Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

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Nova pesquisa analisa estratégia de saúde da família em grandes centros urbanos

Impulsionada por um recente movimento de renovação fomentado por agências internacionais de saúde (OMS e OPAS), a atenção primária tem crescido e ganhado atenção especial de governantes, profissionais e estudiosos brasileiros. Por isso, a ENSP vai realizar a pesquisa 'Estudos de caso sobre implementação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) em quatro grandes centros urbanos'. O estudo será conduzido em municípios selecionados, com foco na coordenação dos cuidados com integração à rede de serviços e na atuação intersetorial, a partir da perspectiva das famílias cadastradas, dos profissionais de saúde e dos gestores.


Os municípios selecionados são Vitória/ES, Florianópolis/SC, Belo Horizonte/MG e Aracaju/SE. De acordo com a pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde (Daps/ENSP) Lígia Giovanella, uma das coordenadoras da pesquisa, "os municípios foram selecionados intencionalmente entre as grandes cidades que atingiram uma cobertura da estratégia de Saúde da Família maior que 50% da população e que tenham experiências inovadoras na sua implementação". Para Ligia, o estudo de experiências consolidadas e exitosas possibilitará compreender a complexidade das mudanças no modelo assistencial, identificar desafios da fase de consolidação e os fatores condicionantes de sucesso, além de permitir a difusão de boas práticas da ESF.

A avaliação está focada em dois grandes campos. O primeiro, voltado para a integração da estratégia à rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS), que envolve questões relacionadas à integração do sistema, à coordenação da atenção e à continuidade dos cuidados. E o segundo grande campo é a articulação do setor de saúde e da ESF com outros setores de políticas públicas, ou seja, a intersetorialidade. "Esses são os grandes desafios: organização e conformação de uma rede funcional e integrada, que possibilite o acesso da população a toda a atenção à saúde que ela necessite e à promoção da saúde. Porém, não adianta ter somente atuação em educação de saúde para mudanças de estilos de vida, em uma concepção restrita de promoção da saúde. É preciso incidir sobre os determinantes sociais mais gerais dos processos saúde/enfermidade. Por isso, o nosso foco é também na intersetorialidade", apontou Lígia.

Esta pesquisa, encomendada pelo Ministério da Saúde, também tem a finalidade de comparar dados obtidos em outro estudo do mesmo modelo, desenvolvido em dez grandes centros urbanos nos anos de 2000 e 2001. "Esse é um trabalho comparativo ao que já foi realizado anteriormente e, entre as cidades selecionadas, Aracaju e Vitória repetirão o estudo. A mostra de entrevistados é formada por usuários membros de famílias cadastradas no sistema de saúde e as entrevistas serão feitas em seus próprios domicílios", explicou Lígia.

As entrevistas com os profissionais de saúde das equipes de Saúde da Família - médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde - serão feitas por meio de questionários auto aplicados. Além disso, também serão realizadas entrevistas com os gestores e gerentes do sistema municipal de saúde de cada localidade. "Entrevistaremos pessoas das secretarias municipais, da Atenção Básica do PSF e vários outros gestores de diferentes setores que desenvolvem atividades intersetoriais articuladas com a Secretaria Municipal de Saúde ou com o PSF. As entrevistas com as famílias e os profissionais de saúde serão feitas nos meses de junho e julho", apontou a pesquisadora.

No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, segundo Lígia, "o Programa Saúde da Família encontrou sérias dificuldades. Poucas cidades grandes conseguiram alcançar uma cobertura de PSF ampliada. Portanto, queremos analisar quais condições favoreceram a cobertura ampliada nas cidades selecionadas e quais estratégias podem ser formuladas para a consolidação da atenção básica qualificada nos municípios brasileiros de maior porte".

Além de Lígia Giovanella, a pesquisa também é coordenada pela vice-diretora de Pós-Graduação da ENSP, Maria Helena Mendonça, e pela pesquisadora do Núcleo de Estudos Político-Sociais em Saúde (Nupes/DAPS/ENSP) Sarah Escorel. A pesquisa está sendo financiada pelo Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde (DAB/SAS/MS) com recursos do Fundo Nacional de Saúde gerenciado pela Fiotec.

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