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Ceensp abordou saúde e resistência da população negra

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Publicado em:11/01/2019
Ceensp abordou saúde e resistência da população negraO Centro de Estudo Miguel Murat de Vasconcelos (Ceensp) realizou, no Salão Internacional da ENSP, a mesa "Vidas negras - saúde e resistência", que contou com a participação da Conselheira Nacional de Saúde, Altamira Simões; do pesquisador do Instituto de Saúde Luís Eduardo Batista e da mestranda em Saúde Pública da ENSP Mayra da Cruz Honorato. O evento foi coordenado pela pesquisadora da ENSP Vera Lucia Luiza, que também participou da mesa.
 
A abertura do evento contou com as saudações da vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Sheila Mendonça; do chefe de gabinete da Presidência, Valcler Rangel, e do coordenador do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (NAF/ENSP), Jorge Bermudez. O debate refletiu sobre a questão étnico-racial a partir dos caminhos que o racismo vem percorrendo sob as perspectivas  histórica, no campo da saúde coletiva, e nas políticas públicas, enfocando fundamentalmente os desafios enfrentados.
Vera Lucia Luiza iniciou a mesa temática lembrando do primeiro pesquisador negro do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Sebastião José de Oliveira, que foi um dos precursores das discussões étnico-raciais na Fiocruz e fundador do Coletivo Com-Ciência, do qual ela também fez parte: “No Coletivo, promovemos diferentes eventos culturais, artísticos e científicos na Fiocruz.”
 
A apresentação de Altamira Simões foi pontuada por slides, ancestralidade e histórias de resistência: “Quero agradecer a oportunidade de estar aqui, porque nós, nesse espaço, geralmente somos o objeto do estudo, objeto da pesquisa, mas não somos protagonistas. Fico mais feliz ainda por ter sido convidada por uma pesquisadora negra, a Vera Lucia.” Além disso, Altamira destacou o racismo estrutural existente no Brasil e a necessidade de se pensar em uma saúde humanizada, antirracista e anticlassista, em que a sociedade se comprometa, de fato, com as questões da população negra. 
 
Para Luiz Eduardo, os pesquisadores precisam discutir mais racismo e saúde, porque “se, no campo da saúde coletiva, é estudado que fatores sociais, econômicos, ambientais e políticos determinam o processo saúde-doença, imagina a saúde da população negra, que possui condições econômicas piores”. Luiz Eduardo destacou que a maior sagacidade do movimento de mulheres negras foi a inclusão do quesito cor no Sistema de Informação e Saúde, porque assim foi possível discutir o impacto dos fatores sociais, ambientais, políticos, econômicos, culturais na população negra, ou seja, “se o racismo estrutura a sociedade, se o racismo é um determinante social de saúde, ele determina o processo de saúde, doença e morte”.
 
A aluna da ENSP e uma das fundadoras do Coletivo Negro da Fiocruz, Mayra da Cruz Honorato, destacou a importância de o povo negro ocupar o espaço acadêmico – hegemonicamente branco – em uma instituição que é das mais importantes em Saúde Pública. Para isso, o Coletivo traçou algumas estratégias de fortalecimento: resgatar a história negra que existiu na Fiocruz, tais como a do Coletivo Com-Ciência Negra, e a do Joaquim Venâncio, além de se organizar politicamente dentro da instituição para debater temas, por exemplo, “A negligência com a população negra no sistema de saúde e a pouca visibilidade dos pesquisadores negros”. Leia, também, a entrevista com Mayra da Cruz para o Informe ENSP
 
Confira a playlist com todas as falas do evento no Canal da ENSP, no Youtube.
 
 
 

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