Instrumentos de Pesquisa

Inquérito com secretários municipais de saúde dos municípios da linha de fronteira com Argentina, Paraguai e Uruguai

Com o objetivo de identificar e analisar as ações demandadas pela população fronteiriça aos serviços de saúde, mecanismos utilizados para o acesso, fluxos formais e informais entre os serviços na região e estratégias de resposta de gestores locais às pressões por atendimento foi realizado inquérito com os secretários municipais de saúde dos municípios brasileiros da linha de fronteira com Uruguai, Argentina e Paraguai. O universo da pesquisa foram os SMSs dos 69 municípios localizados na linha de fronteira com Uruguai, Argentina e Paraguai.

Para tanto foi elaborado pela equipe de pesquisa questionário organizado em 11 módulos com 73 perguntas fechadas e 30 parcialmente abertas, de forma a atender aos objetivos da pesquisa e à revisão da literatura sobre o assunto estudado. O questionário foi elaborado em processo reiterativo, iniciado em oficina metodológica no primeiro semestre de 2005 passou por discussão por correio eletrônico entre a equipe de pesquisa. Sua primeira versão foi completada em outra oficina metodológica com a participação de todas as pesquisadoras no segundo semestre de 2005. O questionário elaborado foi submetido a pré teste para validação de conteúdos e verificação de tempo de aplicação em dois municípios de fronteira quando da primeira visita a cidade gêmeas-caso e participação no lançamento do Programa SIS Fronteira do Ministério da Saúde em Uruguaiana em 10 e 11 de novembro de 2005. Após o pré-teste, o instrumento foi reformulado de modo a tornar algumas perguntas mais claras, ser mais conciso, e principalmente reduzir o tempo de aplicação, facilitando adesão e levantamento completo de informações.

O questionário (apresentado em anexo no volume 3 deste relatório) é composto por 11 módulos denominados pelas letras de A até K. Os três primeiros módulos referem-se a informações sobre a aplicação do questionário, dados da Secretaria e perfil do(a) Secretário(a) Municipal de Saúde (SMS). O Módulo D trabalha características da fronteira no município. No Módulo E as perguntas buscam apreender as percepções do SMS sobre os serviços públicos de saúde na cidade estrangeira de fronteira (Seção E.1) e do Sistema Único de Saúde (SUS) no município e região (Seção E.2). O Módulo F aborda a busca e atendimento de estrangeiros pelo SUS no município quanto ao perfil dos estrangeiros que buscam o SUS (Seção F.1) e tipos de atendimento demandados (Seção F.2). O módulo G coleta informações sobre ações de saúde relacionadas com a situação de fronteira. O conhecimento do SMS sobre a busca e atendimento de brasileiros nos serviços públicos de saúde das cidades estrangeiras de fronteira vizinhas ao seu município é inquirido no Módulo H, e no módulo I indaga-se sobre atuação de profissionais de saúde estrangeiros. Os dois últimos módulos foram destinados a anotações do pesquisador de campo sobre a fronteira e a realização da entrevista.

O projeto previa que os questionários seriam enviados aos 69 secretários municipais de saúde por correio, acompanhados de cartas do Conasems , auto-preenchido pelos SMSs, e sua devolução monitorada por meio de telefone. Contudo, o teste piloto dos instrumentos de pesquisa mostrou a complexidade do questionário e experiências anteriores das pesquisadoras indicavam dificuldade de retorno. Assim, preocupadas com a possibilidade de perdas e após re-avaliação do orçamento com redução do número de cidades-caso a visitar, na segunda oficina de coordenação realizada no segundo semestre de 2005, foi decidida a aplicação dos questionários por entrevistadoras treinadas em visita a todas as 69 localidades de fronteira. Esta estratégia mostrou-se muito exitosa, pois alcançou-se resposta da grande maioria dos sujeitos da pesquisa: 67 em universo 69 SMSs de municípios da linha de fronteira com Uruguai, Argentina e Paraguai.

A equipe de campo da Pesquisa Saúde na Fronteira foi composta por cinco entrevistadoras, profissionais de nível superior ligadas a cursos de pós-graduação em saúde pública e/ou serviço social, quatro delas residentes nos estados do sul do país e com experiência em pesquisa na fronteira, o que facilitou muito o reconhecimento de campo e deslocamentos. As pesquisadoras de campo receberam treinamento na Ensp nos dias 17 e 18 de novembro de 2005 com instruções específicas para abordagem dos SMS's, compreensão das perguntas do questionário, estratégia de aplicação do questionário, bem como para revisão e crítica do seu preenchimento, e posterior digitação dos dados. O trabalho de campo realizado entre novembro e dezembro de 2005 foi supervisionado pelas coordenadoras da pesquisa e a profissional de estatística com acompanhamento à distância por meio de contatos telefônicos diários e correios eletrônicos.

Como estratégia para entrada no campo, inicialmente, os SMS foram contatados por telefone e por correio eletrônico com mensagem da coordenação da pesquisa informando objetivos do estudo e futura visita de pesquisadora. Na etapa de trabalho de campo propriamente dita a entrevistadora responsável entrou em contato por telefone com o SMS e a entrevista foi agendada. No momento da entrevista, em visita à localidade de fronteira, competia ao entrevistador apresentar de forma sucinta os objetivos da pesquisa, entregar o termo de consentimento livre e esclarecido e após aceitação e assinatura aplicar o questionário.

Os questionários aplicados foram revisados pelo entrevistador e por supervisor. Para orientar a entrada de dados foi elaborado instrumento com informações específicas e dicionário de variáveis (em anexo no Volume 3 – Instrumentos de Pesquisa). A digitação de dados foi feita pelas pesquisadoras de campo em dois instrumentos de entrada de dados: uma planilha excel para dados quantitativos (com variáveis denominadas por letra do módulo do questionário e número da pergunta) e um documento word para respostas abertas/dados qualitativos. Depois da digitação foi realizada crítica dos dados com verificação da codificação e consistência entre variáveis com correção dos erros pontuais. A entrada de dados foi feita por meio do programa Excel e os dados posteriormente transportados para o SPSS para a realização da descrição e análise estatística. Foi elaborada tabulação com freqüências simples com resultados para o conjunto dos municípios e por segmento de fronteira (estado e país). Para a análise de associação entre variáveis selecionadas foi utilizado o teste do qui-quadrado de Pearson e para a comparação entre segmentos de fronteira foi utilizado o teste não paramétrico de correlação de Spearman, mais adequado para análise de pequeno número de casos. O valor crítico do nível de significância pré-estabelecido foi de 0,05 (p-valor).

 

texto (formato PDF) Questionário para inquérito com Secretários Municipais de Saúde Pesquisa Saúde nas Fronteiras.
texto (formato PDF) Roteiro para Entrevista com Secretário de Estado da Saúde.
texto (formato PDF) Roteiro para Entrevista com Coordenador Nacional do SGT 11-Saúde.
texto (formato PDF) Roteiro para Entrevista com Secretário Municipal de Saúde – cidades caso.
texto (formato PDF) Roteiro para Entrevista com autoridade local de saúde da cidade estrangeira vizinha – cidades caso.
texto (formato PDF) Instruções para preenchimento do programa de entrada de dados.
texto (formato PDF) Termo de Consentimento e Livre Esclarecido.