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Estudo analisa avanços e desafios da atenção à saúde do idoso com doenças crônicas

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Publicado em:27/05/2019
Estudo analisa avanços e desafios da atenção à saúde do idoso com doenças crônicas“Por representar uma das parcelas mais vulneráveis da população, os serviços de atenção primária à saúde deveriam atender aos idosos nas suas demandas específicas e busca pela redução das iniquidades em saúde.” É o que defende um artigo de autoria das pesquisadoras da ENSP, Miriam Schenker e Daniella Harth da Costa. O artigo Avanços e desafios da atenção à saúde da população idosa com doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde analisa os avanços e desafios da atenção à saúde da população idosa, sobretudo daquela com doenças crônicas na atenção primária, tendo como cenário de estudo a Clínica da Família Sergio Vieira de Mello (CFSVM), situada no bairro do Catumbi, Rio de Janeiro, que foi escolhida como um desses locais por permitir analisar a assistência ao idoso com doenças crônicas no nível da atenção primária à saúde (APS) e, também, por comportar um Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade, que faz parte do Departamento de Medicina Integral Familiar e Comunitária da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PRMFC/DMIF/Uerj).
 
Ao serem questionados sobre as ações de atenção à saúde do idoso, dizem as pesquisadoras, os profissionais e gestor entrevistados elencaram uma série de serviços como consultas agendadas e eventuais, e procedimentos gerais, como coleta de sangue e vacinação, que, inclusive, podem ser feitos em atendimento domiciliar, e ações de atenção à saúde bucal que não se restringem à população idosa.
 
Quanto às ações voltadas à atenção à saúde dos idosos, sobretudo dos que convivem com doenças crônicas, o artigo destaca o suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). “No caso específico da CFSVM, a equipe do NASF que presta apoio às equipes de saúde da família é composta de equipe multiprofissional, que inclui nutricionista, fisioterapeuta, educador físico, psicólogo e assistente social.”
 
Conjectura-se, no estudo no qual se baseou o artigo, que o alinhamento das falas e práticas dos profissionais com o que vem sendo preconizado pelas políticas públicas de saúde seja resultante, pelo menos em parte, do maior incentivo nos últimos anos à qualificação dos profissionais de saúde como um dos eixos para o fortalecimento da APS. “Destaca-se, portanto, na equipe da ESF entrevistada, de médicos residentes em medicina de família e comunidade, que, a partir de uma formação preocupada com a tríade indivíduo-família-comunidade, ou seja, com uma visão complexa e contextual das questões de saúde, são capazes de operar um cuidado norteado pela noção de integralidade dentro do paradigma biopsicossocial.”
 
A pesquisa constata que, apesar dos avanços, algumas barreiras persistem afetando o pleno acesso dos idosos aos cuidados de saúde, limitando a qualidade da atenção, da proteção e da promoção à saúde dessa população. “O cuidado aos usuários com doenças crônicas deve acontecer de modo integral, o que só é possível se articulado em rede. A desarticulação das redes intra e intersetoriais, apontada como uma fragilidade nesse estudo, mostra-se um desafio a ser superado.”
 
Outras questões que comprometem a resolutividade da assistência são: dificuldade de acesso, limitações da atuação da equipe pela falta de recursos humanos e materiais e as dificuldades das equipes da ESF no lidar com as especificidades das dinâmicas familiares e mesmo com o próprio idoso.
 
Segundo a pesquisa, as tensões entre as famílias dos idosos e a equipe sugerem a necessidade do fortalecimento da rede de apoio ao idoso e da qualificação dos profissionais, de modo que possam ter uma postura mais compreensiva em relação às questões que envolvem a família. Portanto, dizem as pesquisadoras, são muitos os desafios enfrentados pela família no cuidado de um idoso, que podem gerar desgaste físico, emocional e grande sobrecarga de tarefas no seu cotidiano.
 
A importância de maior apoio aos idosos e seus familiares, de acordo com o autores do artigo, deve-se também ao fato de a dependência, estresse e o isolamento familiar serem fatores de risco para a violência, maus-tratos e negligência intrafamiliar com os idosos.
 
Como ponto positivo, a CSVM já teve um grupo direcionado para cuidadores de idosos, familiar ou cuidador contratado. “Esse apoio institucional é relevante, sobretudo, no cuidado dos idosos com limitações físicas e mentais, situação da maioria dos que foram entrevistados.” O artigo observa que esse grupo foi lembrado, pela cuidadora de uma das idosas entrevistadas, como um momento de aprendizado e troca de experiência, essencial quando o cuidador não dispõe de conhecimento prévio para a tarefa.
 
O artigo foi publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva de maio e pode ser acessado na íntegra aqui.
 
 

Fonte: Artigo Saúde do Idoso
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