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A pandemia e seus desafios globais foi tema de debate no aniversário de 66 anos da ENSP

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Publicado em:04/09/2020
A pandemia e seus desafios globais foi tema de debate no aniversário de 66 anos da ENSPNo seu terceiro dia de comemoração ao aniversário de 66 anos, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) debateu os principais desafios globais da pandemia. A mesa — que abordou temas que permeiam desde o tratamento da Covid-19 nas Nações Unidas até a Rede Estruturante no enfrentamento, principalmente de países da América Latina —, sob a coordenação do diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) e do Centro Colaborador em Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), Paulo Marchiori Buss, foi composta da presença do diplomata de carreira no Brasil e assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz), Santiago Alcázar, do pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) e professor adjunto do Departamento de Saúde Internacional da Universidade de Georgetown (EUA), Luiz Augusto Galvão, e do assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz), Sebastião Tobar.
 
O livro Diplomacia da Saúde e Covid-19 - A meio do caminho, com previsão de lançamento para o mês de setembro, norteou as apresentações dos palestrantes, cada um abordando um capítulo, respectivamente. Ao todo, o livro é constituído por 23 capítulos e recebeu a colaboração de 41 autores. Além disso, os convidados falaram sobre como o Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) está trabalhando no enfrentamento da pandemia. 
 
A coordenação da atividade ficou por conta do diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) e do Centro Colaborador em Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), Paulo Marchiori Buss. Em sua fala inicial, o diretor lamentou a falta de atenção com crises anteriores, o que nos levou a enfrentar, mais uma vez, uma conjuntura com graves consequências. “Vivemos uma situação muito crítica de crise sanitária. Era um problema anunciado desde o Ebola, e mesmo com esse anúncio não fomos capazes de mudar os facilitadores desta pandemia que estamos vivendo.”
 
A Covid-19 em debate 
 
A Covid-19 nas Nações Unidas foi o tema da fala do diplomata de carreira no Brasil, assessor do Centro de Relações InternacionaisA pandemia e seus desafios globais foi tema de debate no aniversário de 66 anos da ENSP em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) para assuntos de diplomacia, Santiago Alcázar, que apresentou um panorama geral de como ocorreram as respostas das Nações Unidas para a pandemia e de que forma a Covid foi tratada dentro de cada órgão da ONU. Santiago falou sobre a abordagem da doença na Assembleia Geral das Nações Unidas (Agnu), no Conselho Econômico e Social (ECOSOC), no Conselho de Direitos Humanos e no Conselho de Segurança ressaltando os principais pontos de cada um deles. Na Agnu, ele destacou a colocação da Covid-19 num item muito diferente do adequado, o que, segundo ele, comprometeu na decorrência do tema. Na ECOSOC, a pandemia entrou na Agenda 20-30, com ênfase em fortalecimento da proteção social, acesso universal à saúde, dentre outros. Foi ali que, segundo ele, a Covid encontrou vários nichos para se desenvolver. Já no Conselho de Direitos Humanos, Santiago explicou a forma inesperada como tudo aconteceu. “A indignação com o racismo acolheu a indignação contra a desumanidade no tratamento incompetente conferido à pandemia”, salientou o diplomata, explicando que, com a revolta da população contra o racismo — que gerou uma série de manifestações inicialmente nos Estados Unidos — e indiferença do presidente Norte-americano, Donald Trump, diante da pandemia e do preconceito, os direitos humanos dos Estados foram motivados a buscar respostas mais rápidas ao combate da pandemia. Por último, ele falou sobre o Conselho de Segurança, que entrou de maneira informal e colocou seu foco maior na manutenção da paz, e não na pandemia. Concluindo sua fala, Santiago enfatizou que “o sistema das Nações Unidas é o maior foro democrático do mundo, é o espelho dos Estados-membro. As deficiências democráticas dos Estados-membro repercutem no sistema da ONU, além das decisões econômicas, que influenciam de maneira positiva ou negativa; mas a capacidade de ação das Nações Unidas é imprescindível num mundo como o que vivemos”. 
 
 
 
A pandemia e seus desafios globais foi tema de debate no aniversário de 66 anos da ENSPA pandemia e a Agenda 20-30 foram abordadas na fala do pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz) e professor adjunto do Departamento de Saúde Internacional da Universidade de Georgetown (EUA), Luiz Augusto Galvão. “Um exercício muito democrático e participativo como nunca tinha sido feito pelas Nações Unidas.” Foi assim que o pesquisador classificou a agenda, adotada em 2015 pela comunidade internacional. Mesmo com essa participação, o pesquisador ressaltou que o balanço feito no ano de 2019 mostrou que não foram muitos os avanços, o que se agravou ainda mais com a Covid-19. “Neste momento, algumas questões ficaram paralisadas por conta do coronavírus”, alertou. Porém, Luiz Augusto ressaltou os acertos dos objetivos da Agenda, tendo algumas confirmações dos temas escolhidos, por exemplo, os princípios de direitos humanos, equidades, sustentabilidade, além dos desafios históricos com o racismo sistêmico à violação dos direitos humanos, que estão em voga neste momento de pandemia. O pesquisador explicou, também, os componentes da agenda, além de mostrar os 17 objetivos dos desenvolvimentos sustentáveis, como questões ambientais de segurança, parceria entre países, educação, dentre outros. Mesmo com esse acerto, os impactos que a Covid-19 ocasionou na Agenda, abriu um estado de atenção para o pesquisador. “Se antes da Covid já existiam vários desafios, ela nos mostrou o despreparo que nós temos. Esse é o primeiro impacto que deve ser visto no futuro.” 
 
 
 
Já o assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação da Oswaldo Cruz (Cris/Fiocruz), Sebastião Tobar, abordou as A pandemia e seus desafios globais foi tema de debate no aniversário de 66 anos da ENSP​Redes Estruturantes no enfretamento da Covid-19, da qual a ENSP participa. A Rede de Escolas e Centros em Saúde Pública da América Latina (RESP-AL) é formada por Escolas, Centros e Instituições Formadoras em Saúde Pública nacionais e internacionais, ligadas ao tema nos países da América Latina, contribuindo para a melhoria do sistema de saúde nacional e internacional. Segundo Sebastião, a Covid-19 é uma doença que exige respostas rápidas e, conforme ressaltou, no atual contexto pandêmico, o conceito de rede “constituiu uma grande oportunidade de atuar compartilhando esforços e promovendo a construção de capacidade por meio de cooperação”. As atividades realizadas pela Rede no enfrentamento da Covid-19 foram mostradas pelo pesquisador, principalmente o investimento na comunicação. “A fluidez na comunicação, neste momento de pandemia do país, tem sido fundamental”, ressaltou ele, explicando que houve várias iniciativas para tornar o contato mais dinâmico, já que era exigido o isolamento social. E, por meio disso, a Rede criou estratégias para os países latino-americanos, como webnários, que debatem sobre os recursos humanos na pandemia, vacinas e medicamentos, dentre outros. Os Institutos Nacionais de Saúde também ganharam destaque na fala do pesquisador, que os classificou como de suma importância, “já que eles que fornecem organismos científicos técnicos especializados para os estados”.  Concluindo sua fala, o pesquisador falou sobre a importância do trabalho em rede, como a criação de novas oportunidades para abordar problemas comuns, a adoção do trabalho da modalidade virtual, que foi intensificada neste momento pandêmico, e o aprendizado entre pares, que, segundo ele, acontece entre a Rede e a cooperação estruturante.    
 

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