrever um texto junto com cada uma das entidades e sujeitos premiados nesses 20 anos. Abordei a importância do movimento antimanicomial, criado em 1978, na luta contra a ditadura. O movimento começou a denunciar não apenas a violência aos pacientes dos hospitais psiquiátricos, mas também a tortura de presos políticos em hospitais psiquiátricos e a utilização dos porões dos manicômios para a repressão política", destacou Paulo Amarante.

Ainda de acordo com o pesquisador, muitos presos políticos passaram pelos hospitais e foram torturados ou 'tratados' com eletrochoque ou medicamentos, desvalorizando, assim, a pessoa, uma vez que, por estarem num hospital psiquiátrico, elas não tinham crédito ao afirmarem serem presos políticos.

voltar voltar

pesquisa

Calendário

Nenhum agendamento para hoje

ver todos