Lançada pesquisa que vai avaliar impactos sociais e econômicos da pandemia no Brasil
Publicado em:25/08/2020
Por Danielle Monteiro
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O que os brasileiros pensam do isolamento social? Quais são as principais dificuldades da população para acessar os serviços de saúde? Quais mecanismos as famílias, principalmente as que atuam na informalidade, estão adotando para enfrentar sua condição de saúde? A pesquisa Termômetro Social Covid-19 Brasil chegou para responder a essas e outras perguntas. O objetivo? Avaliar o impacto social e econômico da pandemia, trazendo evidências para a definição de políticas públicas e ações estratégicas. O estudo é coordenado no Brasil pela ENSP, em parceria com a Escola de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP).
Passada a fase piloto, a Termômetro Social Covid-19 Brasil deu início, no dia 18 de agosto, à pesquisa de campo. Desenvolvido de forma completamente online, o estudo é fruto da pesquisa Barômetro Covid-19/Opinião Social, que está sendo realizada em Portugal pela UNL. A pesquisa brasileira prevê a realização de um inquérito nos mesmos moldes do que já ocorre no país europeu. No entanto, se diferencia e inova, pois inclui as comunidades e populações vulneráveis, como pessoas residentes em favelas e zonas rurais, e aquelas em situação de rua.
Segundo a coordenadora da pesquisa no Brasil e vice-diretora da Escola de Governo em Saúde da ENSP, Rosa Souza, a participação da população é fundamental, já que o estudo contempla questões ainda não respondidas ou pouco compreendidas. “A Termômetro Social Covid-19 Brasil vai nos ajudar a entender, por exemplo, como as famílias estão conseguindo acessar os serviços de saúde e quais os tipos ou pontos de atenção recorridos, além de como as tecnologias à distância, entre elas, a Telemedicina, vêm sendo utilizadas como recurso estratégico nesse processo”, explica.
A pesquisa ainda vai analisar o uso de auto-medicação e a violência doméstica nas comunidades em um contexto de isolamento social. “É sabido que o número de denúncias tem aumentado, por isso, queremos entender o tipo de violência e em que medida e contexto ela vem ocorrendo. O estudo contribuirá significativamente para a compreensão do impacto do distanciamento social na população brasileira, com recorte e avanço importante, inclusive em populações vulneráveis”, destaca Rosa.
Para a pesquisadora e chefe do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP), Liana Wernersbach Pinto, a análise da violência doméstica em populações vulneráveis é um diferencial em relação a outras pesquisas desenvolvidas com a mesma finalidade. A abordagem é fundamental, segundo ela, já que ligações para o Ligue 180 apontam aumento de cerca de 14% nas denúncias de violência contra mulheres nos quatro primeiros meses de 2020, quando comparados ao ano passado. “As vulnerabilidades, a vitimização e o testemunho de situações de violência representam uma ameaça para alguns grupos, que se veem em uma situação de confinamento com seus agressores e são impossibilitados de se comunicar com outras pessoas ou órgãos de denúncias”, alerta.
Segundo o professor do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da USP, Ricardo Alexandre Arcêncio, o estudo também vai ajudar a verificar comportamentos e analisar o acesso e a acessibilidade às políticas de proteção social e seguridade. “Estamos unidos (EERP-USP, ENSP-Fiocruz e ENSP-Universidade Nova de Lisboa) em prol de um bem comum, que é evidenciar o impacto social da Covid-19 no contexto das famílias brasileiras. Isso será relevante para as políticas públicas e ações estratégicas em saúde", reforça.
Todos podem participar da pesquisa Termômetro Social Covid-19 Brasil. Clique aqui para preencher o formulário. Compartilhe com seus amigos e familiares e não deixe de participar!
Dúvidas e informações podem ser enviadas ao email termometrobr.covid19@gmail.com.
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