PEC 241 ou o fim do SUS e da escola pública
Leitos de hospitais fechados, aumento das filas para tratamentos, exames e internações, falta de vacinas, deterioração de unidade e postos de saúde, escolas superlotadas, falta de professores, de creches, de merenda, de vagas nas universidades. Este quadro poderia ser uma simples previsão pessimista considerando as dificuldades que a população brasileira já enfrenta hoje na educação e na saúde públicas, mas, segundo diversos pesquisadores, não se trata de um mero exercício de imaginação, mas sim da descrição objetiva do que vai acontecer caso a PEC 241/2016, a chamada PEC dos gastos, enviada pelo governo Temer ao Congresso, seja aprovada. O pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada (Ipea), Carlos Ocké Reis, é taxativo: “A PEC significa uma redução tão grande de recursos que inviabiliza a manutenção do SUS. Se hoje em dia tem pouco [recurso], amanhã não vai ter nada”. O professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Araújo, concorda: “Se eu já tenho uma creche precária, ou se tenho um serviço precário de saúde, o máximo que eu vou conseguir é atualizar os preços dessa precariedade. Significa o congelamento dos serviços atuais. Então, a expansão para cobrir o crescimento da população a gente não vai ter”, reforça.