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Integração entre gestão e pesquisa a partir da avaliação participativa da Vigilância Alimentar e Nutricional em MG

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Publicado em:04/10/2019
*Valentina Carranza Weihmüller

No dia 29 de Agosto de 2019, na sede da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES - MG), realizou-se a reunião de validação de resultados e pactuação de estratégias de disseminação da pesquisa “Avaliação Participativa da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária à Saúde (APS) em Minas Gerais”, estudo realizado entre 2017-2018, coordenado pela pesquisadoras Marly Cruz e Santuzza Vitorino, do  Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (Laser/ENSP/Fiocruz). A iniciativa conta com financiamento da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, por meio do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde (Fiocruz/VPPCB/PMA). 

Integração entre gestão e pesquisa a partir da avaliação participativa da Vigilância Alimentar e Nutricional em MG
                                          Gestores estaduais, referências de Promoção à Saúde e VAN da região metropolitana 

Do encontro participaram gestores da Diretoria de Promoção à Saúde SES - MG, Daniela Campos e Laís Antero, referências técnicas de Promoção à Saúde (APS) e da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) dos municípios de Betim, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e da Superintendência Regional (SRS) de Belo Horizonte, a co-coordenadora da pesquisa Santuzza Vitorino (ENSP/ Fiocruz) e a assistente de disseminação no marco do projeto de Disseminação de Pesquisas da PMA/VPPCB/Fiocruz, Valentina Carranza. 

Pela manhã, a equipe da SES - MG, a pesquisadora responsável e a assistente de disseminação mantiveram uma produtiva conversa sobre a experiência compartilhada, avaliando o processo construído conjuntamente, os resultados alcançados até o momento e os desafios colocados na etapa atual de validação do modelo de VAN e a disseminação das recomendações e resultados do estudo. 
 
Daniela Campos, diretora da Promoção à Saúde, da SES-MG, avaliou a pesquisa-intervenção de maneira muito positiva. Em primeiro lugar, assinalou como a parceria entre SES-MG e Fiocruz permitiu introjetar uma cultura de avaliação tanto nas equipes locais de APS quanto nas esferas da gestão, tendo como efeito o fortalecimento dos processos de planejamento entre os níveis de gestão. Também distinguiu o caráter colaborativo e ativo da metodologia ativa aplicada durante todo o processo da pesquisa, o qual se manteve sempre “aberto” e em “permanente escuta” - aspecto diferenciado em relação às tradicionais avaliações externas. 

"Encontro entre academia e gestão"
 
Neste sentido, destacou a relevância desse “encontro entre academia e gestão”, permitindo o “aprendizado mútuo para o fortalecimento do SUS”. Segundo a gestora, o caminho percorrido junto às pesquisadoras transformou-se num espaço frutífero de educação permanente e sua repercussão no aprimoramento de práticas e rotinas de trabalho na APS. 
 
Neste encontro, também foram pactuadas ações futuras, face aos desafios de disseminação dos resultados e recomendações, fruto dessa parceria. Assim, foram debatidas e combinadas as estratégias e produtos de comunicação e formação que serão desenvolvidas durante 2019 e 2020 para “fazer chegar” os outputs da pesquisa aos públicos-chave: gestores municipais da saúde, coordenadores de APS, profissionais de saúde da APS e audiências amplas interessadas em VAN, APS, promoção à saúde e segurança alimentar e nutricional.

Para os gestores dos municípios já parceiros do estudo - 32 localidades da região de Teófilo Otoni e 53 da região de Pouso Alegre -  serão realizadas reuniões de articulação onde a pesquisa será apresentada acompanhada da distribuição do documento de sinopse executiva do estudo. Videoaulas sobre temas específicos de VAN e APS por meio de plataformas de Telessaúde serão elaboradas e oferecidas para coordenadores e profissionais de APS. Além disso, se realizarão oficinas participativas sobre análise, produção e divulgação de informação sobre VAN, assunto identificado como prioritário.
 
Finalmente, será elaborado um vídeo sensibilizador e informativo sobre a relevância da VAN, destacando todo o ciclo da intervenção e sua importância na geração de informações de qualidade para a tomada de decisão em APS e promoção à saúde.  
 
Durante a tarde, as atividades de validação dos resultados da pesquisa se realizaram por videoconferência, incorporando a participação de referências técnicas de Promoção à Saúde e VAN de 24  regionais. Cabe lembrar, que Minas é um dos estados que têm ampliado exponencialmente a cobertura de VAN nos últimos anos. Atualmente é reconhecido como um dos modelos de sucesso chegando a uma cobertura de SISVAN de mais de 60% em 127 municípios sendo que em 3 municípios a cobertura é plena (base populacional do Censo 2010, IBGE). 

Integração entre gestão e pesquisa a partir da avaliação participativa da Vigilância Alimentar e Nutricional em MG
                                               Momento da tarde: Discussão e validação dos modelos resultantes da pesquisa

Não obstante, continuam sendo desafios melhorar esses processos nos grandes centros urbanos como Belo Horizonte e municípios da região metropolitana, continuar trabalhando para mitigar as assimetrias de um Estado grande e diverso e conseguir que a informação disponível a partir do aumento da cobertura seja utilizada de forma eficaz para a tomada de decisão em APS, promoção da saúde e segurança alimentar e nutricional. 

O estudo
 
“Avaliação Participativa da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária (APS) em Minas Gerais” foi uma pesquisa-intervenção desenvolvida pela Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz (ENSP-Fiocruz) entre 2017-2018 no Estado de Minas Gerais, com foco em duas regiões sanitárias: Teófilo Otoni (nordeste) e Pouso Alegre (sul). Foram no total 85 municípios incluídos no estudo.  Com base nas metodologias ativas, o estudo realizou 7 oficinas de avaliação participativa da VAN envolvendo a mais de 200 participantes, entre  gestores, referentes técnicos, profissionais da APS e digitadores. Nas oficinas foram discutidos os diferentes componentes do modelo operacional de planejamento da VAN (estratégico, administrativo,  gestão das práticas e monitoramento e avaliação) a fim de identificar problemas e desafios e construir conjuntamente modelos adaptados às necessidades dos territórios. Além disso, junto a SES-MG, se aplicou a mesma metodologia de realização das oficinas para discutir o funcionamento da VAN no nível estadual.  


*Valentina Carranza Weihmüller é disseminadora do PMA

 

Fonte: Fiocruz/VPPCB/PMA
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