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DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS INDÍGENAS GUARANI MENORES DE UM ANO

Departamento: DENSP - DEPARTAMENTO DE ENDEMIAS SAMUEL PESSOA

Programa de pós-graduação: EPIDEMIOLOGIA EM SAÚDE PÚBLICA

Linha: SAÚDE INDÍGENA

Grupo: SAÚDE, EPIDEMIOLOGIA E ANTROPOLOGIA DOS POVOS INDÍGENAS

Subárea de Conhecimento: 4.06.01.00-5

Descrição do projeto:
A revisão da literatura evidencia a importância das infecções respiratórias agudas na morbimortalidade mundial, principalmente na dos países em desenvolvimento e nas populações menos favorecidas, com restrição de acesso aos serviços de saúde e em condições vulneráveis de vida. Algumas dessas situações coincidem com aquelas encontradas nas aldeias indígenas Guarani no Sul e Sudeste do Brasil e também no restante da população indígena que vive em território brasileiro.
Em um estudo caso-controle sobre fatores de risco para hospitalização por doença respiratória aguda baixa (DRAB) e nos estudos descritivos associados sobre a morbidade hospitalar e a mortalidade confirmou-se a extrema relevância epidemiológica das doenças respiratórias agudas entre as crianças Guarani, nas quais foram observadas elevadas taxas de hospitalização por essas causas, associadas clinicamente à sibilância, com risco inversamente relacionado à idade. Ao aplicar à população Guarani <5 anos estimativas da incidência ajustada de casos de pneumonia clínica comunitária (0,29 caso/criança-ano) e da proporção esperada de hospitalizações por esta causa (7-13% das pneumonias comunitárias), obtidas por revisão sistemática de estudos em países em desenvolvimento, verificou-se que a taxa de hospitalização Guarani corresponde àquela observada em populações com as maiores incidências de pneumonia clínica no mundo e há pelo menos 15 anos atrás.
Diante dessa comparação, levantaram-se como hipóteses que a incidência de IRA (em particular de pneumonia clínica) entre os Guarani seja realmente elevada, resultando em proporções elevadas de hospitalização, ou que a incidência não seja tão alta, mas que o manejo clínico dos casos no nível primário de atenção seja insuficiente para evitar as hospitalizações. Entre os fatores de risco identificados com maior magnitude, verificou-se o baixo peso ao nascer, cuja OR foi de 9,06 (IC95%: 1,99-41,25), não sendo possível identificar suas causas, que podem ser bastante diferentes das verificadas na população geral, tendo em vista a elevada prevalência de partos indígenas domiciliares. Por outro lado, outros fatores de risco para DRAB definidos ou prováveis não foram idealmente caracterizados entre os Guarani, como por exemplo, a ausência de aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida e a exposição ao fumo dos pais. Adicionalmente, só foram realizados diagnósticos etiológicos presuntivos dos casos, mas podem existir diferenças quanto aos fatores de risco e suas magnitudes nos agravos causados por distintos agentes etiológicos das IRA (vírus e bactérias).
Tendo em vista a ausência de estudos de incidência de doenças respiratórias agudas em indígenas no Brasil e a possibilidade, em um estudo de coorte de nascimentos de: investigar melhor alguns fatores de risco já explorados no estudo caso-controle que não se confirmaram como fatores de risco, apesar das evidências favoráveis na literatura; complementar a investigação de fatores de risco não analisados no primeiro estudo; investigar fatores de risco para outros desfechos secundários de relevância epidemiológica relacionados às DRAB (como baixo peso ao nascer e óbitos, entre outros); e de padronizar diagnósticos clínicos e realizar diagnóstico etiológico que permitirão investigar fatores de risco específicos por entidade nosológica, justifica-se a realização do estudo, visando contribuir para o planejamento de intervenções diferenciadas para reduzir a incidência de pneumonias clínicas, de hospitalizações por DRAB e de custos relacionados, bem como reduzir o risco de morte por DRAB. A confirmação etiológica dos casos de IRA pode orientar a terapêutica e as medidas de prevenção e de promoção da saúde, inclusive permitindo a análise do esquema vacinal proposto para os povos indígenas.
Objetivo Geral: Analisar a magnitude das doenças respiratórias agudas no primeiro ano de vida e de fatores associados em uma coorte de nascimentos ocorridos nos anos de 2012/2013 na etnia Guarani residente nos litorais Sul e Sudeste do Brasil.
Objetivos específicos:
1. Estruturar um sistema de vigilância de doença respiratória aguda nas aldeias litorâneas de ocupação da etnia Guarani;
2. Estimar a incidência de doença respiratória aguda, de pneumonia clínica e de sibilância no primeiro ano de vida na coorte de nascimentos de crianças indígenas Guarani;
3. Identificar fatores de risco para doença respiratória aguda, pneumonia clínica e sibilância no primeiro ano de vida na coorte de nascimentos de crianças indígenas Guarani;
4. Realizar diagnóstico etiológico das pneumonias clínicas e nos casos de doença respiratória aguda hospitalizados;
MÉTODOS
Desenho de estudo
Será realizado um estudo de coorte dos nascimentos ocorridos em aldeias indígenas Guarani nos litorais Sul e Sudeste do Brasil no período de 01/07/2012 a 30/06/2013, cujo objetivo primordial é analisar a incidência de doença respiratória aguda e de fatores associados no primeiro ano de vida, segundo etiologia.

População e área de estudo
Serão elegíveis para o estudo a totalidade das crianças indígenas Guarani nascidas vivas entre 01/07/2012 e 30/06/2013 de mães residentes nas aldeias e acampamentos dispersos no território que se estende de litoral do estado do Rio de Janeiro ao litoral do estado do Rio Grande do Sul, definido como um Distrito Sanitário Especial Indígena no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

Natureza:

  • Pesquisa

Ano do início do projeto: 2012

Ano do fim do projeto: 2014

Coordenador: ANDREY MOREIRA CARDOSO

Participante Interno:

Participante Externo:

Participante Aluno:

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Sexta, 29 de Março de 2024

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