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Brasil confirma primeiro caso de infecção pelo coronavírus; Opas conclama países das Américas a intensificarem preparação e resposta

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Publicado em:28/02/2020
O Brasil confirmou nesta quarta-feira (26) o primeiro caso importado do novo coronavírus. Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na Itália, na região da Lombardia, à trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de fevereiro deste ano. No dia 23 de fevereiro, ele apresentou sinais e sintomas compatíveis com a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19): febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.
 
Em 25 de fevereiro, ele procurou atendimento médico no Hospital Israelita Albert Einstein, que registrou então a notificação de caso suspeito. No atendimento, foram adotadas medidas preventivas para transmissão por gotículas, feita coleta de amostras e realizados testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para diagnóstico, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo estão realizando a identificação dos contatos do homem no domicílio, no hospital e no voo, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) junto à companhia aérea. O estado do paciente não é grave, ele não está hospitalizado e deve permanecer em casa até a resolução completa dos sinais e sintomas. Cuidadores e trabalhadores de saúde foram orientados a monitorar a saúde dele por 14 dias, por meio de visita domiciliar.
 
Além do caso confirmado importado da Itália, o Ministério da Saúde do Brasil monitora 20 casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. Ao todo, outros 59 casos suspeitos já haviam sido descartados após exames laboratoriais apresentarem resultados negativos.
 
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) tem trabalhado com os Ministérios da Saúde dos países das Américas na preparação para lidar com esses casos importados. No Brasil, a Opas organizou em fevereiro, junto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde do país, um treinamento para nove países sobre diagnóstico laboratorial do novo coronavírus. Participaram da capacitação especialistas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
 
Em janeiro deste ano, a Opas doou ao Brasil primers e controles positivos, que são materiais essenciais para diagnóstico do coronavírus. O organismo internacional também tem apoiado o país no monitoramento da situação epidemiológica e na tradução para português de guias e protocolos da OMS. Além disso, a Organização Pan-Americana está colaborando com a realização de um workshop do Ministério da Saúde para adaptar e revisar as diretrizes de gestão clínica da OMS para o contexto do Brasil.
 
Brasil confirma primeiro caso de infecção pelo coronavírus; Opas conclama países das Américas a intensificarem preparação e resposta
 
Diretora da Opas conclama países das Américas a intensificarem atividades de preparação e resposta para COVID-19
 
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa F. Etienne, recomendou nesta quarta-feira (26) que os países intensifiquem seus planos de preparação e resposta à doença causada pelo coronavírus 2019 (Covid-19) antes do surgimento de novos casos na Região das Américas. Até agora, o COVID-19 já afetou 81.109 pessoas em 38 países ao redor do mundo, 78.191 delas na China.
 
“Os países das Américas estão se preparando, há várias semanas, para a possível importação de casos de Covid-19. Existem medidas para detectar, diagnosticar e tratar pacientes com a doença”, disse Etienne. “Colocar uma forte ênfase na interrupção da transmissão continua sendo um objetivo importante, embora reconheçamos que a situação pode variar de país para país e exigir respostas específicas”, afirmou.
 
“Uma resposta multissetorial para garantir o fortalecimento da vigilância, a preparação dos serviços de saúde, a prevenção da disseminação e a manutenção dos serviços essenciais, são intervenções fundamentais para diminuir a transmissão e salvar vidas. Os países das Américas já trabalham nessas áreas desde 2009 como parte de seus planos de influenza, disse Etienne.
 
O Covid-19 é transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotas e contato com superfícies contaminadas. A doença é transmitida principalmente por pessoas que já apresentam sintomas. As informações atualmente disponíveis sugerem que uma única pessoa infectada pode infectar entre um e quatro contatos próximos.
 
No caso de um surto de Covid-19 na América Latina e no Caribe, o impacto nos serviços de saúde pode ser significativo, com a possibilidade de os serviços de saúde ficarem sobrecarregados, incluindo uma alta demanda por serviços hospitalares especializados, como terapia intensiva. 
 
Primeiro caso na América Latina
 
O Ministério da Saúde do Brasil confirmou que o paciente com infecção por Covid-19 havia retornado recentemente da Itália. As autoridades brasileiras estão tomando medidas para evitar a disseminação da doença, incluindo uma investigação cuidadosa de todas as informações relevantes e o acompanhamento de qualquer pessoa que possa estar em contato com o paciente.
 
O primeiro caso importado do Covid-19 na região das Américas foi identificado em 21 de janeiro nos Estados Unidos. Alguns dias depois, em 25 de janeiro, o Canadá também relatou seu primeiro caso confirmado. Desde então, houve 25 casos confirmados de Covid-19 na América do Norte.
 
Medidas para se proteger
 
As recomendações da Opas e da OMS para reduzir a exposição a uma série de infecções e para não transmiti-las são:
 
• Lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool;
 
• Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos;
 
• Se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde;
 
• Evite contato próximo sem proteção adequada com qualquer pessoa com sintomas semelhantes aos da gripe ou resfriado.
 
• Cozinhe bem a comida, especialmente carne e ovos.
 
• Se visitar mercados de animais vivos em áreas onde foram notificados casos do novo coronavírus, evite o contato direto sem proteção adequada com animais vivos e com superfícies em contato com esses animais;
 
• Evite o consumo de produtos de origem animal crus ou mal cozidos. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos, conforme as boas práticas de segurança alimentar.
 
O uso de máscaras não é necessário para pessoas que não apresentem sintomas respiratórios. A Opas e a OMS recomendam que as máscaras cirúrgicas sejam usadas por: pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade de respirar, inclusive ao procurar atendimento médico; profissionais de saúde e pessoas que prestam atendimento a indivíduos com sintomas respiratórios; e profissionais de saúde, ao entrar em uma sala com pacientes ou tratar um indivíduo com sintomas respiratórios.
 
Mais informações
Folha informativa sobre Covid-19, com número de casos, histórico e respostas para as perguntas mais frequentes
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* Imagem: creativeneko/Shutterstock.com (imagem meralmente ilustrativa)

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