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Estudos Palinológicos em Coprólitos na América do Sul / Estudios de Paleodietas y Paleoambientes del Holoceno.

Departamento: DENSP - DEPARTAMENTO DE ENDEMIAS SAMUEL PESSOA

Programa de pós-graduação: SAÚDE PÚBLICA

Linha: PALEOPATOLOGIA, PALEOPARASITOLOGIA E PALEOEPIDEMIOLOGIA

Grupo: PALEOPARASITOLOGIA E PALEOEPIDEMIOLOGIA

Subárea de Conhecimento: 2.03.00.00-0

Descrição do projeto:
O objetivo deste projeto é aprofundar as investigações paleoecológicas e de reconstrução de paleodietas através de estudos palinológicos e de restos vegetais de coprólitos na América do Sul.

Coprólitos apresentam componentes orgânicos e inorgânicos ingeridos, tais como grãos de pólen, microrestos de vegetais, sementes, vermes, diatomáceas, fitólitos, fragmentos ósseos, ostracodes, pêlos, penas, insetos, moluscos, traços de DNA de fósseis, que podem pertencer ao próprio organismo ou aos componentes ingeridos (Reinhard et al. 2008), entre outros. É possível recuperar e identificar as inclusões e obter informações sobre aspectos ecológicos e culturais de origem animal ou sobre populações humanas, como o parasitismo, a dieta, o uso de plantas medicinais, as condições ambientais, a sazonalidade no uso dos recursos (Berg 2002, Burry et al. 2008, 2010, Carrion et al 2001, Reinhard 2004, 2005, Chaves e Reinhard 2003, 2006, D'Antoni e Togo 1974 b, Fugassa et al. 2008, Holloway 1983, Horrocks et al 2003 Reinhard, et al 1991, e Bryant 1992, 2008, Velázquez e Burry 2009, 2010 e Velázquez et al. 2007, 2008, 2010).

Entre todas as inclusões acima, os grãos de pólen são os únicos a possuir uma parede externa composta de esporopolenina - substância muito resistente à degradação, que não é digerida no ambiente ácido do sistema digestivo e que reaparece nas fezes (Horowitz,1992).
Com relação aos estudos de microrrestos vegetais, estes representam um importante complemento à análise dos grãos de pólen, pois a permanência destes nos coprólitos, resultam, inevitavelmente, em parte da dieta do organismo e também permite, diferentemente dos estudos palinológicos, refinar a identificação a um nível mais específico dos elementos alimentares (Hansen 1978, Hofreiter et al 2003, Yagueddú e Arriaga 2007, 2008).


Por outro lado, o copropalinologia também representa uma alternativa à análise convencional dos grãos de pólen para se reconstruir uma vegetação (Scott, 2000). Particularmente em áreas áridas e semiáridas na Patagônia extra-andina, onde ambientes deposicionais, como lagoas ou turfeiras são escassos, a análise de coprólitos pode ser uma ferramenta valiosa para a reconstrução paleoambiental. Chaves (2000) afirma que a análise dos grãos de pólen de coprólitos pode contribuir para o conhecimento do clima do Holoceno e sobre o paleoambiente regional, quando não se encontram grãos de pólen em amostras de sedimento. Por outro lado, Carrión (2004) descreve os coprólitos como bons indicadores paleoambientais, uma vez que o espectro polínico de fezes fósseis reflete a composição da vegetação da área e da vegetação regional. Pode também refletir a vegetação do raio de ação do organismo (Carrion, 2001).

A análise comparativa dos espectros polínicos dos coprólitos com os sedimentos contemporâneos tem mostrado que os coprólitos têm uma boa representação da flora local e regional (Velázquez et al. 2010). Além disso, os taxa entomófilos se encontram melhor representados que nos sedimentos, assim geralmente se encontra uma maior diversidade de taxa nos coprólitos do que em sedimentos (Carrión, 2002, 2004).


Existem antecedentes de estudos palinológicos de coprólitos de diversas origens zoológicas, como, por exemplo, os seres humanos, as lhamas, animais extintos como hienas, papagaios, cachorros, ovelhas, camelos, entre outros (Chaves e Reinhard 2006, D'Antoni e Togo 1974a, 1974b; Jones e Bonavia 1992, Edwards et al, 1995;. Sutton e Reinhard, 1995;. Alcover et al 1999 Carrión, et al 2001, 2004, 2005, Chaves e Reinhard 2003, 2006, Horrocks et al 2003, 2008, Porras de 2010..; Dean 2006, Velázquez et al. 2010).


2. Objetivos

O objetivo geral deste projeto é criar um espaço de interação entre grupos de pesquisa em Coprologia que permita o intercâmbio de experiências e conhecimentos na disciplina.

Os objetivos específicos são:

- Reconstruir com diferentes marcadores biológicos presentes nos coprólitos, aspectos da paleodieta de animais e de humanos que habitaram a Patagônia e o Nordeste do Brasil, assim como aspectos da história ambiental do Holoceno. O trabalho será realizado por meio da análise de grãos de pólen e de microrrestos vegetais de coprólitos.

- Desenvolver um protocolo para o tratamento dos coprólitos para extrair o maior número de indicadores biológicos.

- Comparar os resultados do Nordeste do Brasil com os da Patagônia, e incorporar a Patagônia nos atuais debates sobre a paleodieta e uso de plantas para fins medicinais.

3. relevância do projeto

Com este projeto, propomos, através da utilização de diferentes indicadores biológicos de coprólitos, abordar o estudo sobre paleodietas e paleoambientes que permitirão fornecer informações relevantes nas análises arqueológica e bioantropológica.

Na Argentina existem grupos de pesquisa geradores de informações paleoambientais que trabalham em diferentes linhas de pesquisa sobre o estudo das ocupações humanas no passado, entre elas a copropalinologia que é uma disciplina emergente. Os primeiros trabalhos de D'Antoni e Togo (1974a e 1974b) estudaram o pólen contido em coprólitos humanos e de camelos no noroeste da Argentina. Mais recentemente o Laboratório de Palinologia e Bioanthropologia da UNMDP iniciaram (no ano de 2006) estudos palinológicos em coprólitos de camelídeos e de omnívoros, provavelmente humanos (Burry et al. 2008, 2010, Velázquez e Burry 2009, 2010) Velázquez et al 2007, 2008, 2009, 2010) e após (em 2007), se iniciou o estudo microhistológico de restos vegetais em coprólitos (Yagueddú 2010; Yagueddú e Arriaga 2007, 2010).


4. Metodología

Pretendemos desenvolver dois subprojetos durante o período de Cooperação:

3. Reconstrução da paleodieta de camelídeos da Patagônia.

4. Contribuições do estudo de coprólitos na reconstrução paleoambiental.

Natureza:

  • Pesquisa

Ano do início do projeto: 2011

Ano do fim do projeto: 2013

Coordenador: SERGIO AUGUSTO DE MIRANDA CHAVES

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Quinta, 25 de Abril de 2024

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