A coordenação da pesquisa 'Avaliação da exposição a agrotóxicos na população da cidade do Rio de Janeiro: construção de valores de referência como contribuição para a vigilância em saúde no país' informa que os resultados da análise laboratorial da urina para investigação dos níveis de metabólitos de agrotóxicos das classes dos piretróides e organofosforados serão entregues até fevereiro de 2016.
O prazo estipulado inicialmente era agosto de 2015, entretanto, o equipamento utilizado para a realização das análises ficou danificado entre os meses de junho a outubro de 2015, comprometendo o prazo para devolução dos resultados.
Em caso de dúvida, os voluntários podem entrar em contato através do telefone (21) 2598-2982 ou pelo e-mail anacris@ensp.fiocruz.br, falar com Ana Cristina Simões Rosa, pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz).
Os agrotóxicos são substâncias com elevado nível de toxidade e representam um importante problema para a saúde humana, principalmente, devido ao uso descontrolado tanto no meio rural, quanto no meio urbano. Nas zonas rurais os agricultores fazem uso dessas substâncias sem cuidados e critérios de racionalização da mistura e quantidades utilizadas. No meio urbano o uso de agrotóxicos também acompanha o mesmo panorama, visto que são utilizados no uso doméstico, para o combate à insetos; por empresas especializadas no serviço, as chamadas dedetizadoras; e até mesmo em campanhas de saúde pública. A consequência da falta de seletividades dessas substâncias pelo homem traz grandes prejuízos tanto para os organismos que são alvos, quanto para quem sofre a ação tóxica desses compostos.
Pensando em estabelecer valores de referência para a população carioca exposta ambientalmente a essas substâncias, pesquisadores do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Cesteh/ENSP/Fiocruz) estão desenvolvendo o projeto 'Avaliação da exposição a agrotóxicos na população da cidade do Rio de Janeiro: construção de valores de referência como contribuição para a vigilância em saúde no país', que pretende - por meio de análises laboratoriais da urina da população exposta e questionário - criar um valor de referência para metabólitos de agrotóxicos das classes dos piretróides e organofosforados.
O destaque da avaliação para as duas classes de agrotóxicos denominadas piretróides e organofosforados, é devido à sua ampla utilização nas áreas urbanas e rurais e pela carência de estudos que caracterizem o padrão de exposição ambiental da população brasileira a essas substâncias. A perspectiva da pesquisa é suprir uma carência na legislação do país, que não possui valores de referência para humanos para diversas classes de agrotóxicos. Apenas água e alimentos possuem regulação. Em muitos países do mundo estudos sugerem a necessidade de monitoramento da população para entender o perfil da exposição e seus riscos associados. Delinear o perfil da exposição da população aos agrotóxicos permitirá conhecer os níveis aos quais a população do Estado do Rio de Janeiro está exposta, além de possibilitar concluir valores de referência adequados à realidade do país.
Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP, o projeto é formado por uma equipe multidisciplinar composta por oito profissionais, sendo eles o coordenador Sérgio Rabello e os pesquisadores Ana Cristina Simões Rosa, Paula de Novaes Sarcinelli, Jefferson José Oliveira da Silva, Tatyane Pereira dos Santos, Eline Simões Gonçalves, Amanda Isabel Soares Ferreira Ginuíno e José Carlos Queiroz Areas, e será desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova ENSP). Saiba mais sobre o projeto Avaliação da exposição a agrotóxicos na população da cidade do Rio de Janeiro: construção de valores de referência como contribuição para a vigilância em saúde no país na entrevista concedida pela pesquisadora Ana Cristina Simões Rosa ao Informe ENSP.
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