Departamento: CESTEH - CENTRO DE ESTUDOS DA SAÚDE DO TRABALHADOR E ECOLOGIA HUMANA
Programa de pós-graduação: SAÚDE PÚBLICA
Linha: TOXICOLOGIA E SAÚDE - PSP
Grupo: AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A METAIS SOBRE A SAÚDE HUMANAS E ECOSSISTEMAS
Subárea de Conhecimento: 4.06.02.00-1
Descrição do projeto:
O crescimento populacional, vinculado à expansão das indústrias, gera um aumento considerável na quantidade de alimentos e bens de consumo necessários para atender a uma significativa demanda. Inevitavelmente, uma maior quantidade de metais, oriunda da extração e disposição residual, torna-se disponível no ambiente. Em função de suas características específicas, os metais podem representar um risco à saúde humana, gerar impactos ao meio ambiente, causando danos eco-biológicos irreversíveis. A avaliação da exposição é a medida da concentração de um metal presente no ambiente (monitoramento ambiental) e/ou no organismo (monitoramento biológico). O estanho (Sn) é um metal de ocorrência natural, obtido de minérios como a cassiterita (SnO2). Industrialmente importantes, os compostos de estanho são categorizados como inorgânico (iSn) e orgânico (oSn). Os iSn são encontrados na crosta terrestre e usados na indústria de vidros e corantes. Também estão presentes em pastas de dente, perfumes, sabões, alimentos e tinturas. As principais aplicações para os oSn são produção de plásticos, embalagens de alimentos, tubos (PVC), pesticidas, tintas, preservativos de madeira e repelentes. O Sn metálico é usado no revestimento de latas para alimentos, bebidas e aerossóis. Está presente em ligas tais como latão e bronze, e soldas. O estanho metálico e seus compostos podem ser encontrados no ar, água e solo, próximos aos locais em que estão presentes. Em geral, os oSn são provenientes de fontes antropogênicas e não ocorrem naturalmente no ambiente. O ar contendo Sn pode ser transportado pelo vento ou chuva. O metal se liga ao solo e sedimentos da água e não pode ser destruído, apenas muda sua forma, ficando ligado ou separado das partículas no solo, sedimento e água. Os oSn podem ser degradados (por exposição à luz solar ou bactérias) em outros de menor cadeia ou inorgânicos. Na água, estão ligados às partículas em suspensão e nos sedimentos, podendo ainda ser absorvidos para o tecido dos animais aquáticos. A exposição ao Sn e seus compostos pode produzir diversos efeitos tais como neuro, hemato e imunológicos. Os iSn produzem a pneumoconiose não fibrogênica e efeitos gastrointestinais, enquanto que os oSn inibem síntese do heme oxigenase e também podem ser genotóxicos. Causam ainda irritação severa e queimação na pele, quando absorvidos por esta via. Outros efeitos são danos renais e hepáticos. No mundo, a literatura sobre os efeitos do estanho no organismo humano é escassa. O trabalho a ser desenvolvido sobre a relação da exposição a este elemento e a saúde humana é incipiente, devido à ausência de experimentos em amostras ambientais e fluidos biológicos de interesse. Assim sendo, faz-se necessária a realização de pesquisas com as populações expostas ao estanho para avaliação dos riscos da exposição. O objetivo deste trabalho é o monitoramento biológico e ambiental da população ribeirinha, através de indicadores como sangue, urina, leite humano, e sedimentos, tubérculos, ovos, peixes, respectivamente. Este estudo será realizado com a população voluntária residente no Rio Jamari, Rondônia, que sofreu o impacto da construção de uma barragem e, ainda, recebe drenagem de área de mineração de cassiterita. As amostras serão coletadas desde a montante dos lançamentos das áreas de mineração com drenagens no Jamari. Serão coletadas amostras de sangue e urina da população local e de leite materno nas nutrizes das áreas de influência a serem determinadas pelo estudo. A análise de especiação das amostras será realizada por meio da cromatografia líquida para a separação das espécies e a determinação da concentração de estanho se dará por espectrometria de absorção atômica. Ao final da pesquisa, o maior benefício será a possibilidade de redução do problema, através da elaboração de um programa de informação à população, orientado-a quanto aos possíveis fatores de prevenção, visando minimizar a absorção e os efeitos deste metal no organismo.
Natureza:
Ano do início do projeto: 2008
Ano do fim do projeto: 2011
Coordenador: MARIA DE FÁTIMA RAMOS MOREIRA
Participante Interno:
Participante Externo:
Participante Aluno:
Participante Bolsista:
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