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Centro de Estudos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

Rio, 13/05/2024

Notícias

Especialistas apresentam o conceito de redes de saúde adotado por Minas Gerais

A experiência mineira no estabelecimento de redes de saúde buscando a reorganização do serviço e fornecendo, desta forma, melhor atendimento à população foi apresentada na quarta-feira (6/08), durante mais um Centro de Estudos da ENSP. A atividade deu continuidade aos debates técnicos relacionados ao convênio entre a ENSP e a Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil (Sesdec/RJ). O assessor do Governo do Estado de Minas Gerais, Eugênio Vilaça Mendes, e a gerente de Regionalização e Informações em Saúde da SES/MG, Iveta Malachias, foram os expositores do evento.

A primeira apresentação foi feita por Iveta Malachias, que trouxe o Plano Diretor de Regionalização (PDR/MG) - elaborado em 2000, passando por ajustes em 2003 -, que tem por objetivo garantir o acesso dos cidadãos a todos os níveis de atendimento o mais próximo possível de sua residência, conforme seja o conjunto de ações e serviços necessários à solução de seus problemas de saúde, em qualquer nível de atenção.

O PDR/MG dividiu o estado em 13 macrorregiões e 75 microrregiões, abrangendo, assim, todos os 853 municípios mineiros. Desta forma, o usuário do sistema encontrará serviços de atenção primária em seu município, de atenção secundária dentro da microrregião e, quando necessitar de procedimentos de alta complexidade, recorrerá aos pólos macrorregionais.

Entretanto, o PDR/MG enfrenta alguns desafios como a discussão entre municipalização contra regionalização das unidades e até mesmo o receio da perda de financiamento ou de investimentos para o município com a adoção das microrregiões de atendimento. "Essa busca por financiamentos coloca, muitas vezes, pressões muito fortes e contrárias ao processo de planejamento mais global para o estado", afirmou. Segundo Iveta Malachias, o sucesso de implementação do Plano deve-se à manutenção da equipe que o desenvolveu, além do envolvimento dos conselhos municipais e estadual de saúde, permitindo assim o seu aperfeiçoamento para o modelo atual em aplicação.

Já o Plano Estratégico da Saúde de Minas Gerais foi apresentado por Eugênio Vilaça Mendes. Em sua exposição, o assessor do Governo do Estado de Minas explicou que o plano foi constituído com diversas ações, buscando fazer com que o estado seja o melhor da federação para se morar até o ano de 2023. "A nossa missão é coordenar regular e fomentar as políticas de saúde do estado, de acordo com as necessidades da população, assegurando os princípios do SUS", destacou.

Buscando reformular a forma como se responde socialmente aos problemas de saúde, o Plano Estratégico divide Minas em quatro grandes redes prioritárias em saúde. A primeira é a Rede Viva Vida de Atenção às Mulheres e Crianças; a Rede de Atenção às Urgências e Emergências, que busca combater a elevada morbimortalidade por causas externas; a Rede Hiperdia que age contra as doenças cardiovasculares e diabetes e, por fim, a Rede Mais Vida, destinada à população idosa.

Eugênio Vilaça explica que as redes de atenção à saúde só existem a partir da relação entre três fatores. São eles: a população, o estabelecimento de um modelo lógico de atenção à saúde e de uma estrutura operacional que faça com que as mesmas sejam desenvolvidas de forma eficaz. "Essas redes têm como objetivo reformular a forma como nós respondemos aos problemas de saúde do nosso estado", ressaltou.


O assessor contou ainda que essas redes trabalham com dois modelos de atenção, um voltado para as condições agudas e outra para as condições crônicas, cada uma delas com elementos bem específicos de atuação. Por fim, Eugênio Vilaça explicou que o objetivo do atual governo é manter apenas 100 hospitais funcionando em todo o estado, contra os atuais 592, e diminuir o número de laboratórios de 1.100 para apenas 100, garantindo, assim, uma enorme redução nos custos com a saúde que serão revertidos para a população com um serviço mais eficaz, eficiente e com a qualidade necessária que deve ter.

"A base de um bom serviço de saúde é melhorar a atenção primária. Não tem saída para um sistema de atenção à saúde que não investe fortemente na atenção primária. Não adianta investir apenas em hospitais se não organizar essa atenção primária", encerrou.

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