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Documentário acende alerta para desmonte do SUS

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Publicado em:09/06/2020

*João Victor Chagas

 

Documentário acende alerta para desmonte do SUSEstudos indicam que o Brasil tem vivenciado um avanço do projeto de desmonte da Atenção Básica, além das tentativas de desestruturação do Subsistema de Saúde Indígena e ataques às Políticas de Redução de Danos, de Atenção à Saúde Mental e de Acolhimento à População em Situação de Rua. Tais medidas impulsionam o desmonte do SUS em sua totalidade. Diante desse cenário e devido aos avanços na tentativa de privatizar o sistema de saúde, o que torna a desigualdade de acesso aos serviços ainda maior, as ex-alunas de pós-graduação da ENSP, Ellen Francisco e Evelin Esperandio, se viram politicamente implicadas a realizar um documentário que servisse como ferramenta para a luta em prol do SUS, por meio da problematização de questões estruturais.

 

Intitulado Na fila do SUS, o documentário, que virou uma websérie disponibilizada na plataforma Bombozila, se propõe a discutir o impacto do desmonte das políticas sociais na saúde de populações vulneráveis.

 

Com base na reflexão do SUS como uma luta popular, a obra filma três diferentes situações em estados distintos do Brasil. Em São Paulo, o foco é com moradores de rua e dependentes químicos. No Rio de Janeiro, é retratada a precarização da atenção primária nos postos de saúde e hospitais. Já na Amazônia, é revelada a influência do agronegócio nas áreas de preservação ambiental. 

 

Segundo a diretora da websérie, Ellen Francisco, as três frentes retratadas foram escolhidas devido aos ataques à Política de Saúde Mental, ao álcool e outras drogas, ao Subsistema de Saúde Indígena e também à Política Nacional de Atenção Básica. 

 

Ellen conta que filmar o documentário não foi tarefa fácil. Segundo ela, a maior dificuldade de quem faz audiovisual independente e militante é o acesso aos fundos destinados para as produções audiovisuais. “Já foi um grande desafio produzir uma websérie com seis episódios, recebendo materiais de diferentes estados do país, a partir do envolvimento e articulação de uma rede de pessoas e movimentos para, por fim, viabilizar um processo de produção comprometido politicamente em tempos de isolamento social. O real obstáculo a ser vencido é o financiamento dessa produção”, desabafa.

 

Para a diretora da websérie, o futuro da Saúde Pública depende da luta popular e da resistência dos povos, ou seja, da defesa do SUS de todas as formas.  Por isso, ela acredita que é de extrema importância a realização da websérie, mesmo com poucos recursos, uma vez que existe a necessidade de registro e clamor por uma mobilização maior tanto de profissionais de saúde como da população em sua totalidade.

 

Sobre o documentário Na fila do SUS

 

Na fila do SUS é composto de seis episódios. O primeiro aborda o abandono da população em situação de rua, usuários de álcool e outras drogas na região do Fluxo (conhecida como Cracolândia), além da repressão policial empregada pelo Estado.

 

O segundo episódio traz a luta dos povos indígenas em defesa de seus territórios e do direito à saúde. No terceiro, é realizado um debate sobre a vulnerabilidade da população negra e de favela por conta do racismo estrutural e abandono do Estado.

 

Já o quarto episódio trata da luta dos trabalhadores da Saúde Pública em defesa do Sistema Único de Saúde, bem como das experiências e relatos de profissionais na linha de frente no enfrentamento à Covid-19. O quinto enfoca o desmonte e a precarização da saúde em Porto Alegre e demonstra a luta de moradores de vilas mais pobres da cidade para garantir o mínimo para suas famílias em tempos de pandemia. E, por fim, o último coloca questões sobre a "Economia de Plataforma" e a exploração de trabalhadores que atuam na ponta dos serviços de delivery. 

 

* Estágio sob supervisão

 

*Com a colaboração de Danielle Monteiro

 


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