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Tabagismo responde por seis milhões de mortes por ano no mundo

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Publicado em:03/09/2019
Tabagismo responde por seis milhões de mortes por ano no mundo“Há 1,1 bilhão de fumantes no mundo e cerca de 4 em cada 5 vivem em países de baixa e média rendas. Principal fator de risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo é o responsável por seis milhões de óbitos ao ano.” A informação de alerta vem de um artigo publicado no Cadernos de Saúde Pública, revista científica da ENSP. De autoria dos pesquisadores Marcia Pinto, Ariel Bardach, Alfredo Palacios, Aline Biz, Andrea Alcaraz, Belen Rodriguez, Federico Augustovski e Andres Pichon-Riviere, o artigo intitula-se Carga do tabagismo no Brasil e benefício potencial do aumento de impostos sobre os cigarros para a economia e para a redução de mortes e adoecimento
 
 
Segundo o artigo, um total de 603 mil mortes anuais são atribuíveis ao tabagismo passivo, das quais 28% em crianças. Esse fator de risco está associado a 75% dos casos de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 22% e 10% das mortes entre adultos por câncer e doenças cardíacas, respectivamente, relatam os autores. “A evidência epidemiológica recente aponta que novas doenças, como o câncer de mama, de próstata e os transtornos vasculares intestinais são em certa medida atribuíveis ao tabagismo.”
 
“A perda total global com o tabagismo alcança 1,4 trilhão de dólares ao ano ou 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, sendo que, aproximadamente 40% dessas perdas, ocorrem em países de baixa e média rendas e, dos cinco países do BRICS, quatro - Brasil, Rússia, Índia e China - são responsáveis por 25% do custo global atribuível ao tabagismo”, diz o artigo. Já sob a perspectiva do setor saúde, o custo da assistência representa 15% do gasto total em alguns países e, em somente sete países latino-americanos, equivale a 8,3%, acrescenta.
 
Conforme chama a atenção o artigo, o tabagismo é o terceiro fator de risco responsável pelo número de mortes e anos de vida perdidos com qualidade em países da América do Sul. “Está associado com a redução da produtividade e com elevados desembolsos das famílias, fatores que contribuem para o recrudescimento da pobreza. A perda de produtividade é resultado da morte prematura que ocorre antes do indivíduo se aposentar e também, de forma indireta, da redução da produtividade devida às doenças crônicas associadas ao tabagismo.”
O Brasil destaca-se no cenário mundial pela sua Política Nacional de Controle do Tabaco, na qual estão integradas às diretrizes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (CQCT-OMS) ratificada pelo país há mais de dez anos (Decreto nº 5.658 de 2006). Apesar de ser um dos líderes em número de fumantes, entre 1990 e 2015 foi um dos países que registrou uma redução significativa da prevalência entre homens e mulheres de 56,5% e 55,8%, respectivamente, observa o artigo. 
 
Esses avanços são importantes, de acordo com os autores, mas dados de 2011 mostraram que a magnitude da carga da doença associada ao tabagismo ainda é elevada, com cerca 147 mil mortes e 2,69 milhões de anos de vida perdidos ao ano, além de gerar um custo anual para o sistema de saúde de 23,37 bilhões de reais. Dessa forma, esse estudo contribuiu para estimar a carga da doença e econômica associada ao tabagismo para o Brasil, em 2015, e predizer os benefícios econômicos e em desfechos de saúde, valendo-se do aumento de impostos incidentes sobre os preços de venda de cigarros para um cenário de dez anos.
 
Os pesquisadores ressaltam que as medidas custo-efetivas para evitar mortes e adoecimento devido ao tabagismo devem ser intensificadas. “Os custos para a sociedade refletem um importante custo de oportunidade e a compensação pelos danos é um tema oportuno para debate na agenda do controle do tabagismo. Esses recursos podem ser investidos na implementação plena da CQCT-OMS, mas não devem se restringir somente a este fim, pois outras políticas públicas poderiam se beneficiar desta compensação”, finalizam.
 
Para acessar o artigo na íntegra, clique aqui.
 

Fonte: Artigo CSP
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