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Comportamento sexual de jovens facilita contaminação por HPV

O grande número de parceiros sexuais, o aumento na frequência das relações e a precoce iniciação sexual são apontados como os principais fatores para o desenvolvimento do câncer de colo de útero, provocado pelo Papilomavírus humano (HPV), de acordo com pesquisa de doutorado em saúde pública realizada na ENSP pela ginecologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michele Lopes Pedrosa. O estudo indica também que a contaminação pelo HPV geralmente acontece no início da vida sexual, tendo uma taxa de incidência três vezes maior entre jovens de até 19 anos.

O estudo 'Lesões precursoras do câncer do colo do útero em adolescentes do município do Rio de Janeiro' foi desenvolvido em três artigos que tiveram como objetivo investigar a distribuição e a dinâmica evolutiva dessas alterações em adolescentes. A tese foi feita com base na análise de um milhão e meio de prontuários de exames preventivos de colo de útero - Papanicolau, realizados entre 1999 e 2005, nas unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro. O trabalho foi orientado pelas pesquisadoras do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Demqs/ENSP) Inês Echenique Mattos e Rosalina Koifman.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, em 90% dos casos, o HPV é o agente responsável pela iniciação do câncer do colo uterino. "Hoje, o Papilomavírus humano é uma das mais frequentes doenças sexualmente transmissíveis (DST). Estima-se que cerca de 30 milhões de novos casos surjam por ano no mundo". No grupo analisado pela pesquisadora, em média, o início da vida sexual ocorreu aos 15 anos, e o número de parceiros, no decorrer da vida sexual, foi de três.

O câncer do colo do útero, segundo Michele, representa uma das principais causas de adoecimento e morte de mulheres no Brasil e no mundo, sobretudo nos países menos desenvolvidos. "A história natural dessa doença segue um curso lento, presumindo-se intervalo de uma década entre a infecção inicial pelo HPV e o surgimento do câncer de colo de útero. Mas percebe-se que elas têm se exposto cada vez mais. Apenas 20% das mulheres afirmam usar preservativos. Com isso, a doença poderá aparecer cada vez mais cedo também" indicou a ginecologista.

Como resultado dessa extensa pesquisa, Michele aponta, como ação fundamental, a inclusão das adolescentes sexualmente ativas no grupo prioritário do programa de prevenção e controle do câncer do colo do útero do Ministério da Saúde. "O acompanhamento das mulheres sexualmente ativas, a detecção precoce das alterações citológicas e o tratamento adequado, a implementação de sistemas de monitoramento do abandono do tratamento e a permissão por uma busca ativa dessas jovens faltosas contribuem para a redução da incidência de doença invasora do colo uterino", concluiu Michele.

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